ENCICLOPÉDIA MINEIRA: Prof. Marcos Tadeu Cardoso

Um projeto do Prof. Marcos Tadeu Cardoso, um livro publicado narrando a história das principais cidades Mineiras.
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terça-feira, 28 de julho de 2015

O conceito islâmico de espiritualidade Descrição: Qual é o caminho espiritual no Islã e qual é seu lugar na vida como um todo? Por Abul Ala Maududi (tirado de islammessage.com) Publicado em 12 Aug 2013 - Última modificação em 12 Aug 2013 Visualizado: 3245 (média diária: 5) - Classificação: 2 de 5 - Classificado por: 4 Impresso: 37 - Enviado por email: 0 - Comentado em: 0 Categoria: Artigos > Crenças do Islã > O Que é o Islã Para responder a isso é necessário estudar cuidadosamente a diferença entre o conceito islâmico de espiritualidade e o das outras religiões e ideologias. Sem um entendimento claro dessa diferença frequentemente acontece que, ao falar sobre a espiritualidade no Islã, muitas noções vagas associadas com a palavra "espiritual" inconscientemente vem à mente; torna-se difícil então compreender que essa espiritualidade do Islã não apenas transcende o dualismo de espírito e matéria, mas é o núcleo de seu conceito integrado e unificado de vida. Conflito corpo-alma A ideia que tem influenciado a maior parte do pensamento filosófico e religioso é que corpo e alma são mutuamente antagonistas e só podem se desenvolver às custas um do outro. Para a alma o corpo é uma prisão e as atividades da vida cotidiana são os grilhões que a mantém em cativeiro e impedem seu crescimento. Isso inevitavelmente leva ao universo dividido entre espiritual e secular. Os que escolheram o caminho secular foram convencidos de que não podiam atender às demandas da espiritualidade e, por isso, levaram vidas altamente materiais e hedonistas. Todas as esferas da atividade mundana, seja social, política, econômica ou cultural, foram privadas da luz da espiritualidade; o resultado foi injustiça e tirania. Em contrapartida, os que queriam manter o caminho da excelência espiritual passaram a ver a si mesmos como "párias nobres" do mundo. Acreditavam que era impossível para o crescimento espiritual ser compatível com uma vida "normal". Em sua visão a autonegação física e a mortificação da carne eram necessárias para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do espírito. Inventaram exercícios espirituais e práticas ascéticas que mataram os desejos físicos e insensibilizaram os sentidos do corpo. Consideravam as florestas, montanhas e outros locais solitários como ideais para o desenvolvimento espiritual, porque a agitação e o alvoroço da vida interferiria com suas meditações. Não podiam conceber o desenvolvimento espiritual, exceto através do abandono do mundo. Esse conflito de corpo e alma resultaram na evolução de dois ideais diferentes para o aperfeiçoamento do homem. Um era que o homem devia ser cercado de todos os confortos materiais possíveis e se considerar como nada além de um animal. Os homens aprenderam a voar como os pássaros, nadar como os peixes, correr como os cavalos e até a aterrorizar e destruir como os lobos, mas não aprenderam como viver como seres humanos nobres. O outro era que os sentidos não deviam ser apenas subjugados e conquistados, mas que poderes extrassensoriais deviam ser despertados e eliminadas as limitações do mundo sensorial. Com essas novas conquistas os homens deviam ser capazes de ouvir vozes distantes como se fossem poderosos equipamentos sem fio, ver objetos distantes como se faz com um telescópio e desenvolver poderes através dos quais o mero toque de suas mãos ou um rápido olhar curaria o incurável. O ponto de vista islâmico difere radicalmente dessas abordagens. De acordo com o Islã, Deus designou a alma humana com Seu califa (vice gerente) nesse mundo. Ele a investiu com certa autoridade e deu a ela certas responsabilidades e obrigações e, para que fossem cumpridas, conferiu à alma a melhor e mais adequada estrutura física. O corpo foi criado com o único objetivo de permitir à alma usá-lo no exercício de sua autoridade e no cumprimento de seus deveres e responsabilidades. O corpo não é uma prisão para a alma, mas sua oficina ou fábrica; e se a alma tiver que crescer e desenvolver, será somente através dessa oficina. Consequentemente, esse mundo não é um lugar de punição no qual a alma humana infelizmente se encontra, mas um campo para o qual Deus a enviou para trabalhar e cumprir seu dever em relação a Ele. Portanto, o desenvolvimento espiritual não deve assumir a forma do homem se afastando de sua oficina e se refugiando em um canto. Ao invés disso, o homem deve viver e trabalhar nela e dar o melhor de si. É parte de uma avaliação dele; todo aspecto e esfera de vida é, como foi, uma pergunta em um teste: a casa, a família, a vizinhança, a sociedade, o mercado, o escritório, a fábrica, a escola, os tribunais, a delegacia, o parlamento, a conferência de paz e o campo de batalha, todos representam perguntas em testes que o homem precisa responder. Se deixar a maior parte do livro de respostas em branco, está propenso a ser reprovado no teste. Sucesso e desenvolvimento só são possíveis se o homem devota toda sua vida a esse teste e tenta responder a todas as perguntas do teste que conseguir. O Islã condena e rejeita a visão ascética de vida e propõe um conjunto de métodos e processos para o desenvolvimento espiritual do homem não fora desse mundo, mas dentro dele. O lugar verdadeiro para o crescimento do espírito é no meio da vida e não em locais solitários de hibernação espiritual. Critério de desenvolvimento espiritual Discutiremos agora como o Islã julga o desenvolvimento ou decadência da alma. Em sua função como vice gerente (Califa) de Deus, o homem presta contas a Deus por todas as suas atividades. É seu dever usar todos os poderes que lhes foram concedidos de acordo com a vontade divina. Deve utilizar ao máximo todas as faculdades e potencialidades concedidas a ele para buscar a aprovação de Deus. Em seus negócios com outras pessoas deve se comportar de modo a tentar agradar a Deus. Em resumo, todas as suas energias devem ser direcionadas para a regulamentação dos assuntos desse mundo da forma que Deus os quer regulamentados. Quanto melhor um homem fizer isso, com senso de responsabilidade, obediência e humildade e com o objetivo de buscar a satisfação do Senhor, mais próximo estará de Deus. No Islã o desenvolvimento espiritual é sinônimo de proximidade com Deus. Da mesma forma, não será capaz de se aproximar de Deus se for preguiçoso e desobediente. E, no Islã, distância de Deus significa a queda espiritual e a decadência do homem. Do ponto de vista islâmico, portanto, as esferas de atividade do homem religioso e do homem secular são as mesmas. Não apenas ambos trabalharão nas mesmas esferas; o homem religioso trabalhará com maior entusiasmo que o homem secular. O homem de religião será tão ativo quanto o homem do mundo. De fato, será mais ativo em sua vida doméstica e social, que se estende dos confins da sua casa a praça do mercado e até a conferências internacionais. O que distinguirá suas ações será a natureza de suas relações com Deus e os objetivos por trás de suas ações. O que quer que um homem religioso faça, será feito com o sentimento de que presta contas a Deus, de que deve tentar assegurar a satisfação divina, que suas ações devem estar de acordo com as leis de Deus. Uma pessoa secular será indiferente em relação a Deus e será guiada em suas ações somente por seus motivos pessoais. Essa diferença faz toda a vida material de um homem de religião um empreendimento totalmente espiritual e toda a vida de uma pessoa secular uma existência destituída da faísca da espiritualidade. Como o Islã Difere de outras Crenças? (parte 1 de 2) Descrição: Algumas das características únicas do Islã não encontradas em outros sistemas de crença e estilos de vida. Por Khurshid Ahmad Publicado em 05 Oct 2009 - Última modificação em 28 Dec 2014 Visualizado: 8739 (média diária: 4) - Classificação: 5 de 5 - Classificado por: 1 Impresso: 263 - Enviado por email: 0 - Comentado em: 0 Categoria: Artigos > Crenças do Islã > O Que é o Islã Simplicidade, Racionalidade e Praticalidade O Islã é uma religião sem qualquer mitologia. Seus ensinamentos são simples e inteligíveis. É livre de superstições e crenças irracionais. A unicidade de Deus, a missão profética de Muhammad, e o conceito de vida após a morte são artigos básicos de sua fé. São baseados na razão e lógica sólida. Todos os ensinamentos do Islã fluem dessas crenças básicas e são simples e diretos. Não existe hierarquia de sacerdotes, nem abstrações forçadas, nem ritos ou rituais complicados. Todos podem abordar o Alcorão diretamente e aplicar seus ensinamentos na prática. O Islã desperta no homem a faculdade da razão e o exorta a usar seu intelecto. O encoraja a ver as coisas à luz da realidade. O Alcorão o aconselha a buscar conhecimento e invocar a Deus para expandir sua consciência: “Dize: ‘Ó meu Senhor! Aumente meu conhecimento.’” (Alcorão 20:114) Deus também diz: “Poderão, acaso, equiparar-se os sábios com os insipientes? Mas apenas homens de entendimento prestarão atenção.” (Alcorão 39:9) É relatado que o Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse: “Aquele que deixa sua casa em busca de conhecimento anda no caminho de Deus.” (At-Tirmidhi) E que “Buscar conhecimento é obrigatório para cada muçulmano ou muçulmana.” (Ibn Majah e al-Bayhaqi) É assim que o Islã tira o homem do mundo de superstição e escuridão e o inicia no mundo do conhecimento e luz. O Islã é uma religião prática e não permite indulgência em teorização vazia e fútil. Diz que a fé não uma mera profissão de crenças, mas o motivo principal da vida. A conduta virtuosa deve vir acompanhada da crença em Deus. A religião é algo a ser praticado e não algo da boca para fora. O Alcorão diz: “Os crentes que praticam o bem terão a bem-aventurança e um feliz retorno.” (Alcorão 13:29) Também é relatado que o Profeta disse: “Deus não aceita crença se não é expressa em ações, e não aceita ações se não estão em conformidade com a crença.” (At-Tabarani) Sendo assim, a simplicidade, racionalidade e praticalidade são o que caracterizam o Islã como uma religião verdadeira e única. Unidade de Matéria e Espírito Uma característica única do Islã é que ele não divide a vida em compartimentos de matéria e espírito. Não se posiciona pela negação da vida mas pelo seu preenchimento. O Islã não acredita no ascetismo. Não pede ao homem para evitar as coisas materiais. Mantém que a elevação espiritual deve ser alcançada por uma vida virtuosa nas dificuldades da vida, não pela renúncia ao mundo. O Alcorão nos aconselha a orar como se segue: “Ó Senhor nosso! Concede-nos a graça deste mundo e do futuro, e preserva-nos do tormento infernal!” (Alcorão 2:201) Mas ao fazer uso dos luxos da vida, o Islã aconselha ao homem a ser moderado e se afastar da extravagância. Deus diz: “...comei e bebei; porém, não vos excedais, porque Ele não aprecia os perdulários.” (Alcorão 7:31) Sobre esse aspecto de moderação, o Profeta disse: “Observe o jejum e o quebre (no momento certo) e ore e faça devoção (à noite) mas durma, porque seu corpo tem direitos sobre você e seus olhos têm direitos sobre você e sua esposa tem direito sobre você, e a pessoa que o visita tem direito sobre você.” Consequentemente, o Islã não admite qualquer separação entre “material” e “moral”, vida “mundana” e “espiritual”, e encoraja o homem a devotar todas as suas energias à reconstrução da vida com fundações morais saudáveis. O ensina que poderes materiais e morais devem estar juntos e que a salvação espiritual pode ser alcançada usando recursos materiais para o bem do homem no serviço de fins justos e não vivendo uma vida de ascetismo ou fugindo dos desafios da vida. O mundo sofreu nas mãos dos unilaterais de muitas outras religiões e ideologias. Alguns enfatizaram o lado espiritual da vida mas ignoraram seus aspectos material e mundano. Olharam para o mundo como uma ilusão, uma fraude e uma armadilha. Por outro lado, ideologias materialistas ignoraram totalmente o lado espiritual e moral da vida e o descartaram como se fosse fictício e imaginário. Ambas as atitudes resultaram em desastre, porque destituíram a humanidade de paz, contentamento e tranquilidade. Mesmo hoje o desequilíbrio se manifesta em uma direção ou outra. O cientista francês, Dr. De Brogbi, diz de forma correta: “O perigo inerente em uma civilização material tão intensa é para a própria civilização; é o desequilíbrio que resultaria se um desenvolvimento paralelo da vida espiritual fracassasse em fornecer o equilíbrio necessário.” O Cristianismo errou em um extremo, enquanto que a civilização ocidental moderna, em suas variantes de democracia capitalista secular e socialismo marxista, errou em outro. De acordo com Lorde Snell: “Construímos uma estrutura externa de proporções nobres, mas negligenciamos o requisito essencial de uma ordem interior; planejamos cuidadosamente, decoramos e limpamos o lado de fora da xícara, mas o interior está cheio de extorsão e excesso; usamos nosso conhecimento e poder aumentados para administrar os confortos do corpo, mas deixamos o espírito empobrecido.” O Islã busca estabelecer o equilíbrio entre esses dois aspectos da vida – o material e o espiritual. Diz que tudo no mundo é para o homem, mas o homem foi criado para servir a um propósito maior: o estabelecimento de uma ordem moral e justa que atenderá a vontade de Deus. Seus ensinamentos atendem as necessidades espirituais e temporais do homem. O Islã encoraja o homem a purificar sua alma e reformar sua vida diária – tanto individual quanto coletivamente – e a estabelecer a supremacia do certo sobre o poder e da virtude sobre o vício. Sendo assim o Islã opta pelo caminho do meio e o objetivo de produzir um homem moral no serviço de uma sociedade justa. Islã, um Estilo de Vida Completo O Islã não é uma religião no sentido comum e distorcido, porque não restringe seu escopo à vida privada. É um estilo de vida completo e está presente em todos os campos da existência humana. O Islã provê orientação para todos os aspectos da vida – individual e social, material e moral, econômico e político, legal e cultural, e nacional e internacional. O Alcorão encoraja o homem a abraçar o Islã sem qualquer reserva e a seguir a orientação de Deus em todas as áreas da vida. De fato, foi um dia infeliz quando o escopo da religião ficou confinado à vida privada do homem e seu papel social e cultural foi reduzido a nada, como aconteceu nesse século. Talvez nenhum outro fator tenha sido mais importante na causa do declínio da religião nos tempos modernos do que seu afastamento para o campo da vida privada. Nas palavras de um filósofo moderno: “A religião nos pede para separar as coisas de Deus das de César. Tal separação judicial significa a degradação tanto do secular quanto do sagrado... A religião não tem valor quando a consciência de seus seguidores não é perturbada quando a guerra paira sobre todos nós e conflitos industriais ameaçam a paz social. A religião enfraqueceu a consciência moral e a sensibilidade moral do homem ao separar as coisas de Deus das de César." O Islã denuncia totalmente esse conceito de religião e afirma de forma clara que seus objetivos são a purificação da alma e a reforma e reconstrução da sociedade. Como lemos no Alcorão: “Enviamos os Nossos mensageiros com as evidências: e enviamos, com eles, o Livro e a balança, para que os humanos observem a justiça; e criamos o ferro, que encerra grande poder (para a guerra), além de outros benefícios para os humanos, para que Deus Se certifique de quem O secunda intimamente, a Ele e aos Seus mensageiros. Sabei que Deus é Poderoso, Fortíssimo.” (Alcorão 57: 25) Deus também diz: “O juízo somente pertence a Deus, que vos ordenou não adorásseis senão a Ele. Tal é a verdadeira religião; porém, a maioria dos humanos o ignora.” (Alcorão 12: 40) Portanto, mesmo um estudo superficial dos ensinamentos do Islã mostra que é um estilo de vida abrangente que não permite que nenhum ramo da existência humana se torne um playground para as forças do mal. Como o Islã Difere de outras Crenças? (parte 2 de 2) Descrição: Algumas das características únicas do Islã não encontradas em outros sistemas de crença e estilos de vida. Parte dois. Por Khurshid Ahmad Publicado em 12 Oct 2009 - Última modificação em 12 Oct 2009 Visualizado: 6584 (média diária: 3) - Classificação: 3.3 de 5 - Classificado por: 4 Impresso: 264 - Enviado por email: 1 - Comentado em: 0 Categoria: Artigos > Crenças do Islã > O Que é o Islã Equilibro entre o Indivíduo e a Sociedade Outra característica única do Islã é que estabelece um equilíbrio entre o individualismo e o coletivismo. Acredita na personalidade individual do homem e torna todos pessoalmente responsáveis perante Deus. O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse: “Todos vocês são um guardião e responsáveis pelo que está em sua custódia. O governante é um guardião de seus súditos e responsável por eles; um marido é um guardião de sua família e responsável por ela; uma mulher é uma guardiã da casa de seu marido e é responsável por ela, e um servo é um guardião da propriedade de seu amo e é responsável por ela.” Ouvi do Apóstolo de Deus e acho que o Profeta também disse: “Um homem é um guardiã da propriedade de seu pai e é responsável por ela. Então todos vocês são guardiães e responsáveis por suas custódias e coisas sob seu cuidado.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim) O Islã também garante os direitos fundamentais do indivíduo e não permite que ninguém os fraude. Faz o desenvolvimento adequado da personalidade do homem um dos objetivos principais de sua política educacional. Não concorda com a opinião de que o homem deve perder sua individualidade na sociedade ou no estado. No Islã todos os homens são iguais, independentemente de sua cor, língua, raça ou nacionalidade. Dirige-se à consciência da humanidade e bane todas as falsas barreiras de raça, condição e riqueza. Não se pode negar o fato de que essas barreiras sempre existiram e continuam a existir hoje na suposta época iluminada. O Islã remove todos esses impedimentos e proclama o ideal de toda a humanidade em ser uma família de Deus. O Islã é internacional em perspectiva e abordagem e não admite barreiras e distinções baseadas em cor, sangue ou território, como era o caso antes do advento de Muhammad. Infelizmente esses preconceitos continuam rampantes em diferentes formas mesmo nessa época moderna. O Islã quer unir a raça humana inteira sob uma bandeira. Para um mundo dividido por rivalidades e feudos nacionais, apresenta uma mensagem de vida e esperança e um futuro glorioso. O historiador A. J. Toynbee tem algumas observações interessantes a fazer a esse respeito. Em Civilização em Julgamento, ele escreve: “Duas fontes conspícuas de perigo - uma psicológica e outra material - nas relações atuais desse proletariado cosmopolita, ou seja, [humanidade ocidentalizada] com o elemento dominante em nossa sociedade ocidental moderna são consciência racial e álcool; e na batalha com cada um desses males o espírito islâmico tem um serviço a prestar que pode se provar, se aceito, ser de alto valor moral e social. A extinção da consciência de raça entre os muçulmanos é um dos feitos morais de destaque do Islã, e no mundo contemporâneo existe uma clamorosa necessidade da propagação dessa virtude islâmica... É concebível que o espírito do Islã possa ser o reforço oportuno que decidiria essa questão em favor da tolerância e paz. Quanto ao mal do álcool, está no seu pior nível entre populações primitivas nas regiões tropicas que foram ‘abertas’ pelo empreendimento ocidental. Permanece o fato de que mesmo as medidas preventivas mais políticas impostas por autoridades externas são incapazes de libertar uma comunidade de um vício social, a menos que um desejo de libertação e uma vontade de transformar esse desejo em ação voluntária sejam despertados nos corações das pessoas envolvidas. Administradores ocidentais, principalmente aqueles de origem ‘anglo-saxônica’, estão espiritualmente isolados de seus tutelados ‘nativos’ pela ‘barreira física da cor’ que sua consciência racial estabelece; a conversão das almas dos nativos é uma tarefa para a qual suas competências dificilmente se estenderão; e é nesse ponto que o Islã pode ter um papel a desempenhar. Nesses territórios ‘abertos’ de forma recente e rápida, a civilização ocidental produziu um preenchimento econômico e político e, ao mesmo tempo, um vazio social e espiritual. Aqui, então, no primeiro plano do futuro, podemos destacar duas influências valiosas que o Islã pode exercer sobre o proletariado cosmopolita de uma sociedade ocidental que jogou sua rede em todo o mundo e abraçou toda a humanidade; enquanto que em um futuro mais distante podemos especular sobre as possíveis contribuições do Islã para alguma nova manifestação de religião.” Permanência e Mudança Os elementos de permanência e mudança coexistem na sociedade e cultura humanas e estão destinados a continuarem assim. Ideologias e sistemas culturais diferentes erraram ao tenderem pesadamente para um ou outro lado da equação. Muita ênfase na permanência faz com que o sistema seja rígido e rouba dele flexibilidade e progresso, enquanto que a falta de valores permanentes e elementos imutáveis geram relativismo moral, deformidade e anarquia. O que é necessário é um equilíbrio entre os dois – um sistema que pode atender simultaneamente as demandas de permanência e mudança. Um juiz americano, sr. Justice Cardozo, corretamente diz que “a maior necessidade de nosso tempo é uma filosofia que mediará entre reivindicações conflitantes de estabilidade e progresso e suprir um princípio de crescimento.” O Islã apresenta uma ideologia que satisfaz as demandas de estabilidade e de mudança. Uma reflexão mais profunda revela que a vida tem em si elementos de permanência e mudança – nem é tão rígida e inflexível que não possa admitir qualquer mudança até em questões de detalhes, nem é tão flexível e fluida que seus traços distintos não tenham características próprias. Isso fica claro na observação do processo de mudança fisiológica no corpo humano, uma vez que cada tecido do corpo muda várias vezes ao longo da vida enquanto a pessoa permanece a mesma. As folhas de uma árvore, flores e frutos mudam mas sua característica permanece imutável. É uma lei da vida que elementos de permanência e mudança devam coexistir em uma equação harmoniosa. Apenas um sistema de vida capaz prover para ambos esses elementos pode atender todas as ânsias da natureza humana e todas as necessidades da sociedade humana. Os problemas básicos da vida permanecem os mesmos em todas as épocas e climas, mas as formas e meios de resolvê-los e as técnicas para lidar com o fenômeno passam por mudanças com a passagem do tempo. O Islã coloca em foco uma nova perspectiva sobre esse problema e tenta resolvê-lo de forma realista. O Alcorão e a Sunnah contêm a orientação eterna dada pelo Senhor do universo. Essa orientação vem de Deus, que é livre de limitações de tempo e espaço e, como tal, os princípios de comportamento individual e social revelados por Ele são baseados na realidade e são eternos. Mas Deus revelou apenas princípios gerais e capacitou o homem com a liberdade de aplicá-los em cada época da forma adequada ao espírito e condições daquela época. É através do ijtihad (esforço intelectual para chegar à verdade) que as pessoas de todas as épocas tentam implementar e aplicar a orientação divina aos problemas de seus tempos. Assim, a orientação básica é de natureza permanente, enquanto que o método de sua aplicação pode mudar de acordo com necessidades peculiares de cada época. Por isso o Islã permanece sempre novo e moderno como a manhã. Registro Completo dos Ensinamentos Preservado Por fim, mas não menos importante, existe o fato de que os ensinamentos do Islã foram preservados em sua forma original. Como resultado, a orientação de Deus está disponível sem adulteração de qualquer tipo. O Alcorão é o livro revelado e palavra de Deus, que existe pelos últimos mil e quatrocentos anos. Continua disponível em sua forma original. Relatos detalhados da vida do Profeta e de seus ensinamentos estão disponíveis em sua pureza primitiva. Não houve nenhuma mudança nesse registro histórico único. Os ditos e o registro inteiro da vida do Profeta foi trazido até nós com uma precisão e autenticidade sem precedentes nas obras de Hadith e na Sira (a biografia do Profeta). Até críticos não-muçulmanos admitem esse fato eloquente. Existem algumas características únicas do Islã que estabelecem suas credenciais como religião do homem, a religião de hoje e a religião de amanhã. Esses aspectos apelaram para milhões de pessoas no passado e no presente e as fez afirmar que o Islã é a religião da verdade e o caminho certo para a humanidade. Não há dúvida de que esses aspectos continuarão a apelar para ainda mais pessoas no futuro. Homens de coração puro e que buscam sinceramente pela verdade continuarão sempre a dizer: “Afirmo que não existe ninguém merecedor de adoração exceto Deus, que é Único, sem compartilhar Sua autoridade, e afirmo que Muhammad é Seu Servo e Profeta.” Gostaríamos de concluir com as seguintes palavras atribuídas a George Bernard Shaw: Sempre tive a religião de Muhammad em alta estima por causa de sua maravilhosa vitalidade. É a única religião que me parece possuir aquela capacidade assimiladora para as fases em mutação da existência, fazendo-a apelar para todas as épocas. Eu o estudei – o homem maravilhoso – e em minha opinião longe de ser um anticristo, ele deve ser chamado de Salvador da Humanidade. Acredito que se um homem como ele assumisse a ditadura do mundo moderno, teria sucesso na solução de seus problemas de uma forma que traria a paz e a felicidade muito necessárias. Profetizei sobre a fé de Muhammad de que seria aceitável para a Europa de amanhã como está começando a ser aceita para a Europa de hoje.

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