ENCICLOPÉDIA MINEIRA: Prof. Marcos Tadeu Cardoso

Um projeto do Prof. Marcos Tadeu Cardoso, um livro publicado narrando a história das principais cidades Mineiras.
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vila Viçosa
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Coordenadas: 38° 46' 36" N, 7° 25' 1" W
Vila Viçosa Brasão de Vila Viçosa Bandeira de Vila Viçosa
Brasão Bandeira
[[Ficheiro:|250px]]
Localização de Vila Viçosa
Gentílico Calipolense
Área 194,62 km²
População 8 871 hab. (2001)
Densidade populacional 45,58 hab./km²
N.º de freguesias 5
Presidente da
Câmara Municipal Não disponível
Fundação do município
(ou foral) 1270
Região (NUTS II) Alentejo
Sub-região (NUTS III) Alentejo Central
Distrito Évora
Antiga província Alto Alentejo
Orago Nossa Senhora da Conceição,
Padroeira de Portugal
Feriado municipal 16 de Agosto
Código postal 7160
Endereço dos
Paços do Concelho Praça da República
7160 - 207 Vila Viçosa
Sítio oficial CM Vila Viçosa
Endereço de
correio electrónico geral@cm-vilavicosa.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg

Vila Viçosa é uma vila portuguesa, no Distrito de Évora, região Alentejo e subregião do Alentejo Central, com 5 400 habitantes.

É sede de um município com 194,62 km² de área e 8 871 habitantes (2001), subdividido em cinco freguesias. O município é limitado a norte e leste pelo município de Elvas, a sul pelo Alandroal, a oeste pelo Redondo e a noroeste por Borba.

Em Vila Viçosa mantiveram-se os duques de Bragança durante vários séculos até à Proclamação da República as suas propriedades e o magnífico Paço Ducal de Vila Viçosa.
Castelo de Vila Viçosa
Índice
[esconder]

* 1 Freguesias
* 2 História
* 3 Educação
* 4 Geografia
* 5 Economia
* 6 Cultura
o 6.1 Património Arquitectónico
o 6.2 Museus
o 6.3 Heráldica
o 6.4 Gastronomia
o 6.5 Associações/Instituições
o 6.6 Grupos Musicais
o 6.7 Festas e Romarias
o 6.8 Geminações
o 6.9 Meios de Comunicação Social
* 7 Presidente da Câmara Municipal
* 8 Calipolenses Ilustres
* 9 Referências

[editar] Freguesias

As freguesias de Vila Viçosa são as seguintes:

* Bencatel
* Ciladas
* Conceição (Vila Viçosa)
* Pardais
* São Bartolomeu (Vila Viçosa)

População do concelho de Vila Viçosa (1801 – 2004)
1801 1849 1900 1930 1960 1981 1991 2001 2004
5697 5821 7163 8444 9974 8546 9068 8871 8745
[editar] História
Paço Ducal de Vila Viçosa

Vila Viçosa foi ocupada pelos romanos e muçulmanos até ser conquistada em 1217 durante o reinado de D. Afonso II. D. Sancho II,em1270 recebe foral de D. Afonso III vendo o seu nome mudado de Vale Viçoso para Vila Viçosa. O foral é bastante idêntico ao de Monsaraz, Estremoz e Santarém, atribuindo grandes regalias a Vila Viçosa. No século XIV, D. Dinis manda erigir o Castelo de Vila Viçosa.

Na Crise de 1383-1385, o comendador-mor da Ordem de Avis, Vasco Porcalho, traiu e, tomando o partido de Castela, apossou-se de Vila Viçosa com duzentos e cinquenta homens seus e duzentos castelhanos, o que obrigou a população a fugir para Borba[1]. Um ano e alguns meses depois, na debandada geral que se seguiu à batalha de Aljubarrota, Vasco Porcalho e a sua hoste abandonaram quer a vila quer o castelo[2]. Em 1461 Vila Viçosa passou a fazer parte do Ducado de Bragança. Em 1500, Jaime I de Bragança foi convidado a regressar à corte por D. Manuel I, sendo-lhe restituídos os títulos e as terras do ducado. Em 1502 com o início da construção do Paço Ducal de Vila Viçosa, Vila Viçosa tornou-se a sede do Ducado de Bragança. Em 1512, Vila Viçosa recebe o foral de D. Manuel I.

Durante o domínio filipino, Vila Viçosa, era sede da maior corte ducal da Península Ibérica. Em 1640, um grupo de conspiradores convenceu o então João II, Duque de Bragança a aceitar o trono de Portugal, tornando-se a 1 de Dezembro de 1640, D. João IV (1640-1656) dando início à Dinastia de Bragança. A partir desta data, Vila Viçosa, perdeu fulgor e tornou-se na residência real de férias. Em 1646, João IV de Portugal ofereceu a coroa de Portugal a Nossa Senhora da Conceição como agradecimento pela boa campanha da Guerra da Restauração, tornando-se Nossa Senhora da Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal. A partir desta data, mais nenhum Rei de Portugal usou a coroa.

Em 1755, Vila Viçosa foi fortemente abalada pelo Terramoto de 1755. No início do século XIX, Vila Viçosa foi saqueada durante as Invasões Francesas.

Com a Proclamação da República a 5 de Outubro de 1910, Vila Viçosa caiu em decadência, devido ao objectivo dos republicanos em apagar todos os vestígios da monarquia. Contudo, na década de 1930, com a exploração dos mármores (Mármore de Estremoz) e abertura do Paço Ducal de Vila Viçosa para turismo, Vila Viçosa começou a modificar-se até aos dias de hoje. Actualmente, como acontece com muitas cidades alentejanas, sua população encontra-se em diminuição, cujo principal factor responsável é a emigração para outras regiões de Portugal ou mesmo do estrangeiro.
[editar] Educação

* Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa
* Creche "A Casinha"
* Jardim de Infância de Vila Viçosa
* Jardim de Infância de Bencatel
* Jardim de Infância de São Romão
* Escola EB1 do Carrascal
* Escola EB1 do Castelo
* Escola EB1 de Bencatel
* Escola EB1 c/ JI de Pardais
* Escola EB1 de S. Romão
* Escola EB2 D. João IV
* Escola Secundária c/ 3º Ciclo Públia Hortênsia de Castro

[editar] Geografia
Escultura em mármore de Vila Viçosa do artista Pedro Roque. Museu do mármore de Vila Viçosa

Vila Viçosa está situada a 4 km de Borba, a 9 km do Alandroal, a 17 km de Estremoz, a 30 de Elvas, a 58 km de Évora, a 40 km de Espanha e a 212 km de Lisboa. O concelho compreende as serras de Borba, Vigária e d'Ossa. É ainda atravessado pela Ribeira d'Asseca, um afluente do Guadiana.
[editar] Economia

A economia do concelho de Vila Viçosa assenta essencialmente na indústria de extracção e transformação do mármore. O mármore de Vila Viçosa é reconhecido a nível mundial, e Vila Viçosa é conhecida a nível nacional como Capital do Mármore. O segundo sector económico mais importante do concelho, é o turismo, recebendo Vila Viçosa anualmente cerca de cem mil turistas. A agro-pecuária é ainda uma importante fonte de receitas para o concelho.
[editar] Cultura
[editar] Património Arquitectónico
Vista de Vila Viçosa a partir do castelo
Castelo de Vila Viçosa
Igreja de Nossa Sra Conceicão, Vila Viçosa

* Paço Ducal de Vila Viçosa
* Palácio Matos Azambuja ou Casa dos Arcos
* Castelo de Vila Viçosa
* Chafariz d'El-Rei
* Convento da Esperança
* Convento das Chagas de Cristo
* Convento de Santa Cruz
* Igreja e Convento dos Agostinhos
* Convento dos Capuchos
* Cruzeiro da Serpente ou da Lapa
* Ermida de S. Bento
* Ermida de S. João Baptista
* Ermida de S. Luís
* Ermida de S. Tiago
* Ermida de S. Jerónimo
* Estátua de D. Álvaro de Abranches da Câmara (conjurado de 1640)
* Estátua Equestre de João II, Duque de Bragança
* Monumento com busto ao Dr. Couto Jardim
* Busto do Dr. Jeremias Toscano
* Busto de Florbela Espanca
* Busto de Henrique Pousão
* Busto de Públia Hortênsia de Castro
* Busto do Padre Joaquim Espanca
* Igreja de São João Evangelista
* Igreja e Jardim do Santuário de Nossa Senhora da Lapa
* Pelourinho de Vila Viçosa
* Igreja de São Domingos
* Paço do Bispo
* Ermida de S. Eustáquio
* Igreja do Espirito Santo
* Porta do Nó
* Porta dos Nós
* Fonte da Biquinha
* Tapada Real
* Igreja de St. António
* Igreja de Nossa Senhora da Piedade
* Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
* Varandinha dos Namorados

[editar] Museus

* Paço Ducal de Vila Viçosa
* Museu dos Coches
* Museu da Caça
* Museu da Arqueologia
* Museu da Arte Sacra
* Museu do Mármore


[editar] Heráldica

A constituição heráldica das Armas do concelho de Vila Viçosa fundamenta-se em três privilégios - três excepcionais honrarias que a Vila Viçosa couberam no decurso da história. São eles, por ordem cronológica:

1. Ter sido aqui estabelecida a Corte da Casa de Bragança e Estado de Bragança, pertença dos nobres mais poderosos do país, depois da família reinante;
2. Ter sido proclamada pelas Cortes de 1646, Padroeira de Portugal a imagem de Virgem da Conceição, venerada na igreja matriz;
3. Ter sido o Castelo um baluarte heróico na defesa de Portugal, sobretudo quando em 1665, resistiu durante oito dias ao assalto do poderosíssimo exército castelhano.

Cada uma das peças (símbolos ou signos) do Brasão tem, pois, relação com um desses factos gloriosos.

ASPA : Conjunto de duas faixas - a banda e a contrabanda - que se cruzam em em forma de X. A Aspa também se chama «Cruz de Santo André», por ter sido uma cruz deste tipo o instrumento de suplício em que foi torturado este Santo. A Aspa, de cor vermelha, apresenta cinco escudetes azuis, situando-se um deles na região central da cruz. Disposição idêntica se vê nas Armas Nacionais, na Bandeira das Quinas de Portugal.

(A Aspa é uma referência à Corte da Casa e Estado de Bragança, porque o 1º Duque de Bragança, Afonso de Bragança, tomou por Armas uma aspa vermelha e sobre ela cinco escudetes das Quinas de Portugal).

Quinas de Portugal: estão relacionadas com o chamado Milagre de Ourique. É tradição que, na véspera da Batalha de Ourique contra os Mouros, Jesus Cristo apareceu pregado na cruz ao primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques, prometendo-lhe a vitória na peleja e a sua protecção a favor do novo reino. Em recordação deste sucesso, o monarca, adoptou por brasão as cinco chagas de Cristo representadas por cinco escudetes dispostos em cruz, apresentando cada escudete cinco marcas circulares chamadas besantes ou moedas. A contagem das moedas, dá o total de trinta, contando-se duas vezes as do escudete do centro da cruz. As trinta moedas simbolizam os trinta dinheiros recebidos pelo traidor Judas.

(As duas Quinas do Brasão de Portugal, que figuram nas Armas de Vila Viçosa, significam que as lutas pela defesa da Pátria, tão importantes elas foram).

Tanto a Aspa como as duas Quinas «estão em chefe». Quer isto dizer que esses símbolos se situam no terço superior do campo do escudo. O terço inferior chama-se contrachefe.

Torres torreadas: São de esmalte vermelho e aberturas azuis. É uma torre rematada por outra mais pequena.

(Simbolizam o Castelo, e a cor vermelha significa a sua extraordinária importância histórica nas lutas da independência nacional).

Imagem de uma santa: Esta imagem vestida de prata, com o manto azul e uma auréola de nove estrelas, o crescente sob os pés e este sobre o globo terrestre de esmalte azul e envolvido numa serpente de prata.

(Simboliza a Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal, venerada na Igreja de Santa Maria do Castelo).

Esta figuração da Imaculada fundamenta-se na visão do Profeta João - identificado como o Apóstolo S. João - que no Apocalipse escreveu: «depois, apareceu um grande sinal no céu - uma mulher revestida de Sol, tendo a Lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça».

Também pintores célebres dos séculos XVI e XVII, como Murilo, Tintoreto e outros, fixaram na tela representações da Imaculada Conceição, idênticas à que figura no Brasão Calipolense.

Serpente: Representa a serpente referida no Génesis (Antigo Testamento) - «Então o Senhor disse à serpente:

- Por teres feito isto (induzir a mulher a comer o fruto proibido), serás maldita entre todos os animais..., rastejarás sobre o teu ventre..., e a mulher esmagar-te-à a cabeça ao tentares mordê-la no calcanhar». (Na essência, a serpente simboliza as forças do mal, o Demónio, que hostiliza a doutrina de Deus).

COROA MURAL DE QUATRO TORRES : É a peça que encima o escudo e, é a coroa estabelecida por lei para caracterizar as vilas.

Significado das cores e esmaltes

Ouro : Indica fé, constância e fidelidade, atributos evidenciados pelos calipolenses através dos tempos. Por isso o campo das armas é de ouro.

Azul : Exprime lealdade, zelo e caridade, qualidades demonstradas pelos moradores de Vila Viçosa nas lutas pela independência e liberdade do Povo Português.

Vermelho : Simboliza guerras e vitórias, e põe em destaque os actos heróicos praticados no Castelo desde o século XIV ao XIX.

O actual Brasão Calipolense foi confirmado oficialmente pela Portaria de 27 de Junho de 1934, assinada, curiosamente, por um calipolense, o Sr. António Gomes Pereira, à data Ministro do Interior, e que anteriormente havia desempenhado os cargos de Presidente do Município de 'Vila Viçosa e Governador Civil de Évora e de Setúbal.

In Torrinha, Alexandre; (1982), "Há tanta ideia perdida"
[editar] Gastronomia

* Açorda
* Arroz-doce
* Azeitonas
* Azevias
* Bolo Finto
* Cozido à Alentejana
* Enchidos
* Ensopado de Borrego
* Filhó
* Gaspacho
* Migas
* Nógado
* Pezinhos de Coentrada
* Queijadas
* Queijos
* Sericá
* Sopa da Panela
* Sopa de Tomate
* Sopa de Batata
* Sopa de Cachola
* Sopa de Beldroegas
* Sopa de Cação
* Sopa de Cebola
* Sopa Dourada
* Tibornas
* Toucinho do Céu

[editar] Associações/Instituições

* Agrupamento Nº 639 do C.N.E.
* Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa
* Cáritas Paroquial de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
* ContagiArt - Associação Jovem de Vila Viçosa
* Grupo de Amigos de Vila Viçosa
* Grupo Desportivo Bairrense
* Grupo de Teatro de Amadores de Vila Viçosa
* O Calipolense, Clube Desportivo de Vila Viçosa
* Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa
* Sociedade Filarmónica União Calipolense
* Universidade Sénior de Vila Viçosa

[editar] Grupos Musicais

* Grupo de Música Tradicional Portuguesa "Alento do Alentejo"
* Banda de Apartamento "rustYheads"

[editar] Festas e Romarias

* Festas dos Capuchos - 2º fim-de-semana de Setembro
* Solenidade da Imaculada Conceição - 8 de Dezembro

[editar] Geminações

Vila Viçosa está geminada com:

* Villaviciosa (desde 2005)
* Villaviciosa de Córdoba (desde 2005)
* Villaviciosa de Odón (desde 2005)
* Olivença (desde 29 de Abril de 2007)
* Sigüenza (desde 26 de Abril de 2008)

[editar] Meios de Comunicação Social

* Rádio Campanário - Voz de Vila Viçosa (90.6Mhz)
* Revista de Cultura Callipole

[editar] Presidente da Câmara Municipal

Engº. Luís Filipe Braguez Caldeirinha Roma
[editar] Calipolenses Ilustres

* João IV de Portugal
* Florbela Espanca
* Padre Joaquim Espanca
* Túlio Espanca
* Henrique Pousão
* Bento de Jesus Caraça
* Públia Hortênsia de Castro
* Dr. Couto Jardim
* Dr. Jeremias Toscano
* Martim Afonso de Sousa
* Fradique de Portugal


Referências

1. ↑ Crónica de el-rei D. João I, de Fernão Lopes, capítulos XCIX a CI
2. ↑ Crónica de el-rei D. João I, de Fernão Lopes, 2.ª parte, capítulo LXI

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