Belo Horizonte (pron. [bɛloɾiˈzõtʃi][7]) é um município brasileiro, capital do estado de Minas Gerais.
Cercada pela Serra do Curral, que lhe serve de moldura natural e referência histórica, foi planejada e construída para ser a capital política e administrativa do estado mineiro sob influência das ideias do positivismo, num momento de forte apelo da ideologia republicana no país.[8]
De acordo com estimativas de 2009, sua população é de 2 452 617 habitantes,[9] sendo a sexta cidade mais populosa do país. Belo Horizonte já foi indicada pelo Population Crisis Commitee, da ONU, como a metrópole com melhor qualidade de vida na América Latina e a 45ª entre as 100 melhores cidades do mundo.[10]
A cidade tem o quarto maior PIB entre os municípios brasileiros,[11] representando 1,38% do total das riquezas produzidas no país.[12] Uma evidência do desenvolvimento da cidade nos últimos tempos é o ranking da revista América Economía, no qual Belo Horizonte aparece como uma das 10 melhores cidades para fazer negócios da América Latina em 2009, segunda do Brasil e à frente de cidades como Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba.[13]
A Região Metropolitana de Belo Horizonte, formada por 34 municípios, possui uma população estimada em 5.397.438 habitantes,[14][15] sendo a terceira maior aglomeração populacional brasileira, sétima da América Latina e 62º maior do mundo.[16]
Belo Horizonte é uma das 12 cidades brasileiras que serão sede dos jogos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014,[17] e uma das subsedes dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.[18]Na imensa faixa de terras ao largo do Rio das Velhas assenhoradas pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva (mais tarde Anhanguera II), veio seu primo e futuro genro João Leite da Silva Ortiz à procura de ouro a ocupar em 1701 a Serra dos Congonhas (mais tarde Serra do Curral) e suas encostas, em que estabeleceu a Fazenda do Cercado, base do núcleo do Curral del Rei, onde desenvolveu uma pequena plantação e criou gado, com numerosa escravatura.[19] O povoamento aos poucos foi se firmando, de forma tal que em 1707 já aparecia citada em documentos oficiais. Em 1711, a carta de sesmaria é obtida por Ortiz, com a concessão da área que "começava do pé da Serra do Curral, até a Lagoinha, estrada que vai para os currais da Bahia, que será uma légua, e da dita estrada correndo para o rio das Velhas três léguas por encheio".[20] Conforme trecho da carta de sesmaria, à ortografia da época, concedida por Antônio Albuquerque Coelho de Carvalho:[21]
Cquote1.svg Faço saber aos q'. esta minha Carta de Sesmaria virem q', havendo respto. ao q'. por sua petição me enviou a dizer João Leyte da Silva, q'. ele suppte., em o ano passado de 1701 fabricou fazenda em as minas no distrito do Rio das Velhas em a paragem aonde chamão o Sercado, e na dita fazda. teve plantas e criações, de que sempre pagou dízimos e situou gado vacum, tudo em utelidade da fazenda real e conveniência dos minros. (…) Cquote2.svg
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Ortiz dedicou-se especialmente ao plantio de roças, criação e negociação de gado, trabalhos de engenho e, provavelmente, a mineração de ouro nos córregos. O progresso da fazenda atraiu outros moradores e um arraial começou a se formar, tornando-se um dos pontos de concentração dos rebanhos transitados pelo registro das Abóboras, vindos do sertão da Bahia e do São Francisco para o abastecimento das zonas auríferas.[22]
Apoiado na pequena lavoura, na criação e comercialização de gado e na fabricação de farinha, o arraial progrediu. A topografia da região favoreceu o estabelecimento de uma povoação dada à agricultura e à vida pastoril. Os habitantes deram o nome de Curral del Rei, por causa do cercado ou curral ali existente, em que se reunia o gado que havia pago as taxas do rei, segundo a tradição corrente. O arraial contava com umas 30 ou 40 cafuas cobertas de sapé e pindoba, entre as quais foi erguida uma capelinha situada à margem do córrego Acaba-Mundo (onde hoje se encontra a catedral), tendo à frente um cruzeiro e ao lado um rancho de tropas.[23]
Algumas poucas fábricas, ainda primitivas, instalaram-se na região, donde se produzia algodão e se fundia ferro e bronze. Das pedreiras, extraía-se granito e calcário, e frutas e madeiras eram comercializadas para outros locais. Das trinta ou quarenta famílias inicialmente existentes, a população saltou para a marca de 18 mil habitantes.[24][25]
Em 1750, por ordem da Coroa, foi criado o distrito de Nossa Senhora da Boa Viagem do Curral, então sede da freguesia do mesmo nome instituída de fato em 1718 em torno de capela ali construída pelo Padre Francisco Homem, filho de Miguel Garcia Velho. Elevado à condição de freguesia em 1780,[26] mas ainda subordinado a Sabará, o Curral del Rei englobava as regiões (ou curatos) de Sete Lagoas, Contagem, Santa Quitéria (Esmeraldas), Buritis, Capela Nova do Betim, Piedade do Paraopeba, Brumado, Itatiaiuçu, Morro de Mateus Leme, Neves, Aranha e Rio Manso. No centro do arraial, os devotos ergueram a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem. Com a extinção dos curatos, a jurisdição do Curral del Rei viu-se novamente reduzida ao primeiro arraial, com sua população de 2.500 habitantes, que chegou a 4.000 moradores já ao fim do século XIX.[24][25]
O seguinte trecho do relatório enviado à Cúria de Mariana pelo vigário Pe. Francisco de Paula Arantes, conservada a ortografia, relata a paisagem característica da região à época:[25]
Cquote1.svg A Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem de Curral del Rei está situada em campos amenos na extensa planície de sua serra donde manão imensas fontes de cristalinas e saborosas águas; o clima da região he temperado; a atmosphera he salutifera; está circulada de pedras e mais materiais onde se podem fazer soberbos edifícios; a natureza criou este logar para sua formosa e linda cidade, si algum dia for auxiliada esta lembrança. Cquote2.svg
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O Arraial de Curral del Rei (1896).
Porém, enquanto Vila Rica, Sabará, Serro Frio e outros núcleos mineradores se constituíam em centros populosos e ricos, Curral del Rei e sua vocação para o comércio do gado sertanejo estacionou em seu desenvolvimento, não oferecendo lucro que fixasse ao solo uma população como a de outros lugares.[27] O apogeu de Ouro Preto perdurou até o fim do século XVIII, quando as jazidas esgotaram-se e o ciclo do ouro deu lugar à pecuária e agricultura, criando novos núcleos regionais e inaugurando uma nova identidade estadual.
A região de montanhas negras que vai de Ouro Preto à região do Curral del Rei, com uma área de aproximadamente 7.160 km² e reservas próximas a 29 bilhões de toneladas de minério de ferro, formam o local conhecido como Quadrilátero Ferrífero.[28] Para entrar na era que então se anunciava, deixando para trás o passado monárquico, os sócios do Clube Republicano do arraial propuseram a mudança de seu nome para Belo Horizonte. Assim, em 1890, o arraial do município de Sabará tornou-se Belo Horizonte.
A então capital de Minas Gerais, a cidade de Ouro Preto, não apresentava alternativas viáveis ao desenvolvimento físico urbano, o que gerou a necessidade da transferência da capital para outra localidade.[29] Com a República e a descentralização federal, as capitais tiveram maior relevo: ganhava vigor a ideia de mudança da sede do governo mineiro, pois a antiga Ouro Preto era travada pela topografia.
Comissão Construtora no campo de obras.
O governador Augusto de Lima encaminhou ao Congresso Mineiro a questão, que reunido em Barbacena, em sessão de 17 de dezembro de 1893, indicou pela lei n. 3, adicional à Constituição Estadual, a disposição de que a mudança da capital ocorresse para local que reunisse as condições ideais. Cinco localidades foram sugeridas: Juiz de Fora, Barbacena, Paraúna, Várzea do Marçal e Belo Horizonte. A comissão técnica, chefiada pelo engenheiro Aarão Reis, julgou em igualdade de condições Belo Horizonte e Várzea do Marçal, decidindo-se ao final pela última localidade. Voltou o Congresso a se pronunciar, e depois de novos e extensivos debates, institui-se que a capital fosse construída nas terras do arraial de Belo Horizonte.[24][25]
Inauguração de Belo Horizonte, em 12 de dezembro de 1897.
O local escolhido oferecia condições ideais: estava no centro da unidade federativa, a 100 km de Ouro Preto, o que muito facilitava a mudança; acessível por todos os lados embora circundado de montanhas; rico em cursos d'água; possuidor de um clima ameno, numa altitude de 800 metros. A área destinada à nova capital parecia um grande anfiteatro entre as Serras do Curral e de Contagem, contando com excelentes condições climatológicas, protegida dos ventos frios e úmidos do sul e dos ventos quentes do norte, e arejada pelas correntes amenas do oriente que vinham da serra da Piedade ou das brisas férteis do oeste que vinham do vale do Rio Paraopeba. Era um grande vale cercado por rochas variadas e dobradas, com longa e perturbada história geológica, solos rasos, pouco desenvolvidos, de várias cores, às vezes arenosos e argilosos, com idade aproximada de 1 bilhão e 650 milhões de anos.[30]
Em 1893, o arraial foi elevado à categoria de município e capital de Minas Gerais, sob a denominação de Cidade de Minas. Em 1894, foi desmembrado do município de Sabará. No mesmo ano, os trabalhos de construção foram iniciados pela Comissão Construtora da Nova Capital, chefiada por Aarão Reis, com o prazo de 5 anos para o término dos trabalhos. Em maio de 1895, Aarão Reis foi substituído pelo engenheiro Francisco de Paula Bicalho. Ao 12 de dezembro de 1897, em ato público solene, o então presidente de Minas, Crispim Jacques Bias Fortes, inaugurou a nova capital. A cidade, que já contava com 10 mil habitantes em sua inauguração, custou aos cofres estaduais a importância de 36 mil contos de réis. Em 1901, a Cidade de Minas teve seu nome modificado para o atual, em virtude da dualidade de nomes, já que o distrito e a comarca se chamavam Belo Horizonte.[24][25]
[editar] O projeto de Aarão Reis
Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, Belo Horizonte foi a primeira cidade brasileira moderna planejada.[31][32] Elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, a Avenida do Contorno.
Trecho do relatório escrito por Aarão Reis, engenheiro-chefe da Comissão Construtora da Nova Capital, sobre a planta definitiva de Belo Horizonte, aprovada pelo Decreto nº 817 de 15 de abril de 1895:
Cquote1.png Foi organizada, a planta geral da futura cidade dispondo-se na parte central, no local do atual arraial, a área urbana, de 8.815.382 m², dividida em quarteirões de 120 m x 120 m pelas ruas, largas e bem orientadas, que se cruzam em ângulos retos, e por algumas avenidas que as cortam em ângulos de 45º.
Às ruas fiz dar a largura de 20 metros, necessária para a conveniente arborização, a livre circulação dos veículos, o trafego dos carros e trabalhos da colocação e reparações das canalizações subterrâneas. Às avenidas fixei a largura de 35 metros, suficiente para dar-lhes a beleza e o conforto que deverão, de futuro, proporcionar à população (…)''
Cquote2.png
Planta geral da cidade de Belo Horizonte (1895).
Entretanto, Aarão Reis não queria a cidade como um sistema que se expandiria indefinidamente. Entre a paisagem urbana e a natural foi prevista uma zona suburbana de transição, mais solta, que articulava os dois setores através de um bulevar circundante, a Avenida do Contorno, bastante flexível e que se integrava perfeitamente na composição essencial. A concepção do plano fundia as tradições urbanísticas americanas e europeias do século XIX. O tabuleiro de xadrez da primeira era corrigido por meio das amplas artérias oblíquas, e espaços vazios, uma preocupação constante com as perspectivas monumentais que provinha do Velho Mundo, com marcadas influências de Haussmann.
Belo Horizonte surgia como uma tentativa de síntese urbana no final do século XIX. O objetivo de se criar uma das maiores cidades brasileiras do século XX era atingido. Porém, o plano de Belo Horizonte pertencia a sua época, seu conceito estava embasado em fundamentos do século anterior.
O projeto da cidade foi inspirado no modelo das mais modernas cidades do mundo, como Paris e Washington. Os planos revelavam algumas preocupações básicas, como as condições de higiene e circulação humana. A cidade foi dividida em três principais zonas: a área central urbana, a área suburbana e a área rural.[30]
Praça Sete e Avenida Afonso Pena.
A área central urbana receberia toda a estrutura urbana de transportes, educação, saneamento e assistência médica, e abrigaria os edifícios públicos dos funcionários estaduais. Ali também deveriam se instalar os estabelecimentos comerciais. Seu limite era a Avenida do Contorno, que à época se chamava 17 de Dezembro. A região suburbana, formada por ruas irregulares, deveria ser ocupada mais tarde e não recebeu de imediato a infraestrutura urbana. A área rural seria composta por cinco colônias agrícolas com inúmeras chácaras e funcionaria como um cinturão verde, abastecendo a cidade com produtos hortigranjeiros.[30]
Para a concretização do projeto, o arraial de Curral del Rei foi completamente destruído, com a transferência de seus habitantes para outro local. Sem condições de adquirir os terrenos valorizados da área central, os antigos moradores foram empurrados para fora da cidade, principalmente para Venda Nova. Acreditava-se que os problemas sociais seriam evitados com a retirada dos operários após a conclusão das obras, o que na prática não ocorreu. A cidade foi inaugurada às pressas, ainda inacabada. Os operários, em meio às obras, não foram retirados e, sem lugar para ficar, formaram favelas na periferia da cidade juntamente com os antigos moradores do Curral del Rei.[30]
Comissão Construtora da Nova Capital.
A inauguração da cidade encerrava um período mais do que iniciava outro. Mostrava preocupações com a pesquisa urbanística, arquitetônica e construtiva bastante excepcionais para a sua época. Sem dúvida indicou uma tendência promissora para o urbanismo no Brasil. As novas construções se opunham ao barroco colonial, tentando apagar as lembranças do passado. O Brasil independente buscava seu estilo no ecletismo desse tempo. Os primeiros conjuntos urbanos se definiam. A Praça da Liberdade aparecia como grande paço municipal, com as Secretarias de Estado e o Palácio do Governo. O Parque Municipal, embora com seu traçado inicial modificado, se implantava no local previsto. A Praça da Estação, a Avenida Santos Dumont, a Rua da Bahia e a Avenida Afonso Pena faziam parte de diversas imagens de época que contavam a trajetória da cidade.
A expansão urbana extrapolou em muito o plano original. Quando foi iniciada sua construção, os idealizadores do projeto previram que a cidade alcançaria a marca de 100 mil habitantes apenas quando completasse 100 anos. Em 1997, ano do centenário, a cidade possuía mais de 2 milhões de pessoas. Essa falta de visão se repetiu em toda a história da cidade, que jamais teve um planejamento consistente que previsse os desafios da grande metrópole que se tornaria.
Aos poucos, pequenas fábricas instalaram-se, a energia elétrica ampliou-se, as obras foram retomadas, os transportes melhoraram e começaram a surgir praças e jardins que deram uma nova paisagem. O número de empregos cresceu, chegaram novos habitantes, a vida social e cultural começou a se agitar. A indústria ganhou impulso na década de 1920 e inauguraram-se grandes obras, surgiram novos bairros sem planejamento e, com eles, sérios problemas urbanos.
[editar] A expansão
Vista parcial do centro de Belo Horizonte no início da década de 1930. Em primeiro plano, a avenida Afonso Pena.
A nova capital foi o maior problema do governo do Estado no início do regime: construída após vencer muitos obstáculos, ela permaneceu em relativa estagnação devido à crise financeira. Ligações ferroviárias com o sertão e o Rio de Janeiro puseram a cidade em comunicação com o interior e a capital do país. O desenvolvimento foi mínimo até 1922.
Pelas proclamadas virtudes de seu clima, a cidade tornou-se atrativa, especialmente para o tratamento da tuberculose: multiplicaram-se os hospitais, pensões e hotéis, mas até 1930 exerceu função quase estritamente administrativa. Foi também na década de 1920 que surgiu em Belo Horizonte a geração de escritores de raro brilho que iria se destacar no cenário nacional. Carlos Drummond de Andrade, Ciro dos Anjos, Pedro Nava, Alberto Campos, Emílio Moura, João Alphonsus, Milton Campos, Belmiro Braga e Abgar Renault se encontravam no Bar do Ponto, na Confeitaria Estrela ou no Trianon para produzir os textos que revolucionaram a literatura brasileira.
Nos anos 1930, Belo Horizonte se consolidava como capital, não isenta de críticas e de louvores. Deixava de ser uma teoria urbanística para ser uma conquista humana, algo para ser não somente visto, mas para ser vivido também. Nesta época o município já contava com 120.000 habitantes e passava por problemas de ocupação, gerando uma crise de carência de serviços públicos. Necessitava de um novo planejamento para que se recuperasse a cidade moderna.
Praça Raul Soares em meados da década de 1930.
As construções que mais marcaram este período são o Cine Brasil, de 1931; o Edifício Chagas Dória, de 1934, do arquiteto Alfredo Marestrof; o Edifício Ibaté, de 1935, de Ângelo Murgel; o Edifício Sulacap, de 1941, de Roberto Capello, com sua interessante articulação com o Viaduto de Santa Teresa; o Edifício Acaiaca, de 1943, de Luís Pinto Coelho; a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, de 1935; o Hospital da Santa Casa, de 1946, e o Edifício do Banco do Brasil, de 1942, ambos de Raffaelo Berti.
Estas obras representavam um primeiro momento do modernismo na cidade. Abandonava-se o ecletismo dos anos 1920 em função de um racionalismo temperado com elementos da art-déco, da Bauhaus, ou mesmo elementos decorativos de origem indígena, como no Edifício Acaiaca. Contraditoriamente, Ouro Preto, a cidade espontânea, apresentava contínuos urbanos muito bem definidos, e Belo Horizonte, a cidade planejada, se articulava através de seus volumes soltos.
No início da década de 1940, a cidade dobrou sua população, bem mais do que o previsto pela Comissão Construtora e passou por uma grande modernização. Consolidava-se a verticalização de sua área central. Esboçavam-se planos diretores no sentido de reorganizar a expansão da cidade. Abriam-se novas avenidas de fundo de vale. Tentava-se cadastrar a cidade. Reconhecia-se a crise habitacional como grave problema social.
Vista noturna da avenida Afonso Pena em fins da década de 1950.
A década de 1940 trouxe o avanço da industrialização, além da criação do Complexo Arquitetônico da Pampulha, inaugurado em 1943 por encomenda do então prefeito Juscelino Kubitschek. O conjunto da Pampulha reuniu os maiores nomes do modernismo brasileiro, com projetos de Oscar Niemeyer, pinturas de Portinari, esculturas de Alfredo Ceschiatti e jardins de Roberto Burle Marx. Ao mesmo tempo, o arquiteto Sílvio de Vasconcelos também criou muitas construções de inspiração modernista, notadamente as casas do bairro Cidade Jardim, que ajudaram a definir a fisionomia da cidade.
Na década de 1950, a população da cidade dobrou novamente, passando de 350 mil para 700 mil habitantes. Como resposta ao crescimento desordenado da cidade, o prefeito Américo René Gianetti deu início à elaboração de um Plano Diretor para Belo Horizonte.
Na década de 1960, muitas demolições foram feitas, transformando o perfil da cidade, que passou, então, a ter arranha-céus e asfalto no lugar de árvores. Belo Horizonte ganhou ares de metrópole. A conurbação da cidade com municípios vizinhos se ampliou.
Ainda na década de 1960, a cidade atingiu mais de 1 milhão de habitantes. Nessa época, os espaços vazios do município praticamente se esgotaram, e o crescimento populacional passou a se concentrar nos municípios conurbados a Belo Horizonte, como Sabará, Contagem, Betim, Ribeirão das Neves e Santa Luzia. Na tentativa de resolver os problemas causados pelo crescimento desordenado, foi instituída a Região Metropolitana de Belo Horizonte e foi criado o Plambel, que desencadeou diversas ações visando a conter o caos metropolitano.
[editar] A história recente
A Praça do Papa.
Praça da Liberdade.
A década de 1980 foi marcada pela valorização da memória da cidade, com a alteração na orientação do crescimento. Vários edifícios de importância histórica foram tombados. Foi iniciada a implantação do metrô de superfície. Iniciada em 1984 e concluída em 1997, a canalização do Ribeirão Arrudas pôs fim ao problema das enchentes ao centro da capital. Contudo, vários problemas surgiram e alguns permaneceram. Um deles foi a degradação da Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais da cidade, que se tornara uma lagoa praticamente morta devido à poluição de suas águas.
Em 1980, aproximadamente 850.000 pessoas tomaram a então Praça Israel Pinheiro (conhecida como Praça do Papa) para receber o próprio Papa João Paulo II. Diante da multidão de fiéis e da vista privilegiada da cidade, o papa ali exclamou: "Pode-se olhar as montanhas e Belo Horizonte, mas sobretudo quando se olha para vocês, é que se deve dizer: que belo horizonte!",[33] o que provavelmente colaborou para que a praça ficasse conhecida hoje por este nome.
A cidade foi palco ainda de grandes manifestações visando a queda da ditadura militar no Brasil, sob a liderança de Tancredo Neves, na época governador do estado. A fisionomia urbana foi novamente alterada com a proliferação de prédios em estilo pós-moderno, especialmente na afluente Zona Sul da cidade, graças à influência de um grupo de arquitetos liderado por Éolo Maia. Na mesma década, a cidade também passou a ser servida pelo Aeroporto Internacional de Confins, localizado no município de Confins, a 38 km do centro da capital.
Vista noturna de Belo Horizonte.
A cidade moldada pela Serra do Curral.
A década de 1990 foi marcada pela valorização dos espaços urbanos e pelo reforço da estrutura administrativa do município, com a aprovação em 1990 da Lei Orgânica do Município e do Plano Diretor da cidade, em 1996. A gestão municipal se democratizou com a realização anual do Orçamento participativo. O desafio ainda em curso diz respeito ao fortalecimento da gestão integrada da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que reúne 34 municípios que devem cooperar entre si para a resolução de seus problemas comuns. Espaços públicos como a Praça da Liberdade, a Praça da Assembleia e o Parque Municipal, que se encontravam abandonados e desvalorizados, foram recuperados e a população voltou a frequentá-los e a cuidar de sua preservação.
Nesta primeira década do século XXI, Belo Horizonte tem se destacado pelo desenvolvimento do setor terciário da economia: o comércio, a prestação de serviços e setores de tecnologia de ponta (destaque para as áreas de biotecnologia e informática). Alguns dos investimentos recentes nesses setores são a implantação do Parque Tecnológico de Belo Horizonte,[34] do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Google para a América Latina[35][36] e do moderno centro de convenções Expominas.[37] O turismo de eventos, com a realização de congressos, convenções, feiras, eventos técnico-científicos e exposições, tem fomentado o crescimento dos níveis de ocupação da rede hoteleira e do consumo dos serviços de bares, restaurantes e transportes. A cidade também vem experimentando sucesso no setor artístico-cultural, principalmente pela políticas públicas e privadas de estímulo desse setor, como a realização de eventos fixos em nível internacional e o crescimento do número de salas de espetáculos, cinemas e galerias de arte. Por tudo isso, a cada ano a cidade se consolida como um novo polo nacional de cultura.[38][39]
[editar] Geografia
[editar] Relevo
Zoneamento altimétrico de Belo Horizonte.
Região de contato entre séries geológicas diferentes do proterozoico, compostas de rochas cristalinas, o que dá ao território paisagens diferenciadas. Insere-se na grande unidade geológica conhecida como cráton do São Francisco, referente ao extenso núcleo crustal do centro-leste do Brasil, estável tectonicamente no final do paleoproterozoico e margeando áreas que sofreram regeneração no neoproterozoico.[40][41]
Predominam as rochas arqueanas integrantes do Complexo Belo Horizonte e sequências supracrustais do período paleoproterozoico. O domínio do Complexo Belo Horizonte integra a unidade geomorfológica denominada Depressão de Belo Horizonte, que representa cerca de 70% do território da capital mineira e tem sua área de maior expressão ao norte da calha do Ribeirão Arrudas. O domínio das sequências metassedimentares tem sua área de ocorrência a sul da calha do Ribeirão Arrudas, constituindo cerca de 30% do território de Belo Horizonte. As características deste domínio são as diversidades litológicas e o relevo acidentado que encontra expressão máxima na Serra do Curral, limite sul do município.[40][41]
Serra do Curral vista de dentro do Parque das Mangabeiras.
Engloba uma sucessão de camadas de rochas de composição variada, representada por itabiritos, dolomitos, quartzitos, filitos e xistos diversos, de direção geral nordeste-sudeste e mergulho para o sudeste.[40][41]
As serras de Belo Horizonte são ramificações da Cordilheira do Espinhaço e pertencem ao grupo da Serra do Itacolomi. Contornando o município estão as Serras de Jatobá, José Vieira, Mutuca, Taquaril e Curral. O ponto culminante do município encontra-se na Serra do Curral, atingindo 1.538 metros.[40][41] A sede da capital mineira encontra-se a 852,19 metros de altitude. A maior área está entre 751 e 1000 metros, de norte para sudoeste. As menores altitudes ocorrem a nordeste, entre 650 e 750 metros; as maiores, nos limites a sul e sudeste, entre 1001 e 1150 metros nas encostas, podendo atingir 1500 metros, no topo da Serra do Curral.[3]
[editar] Hidrografia
Localizada na Bacia do São Francisco, Belo Horizonte não é banhada por nenhum grande rio, mas por seu solo passam ribeirões e vários córregos, em sua maioria canalizados. A capital é atendida por duas sub-bacias, do Ribeirão Arrudas e do Ribeirão da Onça, afluentes do Rio das Velhas. As duas sub-bacias estão situadas na região do Alto Velhas e abrangem os municípios de Belo Horizonte e Contagem, que somam uma área de 525,58 km² e localizadas na margem esquerda do Rio das Velhas. Trata-se da região mais urbanizada da bacia, com uma população estimada em 2.776.543 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE de 2000.[42]
Macrodrenagem de Belo Horizonte e Bacias Elementares.
O Ribeirão Arrudas atravessa a cidade de oeste para leste. Mais ao norte, integrando a bacia do Onça, corre o Ribeirão Pampulha, represado para formar o reservatório de igual nome, um dos recantos de turismo e lazer da cidade. O Ribeirão Arrudas deságua no município de Sabará e o Ribeirão da Onça no município de Santa Luzia, ambos no Rio das Velhas.
Os ribeirões Arrudas e da Onça são responsáveis pela drenagem da maior parte dos esgotos da Região Metropolitana de Belo Horizonte e sofrem ainda com a diminuição das áreas de drenagem e ocupação desordenada de encostas e fundos de vale, problemas causados pela intensa ocupação das áreas dessas sub-bacias. Logo que esses cursos d'água despejam suas águas no Rio das Velhas, é observada uma acentuada degradação da qualidade do rio.
O processo de urbanização do município procurou esconder os cursos d'água. A canalização foi uma prática usual e seguia um certo ritual. Inicialmente, os córregos serviam de drenagem dos esgotos e resíduos industriais, o que provocava sua morte biológica. Consequentemente, ele passava a ser foco de vetores e era canalizado. A orientação atual da administração municipal é pela não canalização desses cursos d'água.
Lagoa da Pampulha (ao fundo, o Mineirinho e o Mineirão, respectivamente).
Nestes ribeirões, não são encontrados peixes na maior parte de sua extensão. Entretanto, em alguns afluentes em melhores condições, como por exemplo nas drenagens do Parque das Mangabeiras, ainda podem ser encontrados lambaris e pequenos cascudos. Na represa da Pampulha, pertencente à sub-bacia do ribeirão da Onça, existem cerca de 20 espécies, algumas delas exóticas, como a tilápia, de origem africana.[42]
A cidade, que se encontra na Bacia do São Francisco, sofre com o abandono da concepção inicial de se fazer o tratamento dos esgotos ou a depuração pelo solo, decidindo-se pelo lançamento das águas sem tratamento prévio em seus córregos e ribeirões. Isto desencadeou um longo processo de poluição.
Os trajetos dos córregos e ribeirões não foram utilizados como referências naturais na composição do traçado da área urbana planejada inicialmente, embora estivessem à vista em vários trechos da cidade em seus primeiros anos. Todos eles seriam progressivamente canalizados em seus percursos dentro do perímetro da Avenida do Contorno.
Ao longo desse processo, os córregos, primeiro, foram canalizados a céu aberto, sendo gradativamente cobertos por avenidas sanitárias. Os esgotos seriam despejados nesses cursos d'água sem nenhum tratamento, transformando definitivamente a paisagem e ocultando a natureza debaixo da terra. A visualização da passagem dos córregos pela cidade foi sacrificada, cedendo aos imperativos da necessidade funcional da fluidez e do aumento da largura das ruas para o tráfego de veículos. Surgiram algumas importantes avenidas, como Avenida Silviano Brandão (canalização do córrego da Mata), Avenida Dom Pedro II (canalização do Córrego do Pastinho), Avenida Nossa Senhora do Carmo e Uruguai (canalização do córrego Acaba-Mundo).
Canalização do Ribeirão Arrudas no cruzamento com a Avenida do Contorno, na década de 1920.
O início da ocupação da Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentou um padrão urbano bastante precário, que trouxe as marcas do improviso, do inacabado e da carência absoluta, originando um significativo comprometimento imediato do meio ambiente, devido à devastação da cobertura vegetal, à ocupação de várzeas e à poluição, cada vez maior, das bacias do Ribeirão Arrudas e do Ribeirão da Onça.
Como na bacia do Arrudas, observou-se o agravamento das condições sanitárias da bacia do Ribeirão da Onça-Pampulha. Contribuintes do Rio das Velhas, ambas receberam esgotos domésticos e industriais in natura da região urbana de Belo Horizonte, constituindo-se no maior poluidor do Rio das Velhas e, por extensão, da bacia do Rio São Francisco.
Um importante fator responsável pela degradação desses cursos d'água é a aglomeração de indústrias, especialmente as siderúrgicas, que também passaram a lançar os seus efluentes sem nenhum tratamento prévio nos cursos d'água.
Ribeirão Arrudas, entre os bairros Santa Tereza e Esplanada.
A Estação de Tratamento de Esgoto do Arrudas (ETE Arrudas) foi a primeira de Belo Horizonte, iniciando suas atividades em outubro de 2001 e está localizada no município de Sabará. A Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão da Onça (ETE Onça), localizada no bairro Ribeiro de Abreu (região norte do município) foi inaugurada em 2006 e tem capacidade para tratar 1,8 mil litros de esgoto por segundo, o que corresponde a 155 milhões de litros diariamente. Com as duas ETEs em funcionamento, Belo Horizonte e Contagem têm capacidade para tratar 100% de seus efluentes.[42][43]
Sob o ponto de vista da moderna engenharia ambiental e sanitária, a qualidade de vida na cidade seria mais alcançada se seus cursos d´água tivessem sido conservados naturais e incorporados à vida urbana com parques lineares e com largas avenidas e bulevares a média distância de suas margens. Não tendo sido feito este planejamento ambiental, a especulação imobiliária e a corrida das empreiteiras da construção civil agiram indiscriminadamente.[44]
[editar] Clima
O clima de Belo Horizonte é classificado como tropical de altitude (tipo Cwa segundo Classificação climática de Köppen-Geiger), característica advinda de sua altitude média de 900 metros acima do nível do mar e da latitude de 19,9ºS e longitude de 43,9ºW, em que o período de verão registra chuvas e temperaturas elevadas, enquanto o inverno é caracterizado por baixas temperaturas e pouca precipitação.
A temperatura é amena durante o ano, variando em média de 15°C a 28°C,[45] sendo a média anual de 21º.[46] O mês mais frio geralmente é julho, com uma temperatura mínima absoluta registrada de -4,1°C. O mês mais quente costuma ser janeiro, com uma temperatura máxima absoluta registrada de 35,4°C.
A cidade conta com a proteção da Serra do Curral, que barra os ventos mais fortes. A umidade relativa do ar gira em torno de 65% e a média anual de chuvas é de 1600mm, sendo mais frequentes de outubro a março.[47] Belo Horizonte está localizada cerca de 300 km distante do mar.
As diferenças entre as quatro estações anuais não costumam ser tão pronunciadas como em localidades de climas temperados e os climatologistas dizem que, na maior parte do território brasileiro, podemos caracterizar duas estações anuais bem vistas (uma quente e úmida de outubro a março, e uma mais fria e seca de abril a setembro). As características mais bem vistas do clima tropical é enchentes/inundações no verão e queimadas no inverno. Ambas situações bem vividas na capital mineira e entorno.
[Esconder]Nuvola apps kweather.svg Médias meteorológicas para Belo Horizonte Weather-rain-thunderstorm.svg
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Média alta °C (°F) 28.2
(83) 28.8
(84) 28.6
(83) 27.5
(82) 26
(79) 25
(77) 24.6
(76) 26.5
(80) 27.2
(81) 27.7
(82) 27.5
(82) 27.3
(81)
Média baixa °C (°F) 18.8
(66) 19
(66) 18.8
(66) 17.3
(63) 15
(59) 13.4
(56) 13.1
(56) 14.4
(58) 16.2
(61) 17.5
(64) 18.2
(65) 18.4
(65)
Precipitação mm (polegadas) 296.3
(11.67) 188.4
(7.42) 163.5
(6.44) 61.2
(2.41) 27.8
(1.09) 14.1
(0.56) 15.7
(0.62) 13.7
(0.54) 40.5
(1.59) 123.1
(4.85) 227.6
(8.96) 319.4
(12.57)
Fonte: TEMPO AGORA[48] 2010
[editar] Flora
Quaresmeira, árvore-símbolo da cidade.[49]
Apesar de sua área estar quase que completamente urbanizada, a cidade possui vários parques urbanos e áreas verdes que abrigam mananciais e várias espécies de vegetais e animais. Também são uma alternativa para a prática de atividades recreativas e culturais.
A cidade está situada em uma linha de transição entre a mata atlântica e o cerrado. Assim, observam-se em suas áreas verdes espécies dos dois biomas, como açoita-cavalo, angico, aroeira, barbatimão, braúna, cabiúna, cambota, candeias, cassia, cedro, cipó-de-são-joão, copaíba, coqueiro macaúba, embaúba, erva-de-bicho, fedegosa, gabiroba, ingá, jacarandá, jatobá, vinhático, mangueira, paineira, pau-brasil, pau-santo, pimenta-de-macaco, pau-ferro, quaresmeira, salsaparrilha, sangue-de-drago, sucupira, sucupira-do-cerrado e outras.
De julho a agosto, as ruas de Belo Horizonte ficam ornamentadas pelos ipês-amarelos, rosas e roxos. Outras árvores encontradas facilmente pelas ruas da cidade são os jacarandás-paulistas, com suas delicadas flores lilás, as espatódeas, as bauinias e as paineiras.[50]
Mico-estrela, mamífero-símbolo de Belo Horizonte.
[editar] Fauna
Estima-se que habitam na cidade cerca de 100 espécies de aves. As espécies mais comuns são sabiá-laranjeira, fi-fi-verdadeiro, tico-tico, saí-bico-fino, bem-te-vi e o beija-flor.
Habitam os parques gaviões, sanhaços, corujas, gambás, micos-estrela (escolhido como mamífero-símbolo de Belo Horizonte[51]), teiús, esquilos, marias-pretas, tatus, calangos, bicos-de-lacre, almas-de-gato, pássaros-pretos, jacus, inhambus, sapos, rãs, pererecas, caxinguelês e coelhos.
Espécies inéditas de rãs e um girino foram descobertas no Parque das Mangabeiras, na década de 1980. O girino é uma espécie de leptodactilídeo (Crossodactylus trachystomus). As outras espécies também leptodactilídeas são do gênero Hylodes e do gênero Eleutherodactylus.[50]
[editar] Demografia
Belo Horizonte atualmente é o sexto município mais populoso do Brasil com 2 452 617 habitantes,[9] atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e, mais recentemente, Brasília. Isso não se deve à área do município, mas à saturação das áreas disponíveis, o que tem incentivado fortemente a verticalização das construções no município e a especulação imobiliária nas cidades da região metropolitana mais próximas da capital como Nova Lima, Santa Luzia e Contagem, entre outras. Entretanto, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, composta por 34 municípios e uma população estimada em 5.397.438 habitantes,[14][15] é a terceira maior aglomeração urbana do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. A região metropolitana da cidade é o 62º maior aglomerado urbano do mundo e o sétimo da América Latina (atrás da Cidade do México, São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Bogotá e Lima).[16]
Evolução demográfica de Belo Horizonte (1900-2009), em hab.[52][53][9]
[editar] Etnias
A população belo-horizontina é marcada pela miscigenação étnica. Na imagem, um grupo de estudantes de escolas públicas da cidade.
Belo Horizonte é uma cidade multirracial, fruto de intensa migração. O seu povoamento foi efetuado de forma gradual principalmente por migrantes atraídos do interior mineiro, além de outras regiões de outros estados e imigrantes oriundos de várias partes da Europa.[54][55] Vieram brancos, negros e mestiços de diversas origens, o que contribuiu para o equilíbrio entre o número de pessoas brancas, pardas e pretas. Segundo o censo de 2000 do IBGE, em pesquisa de autodeclaração, a população de Belo Horizonte é composta por brancos (53,57%), pardos (37,24%), pretos (8,04%), indígenas (0,34%) e amarelos (0,19%).[56]
[editar] Estudo genético
Um estudo genético realizado com pessoas de Belo Horizonte revelou que a ancestralidade dos belo-horizontinos é: 66% europeia, 32% africana e apenas 2% indígena.[57]. O estudou condiz com o passado de ocupação do estado de Minas Gerais e de sua capital. Minas Gerais foi povoada sobretudo no século XVIII, quando houve uma grande imigração portuguesa para a região. Neste século chegaram ao Brasil aproximadamente 600 mil portugueses, a esmagadora maioria deles se fixou na região mineradora. No mesmo período houve um enorme fluxo de escravos de origem africana para as minas, advindos de Angola ou trazidos da Bahia, estes sendo originários de outra região africana, a denominada Costa da Mina. Também houve afluxo de pessoas de outras regiões do Brasil, portanto já miscigenadas entre brancos, negros e índios. Os indígenas de Minas Gerais foram massacrados durante a colonização, e isso explica porque atualmente os belo-horizontinos possuem tão baixa ancestralidade indígena. Houve portanto grande miscigenação entre portugueses e africanos, com o predomínio dos primeiros.[58]
Belo Horizonte foi povoada por migrantes oriundos do interior de Minas. O grande afluxo de colonos portugueses no século XVIII formou o grupo mais importante na formação da população mineira, inclusive do belo-horizontino, seguido pela contribuição do escravo africano que foi também bastante grande. No século XIX houve movimentos migratórios de alemães para Minas Gerais, mas sobretudo de italianos, que eram numerosos em Belo Horizonte. O Anuário Estatístico do Brasil de 1908-1912 aponta que a população belo-horizontina em 1900 era de 13.472 pessoas, e em 1912 de 38.822 pessoas, sendo que 34.450 brasileiros e 4.372 estrangeiros (Anuário Estatístico de Minas Gerais 1921, 1925). O recenseamento de 1920 conta 50.703 brasileiros e 4.824 estrangeiros como moradores de Belo Horizonte, a maioria deles italianos.[59].
A população de Belo Horizonte é, portanto, bastante miscigenada, havendo um predomínio de ancestralidade europeia (66%), principalmente de antigos colonos portugueses do século XVIII e em menor medida de imigrantes italianos do final do século XIX. Em seguida vem a contribuição africana (33%), sobretudo do século XVIII quando Minas Gerais tinha a maior população escrava de todo o Brasil. Por último uma mínima contribuição indígena (2%), como dos Maxakalí, Krenak, Aranã e Xacriabá, que na região viviam durante o período colonial e foram exterminados, deixando poucos traços para a população de Belo Horizonte.[60].
Europeus
Ver artigos principais: Imigração italiana em Minas Gerais e Imigração portuguesa no Brasil.
Um dos primeiros grupos a habitar a cidade foram imigrantes italianos. Em Belo Horizonte, os primeiros italianos chegaram para trabalhar na construção da nova capital, em 1897. Nos arredores do município foram criadas três colônias agrícolas: Barreiros, Carlos Prates e Américo Werneck. Ali foram assentadas famílias italianas, com o intuito de trabalharem na agricultura para abastecer a cidade com alimentos. Com o crescimento da cidade, essas colônias foram engolidas e urbanizadas e muitos italianos passaram a se dedicar à fabricação de tijolos, enquanto outros se tornaram industriais e comerciantes. Atualmente calcula-se que aproximadamente 30% da população belo-horizontina tenha ascendência italiana.[61][62] Os imigrantes e seus descendentes contribuíram ativamente para o desenvolvimento da agricultura, da indústria, do comércio e da identidade cultural da cidade, inclusive sendo fundadores do Cruzeiro Esporte Clube, antigo Palestra Itália, um dos maiores times de futebol da América do Sul.
Depois dos italianos, foram os espanhóis o grupo de imigrantes que chegou em maior número em Minas Gerais no final do século XIX. Trabalharam sobretudo nos núcleos coloniais nos arredores de Belo Horizonte.[63] Houve também um contingente substancial de imigrantes portugueses.
O desenvolvimento do comércio e da indústria deve muito ao esforço de acumulação de capital dos imigrantes italianos, portugueses e espanhóis e de outras nacionalidades, em menor escala.
Negros
A cidade conta com uma população afrodescendente desde o início da ocupação da cidade, com a migração dessa população proveniente do interior do estado procurando melhores condições de vida na nova capital.[64]
No bairro Grajaú, região oeste da capital, vive a Comunidade dos Luízes, com aproximadamente 100 pessoas. A sua formação começou com Ana Apolinária Lopes, que viveu com um grande proprietário de terras, com o qual teve nove filhos - todos com sobrenome Luiz. Ana ficou com uma área equivalente a 62 hectares no município de Nova Lima, que posteriormente foi trocada com uma multinacional na região da capital, alvo de especulação imobiliária.[65]
Árabes
Ver artigo principal: Imigração árabe no Brasil
A imigração de povos árabes para Minas Gerais se fez notar no início do século XX. Embora chamados de turcos, eram provenientes da Síria e Líbano e, segundo o censo de 1920, 8.684 sírio-libaneses viviam em Minas. Dedicados em sua imensa maioria ao comércio, os árabes chegaram a monopolizar esta atividade em várias cidades do interior de Minas Gerais.[66] Em Belo Horizonte, participaram ativamente no comércio.
Outros brasileiros
A maior parte desse enorme fluxo migratório veio do interior do próprio estado, desde o início da ocupação da área da capital mineira. A maior proporção dessa migração provém dos municípios menores e de regiões rurais da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do Vale do Aço.[67]
Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da cidade.
[editar] Religião
Ver página anexa: Lista de igrejas de Belo Horizonte
Tal qual a variedade cultural verificável em Belo Horizonte, são diversas as manifestações religiosas presentes na cidade. De acordo com dados do censo de 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),[56] a população de Belo Horizonte é composta majoritariamente por católicos (68,84%), evangélicos (18,10%), pessoas sem religião (8,04%) e espíritas (2,75%). Há também as Testemunhas de Jeová (0,50%) e os Mórmons (0,25%). Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente cristã, é possível encontrar atualmente na cidade algumas religiões não-cristãs tais como o judaísmo (0,08%), o budismo (0,06%) e o islamismo (0,01%). Também é considerável o número de praticantes de religiões afro-brasileiras como a umbanda (0,20%) e o candomblé (0,07%).[56]
Igreja Católica Romana
A Igreja Católica inclui o território do município de Belo Horizonte e mais 28 municípios na circunscrição eclesiástica da Arquidiocese de Belo Horizonte. As dioceses sufragâneas da arquidiocese são a Diocese de Divinópolis, a Diocese de Luz, a Diocese de Oliveira e a Diocese de Sete Lagoas. A sé arquiepiscopal está na Catedral da Nossa Senhora da Boa Viagem.
Interior da Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem.
A cidade possui algumas igrejas com grande valor artístico, como a Igreja São Francisco de Assis, na Pampulha. O projeto arquitetônico da igreja é de Oscar Niemeyer e cálculo estrutural de Joaquim Cardoso. Seu interior abriga a Via Sacra, constituída por catorze painéis de Cândido Portinari, considerada uma de suas obras mais significativas. Os painéis externos são de Cândido Portinari (painel figurativo) e de Paulo Werneck (painel abstrato). Os jardins são assinados por Burle Marx. Alfredo Ceschiatti esculpiu os baixos-relevos em bronze do batistério.
Outros santuários que merecem ser destacados são a Basílica Nossa Senhora de Lourdes com seu estilo neogótico, no bairro de Lourdes, a Igreja São José, no hipercentro e a Igreja São Judas Tadeu, no bairro da Graça.
A Igreja Católica reconhece como padroeira da cidade Nossa Senhora da Boa Viagem.[68]
Catedral da IURD.
Igrejas Protestantes
A cidade possui os mais diversos credos protestantes, incluindo denominações históricas, renovadas e neoevangélicas. Alguns exemplos são a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, a Igreja Cristã Maranata, Igreja Luterana, a Igreja Presbiteriana, a Igreja Metodista, a Igreja Episcopal Anglicana, a Igreja Batista, a Congregação Cristã no Brasil, Assembleia de Deus, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja do Evangelho Quadrangular, a Igreja Universal do Reino de Deus, entre outras.
No Brasil, verificou-se uma aceleração da expansão do número de fiéis das denominações pentecostais na última década do século XX. Contudo, essa expansão já ocorre de modo constante há meio século, com adeptos desde os extratos mais pobres da população às classes médias, incluindo empresários, profissionais liberais, atletas e artistas.[69]
[editar] Política
Ver página anexa: Prefeitos de Belo Horizonte
Juscelino Kubitschek, ex-prefeito de Belo Horizonte.
Como capital de Minas Gerais, a cidade respira política. Grandes articulações de impacto nacional foram e são realizadas em lugares como o Palácio da Liberdade, o Café Pérola e o Café Nice. Vários prefeitos de Belo Horizonte vieram a se tornar governadores do estado e dois foram presidentes da República, Venceslau Brás Pereira Gomes e Juscelino Kubitschek de Oliveira. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, prefeito de Belo Horizonte e presidente do estado, à época da República Velha, foi o principal articulador da candidatura à presidência de Getúlio Vargas e da Revolução de 1930.[70] A cidade também é referência nacional em Orçamento Participativo.[71]
O Poder Executivo da cidade de Belo Horizonte é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal. A Lei Orgânica do Município determina que a ação administrativa do Poder Executivo será organizada segundo os critérios de descentralização, regionalização e participação popular, o que faz com que a cidade seja dividida em nove grandes regiões administrativas, cada uma das secretarias de administração regional funcionando como miniprefeituras e liderada por um secretário nomeado pelo prefeito.
Em dezembro de 2003, foi criada a Guarda Municipal de Belo Horizonte, que tem entre suas atribuições a proteção de órgãos, entidades e patrimônio da cidade, além da atuação na fiscalização, controle e orientação do trânsito. Subordinada a uma das secretarias de governo municipais, é limitada por lei a 3.000 homens. Apesar de serem autorizados a portar armas de fogo, a Guarda ainda não as utiliza em sua atividades.[72][73][74]
O Poder Legislativo é representado pela câmara municipal, composta por 41 vereadores eleitos para cargos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina um número mínimo de 33 e máximo de 41 para municípios com mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes).[75] Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo. Uma atribuição importante da câmara municipal é votar e aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA) elaborada pelo Executivo seguindo as diretrizes da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e os objetivos e metas propostos no Plano Plurianual (PPA). Devido ao poder de veto do prefeito, em períodos de conflito entre o Executivo e o Legislativo, o processo de votação deste tipo de lei costuma gerar bastante polêmica.
Prefeitura de Belo Horizonte, no centro da cidade.
Em complementação ao processo legislativo e ao trabalho das secretarias, existe também uma série de conselhos municipais, cada um deles versando sobre temas diferentes, compostos obrigatoriamente por representantes dos vários setores da sociedade civil organizada. A atuação e representatividade efetivas de tais conselhos, porém, são por vezes questionadas. Alguns dos conselhos municipais atualmente em atividade são o Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência, o do Idoso, o de Defesa do Consumidor, o dos Direitos da Mulher, o Antidrogas, o de Saúde, o de Educação, o de Assistência Social, o de Meio Ambiente, o de Juventude, o de Defesa Social, o da Criança e do Adolescente, dentre outros.[76]
Pertence também à prefeitura (ou é esta sócia majoritária em seus capitais sociais) uma série de empresas e autarquias responsáveis por aspectos diversos dos serviços públicos e da economia de Belo Horizonte:
Câmara Municipal de Belo Horizonte, no bairro Santa Efigênia.
* Empresa Municipal de Turismo (Belotur): empresa responsável pela organização de grandes eventos e pela promoção turística da cidade, está vinculada diretamente ao gabinete do prefeito.[77]
* Beneficência da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (BEPREM): previdência social municipal, fornece aos servidores atendimento médico, odontológico e psicológico, além de atividades culturais, de formação profissional e de lazer.[78]
* Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS): responsável pelo funcionamento dos sistemas de transporte público geridos pela prefeitura, como as linhas de ônibus municipais, e responsável pela fiscalização do trânsito e aplicação de multas (em cooperação com o DETRAN).[79]
* Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (URBEL): empresa de economia mista, é responsável por executar a política de habitação popular e coordenar e executar projetos de obras de urbanização de vilas e favelas em colaboração com as Secretarias de Administração Regionais Municipais.[80]
* Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (PRODABEL): responsável pela infraestrutura eletrônica e informática da prefeitura.[81]
* Superintendência de Limpeza Urbana (SLU): vinculada à Secretaria Municipal de Políticas Urbanas, essa autarquia executa os serviços cotidianos de coleta domiciliar de resíduos, varrição, capina e aterramento de resíduos, coleta seletiva e reciclagem, seja de papel, metal, plástico e vidro, seja de entulho e resíduos orgânicos.[82]
* Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP): é a empresa pública responsável pela elaboração e pela implementação da política de estruturação urbana da cidade.[83]
Por ser a capital do estado de Minas Gerais, a cidade também é sede do Palácio da Liberdade (governo estadual) e da Assembleia Legislativa.
Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
[editar] Região metropolitana
Ver artigo principal: Região Metropolitana de Belo Horizonte
O intenso processo de conurbação atualmente em curso na Grande BH vem criando uma metrópole cujo centro está em Belo Horizonte e atinge os municípios de Contagem, Betim, Nova Lima, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Ibirité, Vespasiano e Sabará.
Os limites do município são com o município de Vespasiano a norte, Santa Luzia a nordeste, Sabará a leste, Nova Lima a sudeste, Brumadinho a sul e Ribeirão das Neves, Contagem e Ibirité a oeste.
Também integram a região metropolitana os municípios de Baldim, Betim, Brumadinho, Caeté, Capim Branco, Confins, Esmeraldas, Florestal, Igarapé, Itaguara, Itatiaiuçu, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Rio Manso, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, Sarzedo e Taquaraçu de Minas.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte é constituída por 34 municípios, sendo a terceira maior aglomeração urbana do Brasil, com 5 397 438 habitantes.[14][15] Seu produto interno bruto (PIB) somava em 2005 cerca de 62,3 bilhões de reais,[84] dos quais aproximadamente 45% pertenciam ao município de Belo Horizonte.
[editar] Cidades-irmãs
A política das cidades-irmãs procura incentivar o intercâmbio entre cidades que têm algo em comum com Belo Horizonte. A troca de informações e o aumento do comércio entre elas são meios de tornar as cidades-irmãs mais próximas. Belo Horizonte possui 16 cidades-irmãs, que são:[85][86]
* Estados Unidos Austin, Estados Unidos (1965)[87]
* Angola Luanda, Angola (1968)[88]
* Líbano Zahle, Líbano (1974)[89]
* Espanha Granada, Espanha (1975)[90]
* Portugal Porto, Portugal (1986)[91]
* Bielorrússia Minsk, Bielorrúsia (1987)[92]
* Cuba Havana, Cuba (1995)[86]
* República Popular da China Nanjing, China (1996)[86]
* Estado da Palestina Belém, Palestina (2001)[93]
* Síria Homs, Síria (2001)[94]
* Nicarágua Masaya, Nicarágua (2002)[95]
* Líbia Trípoli, Líbia (2003)[96]
* Estados Unidos Fort Lauderdale, Estados Unidos (2003)[97]
* Honduras Tegucigalpa, Honduras (2004)[98]
* Equador Cuenca, Equador (2004)[99]
* Estados Unidos Newark, Estados Unidos (2006)[100]
[editar] Acordos de Cooperação
Acordos de cooperação são essenciais no processo de inserção da cidade, ao possibilitar a troca ou compartilhamento de experiências bem sucedidas em diferentes áreas, incluindo planejamento urbano, desenvolvimento de turismo, do meio ambiente e de atividades de educação. Belo Horizonte possui 4 acordos de cooperação em vigor:[86]
* Estados Unidos Chicago, Estados Unidos da América
* El Salvador San Salvador, El Salvador
* El Salvador Soyapango, El Salvador
* Itália Turim, Itália
[editar] Subdivisões
Ver página anexa: Bairros de Belo Horizonte
O município de Belo Horizonte está dividido em nove administrações regionais (Barreiro, Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova), cada uma delas, por sua vez, dividida em bairros. Criadas em 1983, a jurisdição das unidades administrativas regionais leva em conta a posição geográfica e a história de ocupação. Entretanto, há certos órgãos e instituições (companhias telefônicas, zonas eleitorais, etc.) que adotam uma divisão diferente da oficial.
Cabe às administrações regionais a desconcentração e descentralização administrativas no âmbito de suas respectivas jurisdições, para atendimento ao público e manutenção e execução de obras de pequeno porte, além de outras atividades. Os cargos de direção, assistência e assessoramento da administração regional são providos por atos do prefeito.[101]
A cidade compreende 148 bairros, alguns deles nacionalmente conhecidos, como a Savassi e a Pampulha.
Administrações Regionais
Regional População Superfície (km²) Densidade1
RegionaisBH.JPG
1 Barreiro 262.194 53,51 4.899,9
2 Centro-Sul 258.786 31,53 8.207,6
3 Leste 256.311 28,52 8.987,1
4 Nordeste 274.060 39,59 6.922,5
5 Noroeste 337.351 38,16 8.840,4
6 Norte 194.098 33,21 5.844,6
7 Oeste 268.124 33,39 8.030,1
8 Pampulha 145.262 47,13 3.082,2
9 Venda Nova 242.341 27,80 8.717,3
Bandeira Belo Horizonte.PNG Belo Horizonte2 2.452.617 330,95 7.410,8
Notas: (1)Os dados de população e área das regionais são do PNUD/2000.[102] (2)Os dados referentes à população do município são da projeção populacional do IBGE/2009.[9]
[editar] Economia
Ver artigo principal: Economia de Belo Horizonte
Composição econômica de Belo Horizonte Serviços
83,12%
Indústria
16,88%
Fonte: IBGE (em português) . Dados sobre Belo Horizonte
Belo Horizonte é a quarta cidade mais rica do Brasil[11] com 1,38% do PIB nacional,[12] atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Segundo dados da FJP, em 2008 seu PIB somou R$ 32.725.361.000,[103] o que equivale a aproximadamente 15,2% de toda produção de bens e serviços do estado. Segundo dados do IBGE, em 2007, o PIB per capita do município foi de R$ 13.636,00.[104] A capital tem 77.454 sedes de empresas legalizadas, que abarcam 1.025.205 pessoas ocupadas.[105]
Sua região metropolitana possui um PIB de aproximadamente R$ 74,16 bilhões, o que corresponde a 34,5% de todo o PIB mineiro em 2006.[106] Segundo dados do IBGE, a rede urbana de influência exercida pela cidade no resto do país abrange 9,1% da população e 7,5% do PIB brasileiro. A influência é percebida em 698 cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e de Minas Gerais.[107]
Ano PIB (R$ 1000) PIB per capita (R$)
2002 21 036 166 9 141
2003 23 305 046 10 020
2004 27 195 182 11 570
2005 28 386 694 11 951
2006 32 725 361 13 636
Fonte: IBGE.
Um dos maiores centros financeiros do Brasil, Belo Horizonte é caracterizada pela predominância do setor terciário em sua economia. Mais de 80% da economia do município se concentra nos serviços, com destaque para o comércio, serviços financeiros, atividades imobiliárias e administração pública.[11] Segundo dados do IBGE, em 2006 o setor agropecuário representou apenas 0,0005% de todas as riquezas produzidas na cidade.
O município está entre os sete municípios com a melhor infraestrutura do país.[108] Posicionada em um eixo logístico do Brasil, é servida por uma malha viária e ferroviária que a liga aos principais centros e portos do país. Recebe voos nacionais e internacionais através do Aeroporto de Confins e voos nacionais e regionais através do Aeroporto da Pampulha.
[editar] Setor secundário
Tecelagem da Companhia Renascença Industrial, em 1937.
As primeiras atividades produtivas que surgiram antecedem a fundação do município. O Arraial do Curral del-Rei produzia gêneros para o abastecimento da região mineradora, especialmente gado e produtos agrícolas. As primeiras atividades industriais surgiram no século XIX em Nova Lima, com a instalação da Saint John del Rey Mining Co., em 1834, e da Cia. Mineira de Fiação e Tecidos, em 1879, em Marzagão, distrito de Sabará. Outros empreendimentos surgiram, como um estabelecimento de fiação e tecelagem em 1838, no distrito de Neves Venda Nova; uma fundição de ferro e bronze em 1845, próximo à Lagoa Maria Dias, onde hoje é o cruzamento da avenida Paraná com a Rua Carijós, no centro de Belo Horizonte; uma fundição, no lugar denominado Cardoso, em 1885; e uma pequena manufatura de velas de sebo para fornecimento à Cia. de Morro Velho.[109]
A concepção inicial da cidade, planejada no final do século XIX, contemplava aspectos extremamente modernos da teoria urbanística, mas não previa a determinação de espaços destinados à atividade industrial, e nem tampouco para habitações populares ou proletárias.[109] Já nos primeiros anos, as atividades industriais surgiam voltadas para o mercado local, utilizando matérias-primas provenientes do setor primário e possuíam um baixo grau de mecanização, desde empresas produtoras de cerâmica a bebidas e cartões postais, do processamento de fumos à fabricação de balas e bombons.[110]
A montadora de veículos da FIAT sediada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Muitas empresas surgiram do esforço de acumulação de capital dos imigrantes italianos, portugueses e espanhóis e de outras nacionalidades, em menor escala. Em 1902, o prefeito Bernardo Monteiro baixou um decreto que regulava a concessão de terrenos a indústrias, associações e a venda a particulares. A partir de então, a Prefeitura passou a incentivar a industrialização ao fornecer energia gratuita a diversas indústrias durante um longo período. Estes incentivos perduraram até 1916, quando chegaram a representar 20% da arrecadação do município.[110]
Desde os anos 1970, ocorreu a chegada de grandes empresas multinacionais de bens de capital e a migração de indústrias para a área mineira da SUDENE, devido aos incentivos fiscais. A instalação da Refinaria Gabriel Passos, em 1968, aliada à instalação da FIAT Automóveis, em 1973, a primeira montadora fora do eixo Rio-São Paulo, estabeleceu um grande polo industrial no estado em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.[111] A Fiat hoje lidera a produção e as vendas no mercado do país, tornando-se a mais importante unidade produtora fora da Itália. Sua planta de Betim é a maior produtora de veículos da empresa no mundo. A entrada em operação da montadora de veículos e seu gradativo aumento de produção foi extremamente importante para a consolidação do segmento de bens de capital e de bens de consumo duráveis em Minas Gerais.[112]
As décadas de 80 e 90 foram marcadas por um longo período de recessão e estagnação econômica. A cidade passou a desenvolver e abrigar um parque industrial baseado nas indústrias não-poluentes e de alta tecnologia, tornando-se um dos mais importantes polos industriais do país, com empresas de ponta nas áreas de confecção, calçados, informática, alimentação, aparelhos elétricos e eletrônicos, perfumaria e turismo de negócios com estruturas produtivas leves, ampla terceirização de atividades e grandes investimentos em marketing e publicidade.[113]
[editar] Setor terciário
Com um diversificado setor de comércio e da prestação de serviços e contando com uma desenvolvida rede de hotéis, restaurantes e agências bancárias, Belo Horizonte é um dos principais polos de turismo de negócios do país, sediando importantes eventos nacionais e internacionais como o III Encontro das Américas em 1997,[114] o 26° Encontro Econômico Brasil-Alemanha em 1999,[115] a 47ª Reunião Anual do BID em 2006[116] e a Ecolatina em 2007.[117]
No início do século XX, a cidade se destacou como centro de comércio de gado e de redistribuição de mercadorias, beneficiada pela localização estratégica como passagem dos caminhos do comércio viajante e pelo posicionamento equidistante dos grandes polos consumidores do país e principais capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O diferencial de posicionamento permite que diversos tipos de eventos sejam captados para a capital mineira.[118] Belo Horizonte é também o Portão de Entrada para cidades históricas mineiras como Ouro Preto, Mariana, Sabará, Caeté, Santa Luzia, Congonhas, Diamantina, São João del-Rei e Tiradentes.
Edifício do banco Banif.
Outro fator importante deve-se à presença de um setor de serviços bastante significativo e com infraestrutura capaz de atender aos seus habitantes e aos visitantes. A rede hoteleira tem observado um crescimento considerável. No ano de 2003, ainda em meio a uma crise, a ocupação média dos hotéis obteve índices de 40%.[118] Como exemplo, o parque hoteleiro apresentou crescimento de 40,15% no número total de unidades habitacionais entre 1998 e 2005 e um aumento no número de apart-hotéis. Operam em Belo Horizonte cerca de 150 estabelecimentos incluindo grandes redes internacionais, como o Grupo Accor[118]
Recentemente, o município tem se destacado por sua capacidade de desenvolver duas modalidades de turismo: o turismo de eventos e o turismo cultural. Essa delineação do desenvolvimento do setor terciário da economia com o incremento do setor turístico integra a política de estímulo desse setor, que ganha reforços também no sucesso que a cidade vem experimentando na área artística-cultural.
A cidade tem realizado congressos, convenções, feiras, eventos técnico-científicos e exposições, causando uma grande movimentação na economia, aumentando os níveis de ocupação da rede hoteleira e do consumo dos serviços de bares, restaurantes e transportes. A cidade já foi sede de importantes eventos internacionais, como o 47ª Reunião Anual do BID, a Ecolatina, o Encontro das Américas e o Encontro Econômico Brasil-Alemanha.[118]
No Estudo de competitividade dos destinos indutores do turismo nacional realizado em 2008 pelo Ministério do Turismo, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Sebrae, Belo Horizonte se destacou nos aspectos de infraestrutura geral, marketing e capacidade empresarial. No estudo, a cidade alcançou médias superiores a 70% em oito das 13 dimensões analisadas. A maior pontuação do município foi no aspecto capacidade empresarial, que teve no estudo 86,1% de aproveitamento. A média das capitais brasileiras ficou em 72,1% e a média Brasil no mesmo item foi de 51%. A avaliação neste aspecto verificou as variáveis de qualificação profissional, presença de grupos nacionais e internacionais do setor turístico, número de empresas de grande porte, filiais e/ou subsidiárias. Na dimensão infraestrutura geral, Belo Horizonte obteve 80,5% de aproveitamento, enquanto a média das capitais brasileiras foi 70,5% e a média Brasil foi de 63,3%. O estudo analisou a saúde pública, energia, comunicação e facilidades financeiras, além de segurança e urbanização. Na dimensão marketing, a cidade se destacou no estudo, obtendo 84,5% do aproveitamento, frente à média de 46,3% das outras capitais e a média nacional de 37,7%. Nesse aspecto, foram avaliados planejamento, participação em feiras e eventos, material promocional e website.[119]
Muito do sucesso alcançado pela capital deve-se ao Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau, organização cooperativa de marketing com finalidade de captar congressos, feiras, convenções e eventos nacionais para Belo Horizonte e atrair grupos organizadores de turistas para a capital.[118] A utilização desse potencial, porém, tem esbarrado nas deficiências na malha viária. A malha rodoviária que liga Belo Horizonte às cidades do estado de Minas Gerais e aos demais estados foi classificada recentemente como uma das piores do país, segundo o SGP/DNER, quanto ao seu estado de conservação.[118]
[editar] Estrutura urbana
[editar] Saúde
Belo Horizonte tem os mesmos problemas na saúde pública que afligem todas as grandes metrópoles, possui um sistema de saúde pública considerado ruim segundo os dados recolhidos no banco de dados do SUS e do PNUD/2000.
Para os cerca de 2,5 milhões de habitantes da capital, há água encanada para 98% da população, energia elétrica para 99,8% e coleta de resíduos em 98,4% da casas. Em relação ao sistema de saúde, existem quatro médicos para cada mil habitantes de Belo Horizonte. No Brasil, a média é de 0,27 médico para cada mil habitantes. A mortalidade infantil até um ano de idade na capital mineira é de 27,25 mortes por mil nascidos vivos. No Brasil, a média é de 30,10 por mil. Ainda assim, a saúde pública sofre com a falta de recursos humanos na área da saúde. A razão se fundamenta nos baixos salários praticados pelo município e a falta completa de estrutura de referência (encaminhamento de um paciente de uma instalação de saúde para outra de maior complexidade) e contra-referência (encaminhamento de um paciente para o estabelecimento de origem e que o referiu, após a solução do caso que foi objeto de referência) no sistema.[120]
O Centro Metropolitano de Especialidades Médicas.
Belo Horizonte dispõe de um total de 36 hospitais, sendo um municipal, dois federais, sete estaduais e o restante filantrópicos e privados. Há cerca de 5.500 leitos na capital (3,2 leitos por mil habitante) e a rede conta com 141 postos de saúde, 150 ambulatórios e 507 equipes do Programa Saúde da Família (PSF), que dão cobertura a 76% da população da capital. Ainda assim, a qualidade do atendimento é precária, com filas e grande espera por especialistas médicos, além da frequente falta de medicamentos básicos nos postos de saúde e sobrecarga de demanda, o que torna o sistema cada vez mais precário. As urgências médicas do município, chamadas de unidades de pronto atendimento (UPAs) e os prontos atendimentos conveniados e do SUS também sofrem com a falta crônica de médicos, filas intermináveis e falta de estrutura geral de atendimento.[120]
Há ainda 26 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), sendo 22 básicas, quatro avançadas e uma com equipe especializada em atendimento à saúde mental. Há cerca de 15 mil profissionais de saúde em Belo Horizonte, dos quais 2.500 são agentes comunitários de saúde, e 1.200 fazem o serviço de controle de endemias, como a dengue.[120]
Toda essa estrutura custou aos cofres municipais R$ 158,46 por habitante,[121] com um repasse de recursos pelo SUS para o sistema municipal de saúde no valor de R$ 276,66 por habitante, em 2007.[121] A despesa total com saúde no município foi de R$ 415,53 por habitante e os gastos totais em valores absolutos (recursos próprios mais transferências do SUS) alcançaram R$ 1.002.636.625,58, em 2007.[121] Ainda em 2007, o município aplicou 18,8% de seu orçamento em saúde.[121]
Um dos grandes problemas do sistema de saúde de Belo Horizonte é a violência em algumas áreas da capital. A cidade é uma das regiões metropolitanas mais violentas do país. Com dificuldades para trabalhar em ambientes violentos, os profissionais do sistema de saúde pública deixam de prestar atendimento à população que vive nesses locais dominados pela criminalidade, o que compromete a cobertura de saúde. Há dezenas de postos de saúde em Belo Horizonte que não conseguem fixar profissionais por conta da criminalidade crescente na cidade.[120]
Um fato interessante é a grande quantidade de pessoas que vivem na região metropolitana de Belo Horizonte mas vêm buscar atendimento no sistema de saúde da capital. Belo Horizonte é uma das capitais que mais atendem no campo da internação pessoas do interior do estado. Cerca de 45% das internações em Belo Horizonte são de fora. Como comparação, no Rio de Janeiro são 18% e em São Paulo 11%. Para exemplificar o problema, recentemente foi realizado o cadastramento de uma fila de 30 mil pessoas para cirurgias eletivas e mais de metade das pessoas que disseram que moravam em Belo Horizonte não foram encontradas pelos agentes comunitários de saúde. Tudo isto contribui para inchar e precarizar ainda mais o já combalido sistema público de saúde de Belo Horizonte.[120]
[editar] Educação
Com 672 estabelecimentos de ensino fundamental, 587 estabelecimentos de ensino infantil, 251 escolas de nível médio e 49 instituições de nível superior, a rede de ensino da cidade é uma das mais extensas do país.[122] Ao total, são 639.352 matrículas e 153.284 docentes registrados.[122]
Educação em Belo Horizonte em números
Nível Matrículas Estudantes da rede pública (%) Docentes Escolas (total) Unidades de ensino da rede pública (%) Ano de referência
Educação infantil 41.306 40,32 2.653 587 14,99 2007
Ensino fundamental 349.342 81,89 15.973 672 55,95 2007
Ensino médio 118.225 82,04 6.295 251 59,36 2007
Ensino superior 130.479 20,48 10.333 49 10,20 2005
[editar] Indicadores
O fator educação do IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,929 – patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) [123] – ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de 4,6%, superior apenas à porcentagem verificada nas cidades de Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro e Vitória.[124] Nota-se que o analfabetismo vem se reduzindo nos últimos 30 anos, tanto no município como no país (no Brasil, a taxa de analfabetismo é de 13,6%).[125] Os maiores índices de analfabetismo na capital encontram-se nas faixas etárias que vão de 45 a 59 anos (7,0%) e de 60 anos ou mais (14,9%). Entre a população de 10 aos 19 anos de idade, a taxa de analfabetismo é de 1,5%, situando Belo Horizonte entre as cinco capitais brasileiras com menor número de analfabetos também nesta faixa etária.[125]
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, o município obteve a segunda colocação entre as capitais brasileiras.[126] Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2008, três escolas da cidade figuraram entre as 20 melhores do ranking, sendo os colégios Bernoulli, Santo Antônio e Colégio Coleguium os respectivos segundo, quarto e décimo terceiro colocados.[127] Contudo, em algumas regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência manifestada em assaltos, brigas e vandalismo costuma impor certas barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se em uma das causas preponderantes da evasão ou do aprendizado carencial.[128]
[editar] Ensino superior
Ver página anexa: Lista de instituições de ensino superior de Belo Horizonte
A cidade conta com 55 instituições de ensino superior que oferecem 704 cursos/habilitações.[129] Destacam-se importantes universidades públicas e privadas, muitas delas consideradas centros de referência em determinadas áreas.
As instituições públicas de ensino superior sediadas em Belo Horizonte são:
Vista da Reitoria no Campus Pampulha, em primeiro plano a FACE, e em segundo plano a Escola de Engenharia.
Praça de serviços, prédio da Biblioteca Universitária e, ao fundo, Departamento de Física do ICEx e ICB. Foto: Eber Faioli.
Faculdade de Direito da UFMG, no centro de BH.
* Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): instituição de referência de ensino superior, conta com 2.446 professores (sendo 65% doutores e 25% mestres, aproximadamente), possui 34.174 alunos e 645 grupos de pesquisa em 49 cursos de graduação, 56 opções de doutorado, 65 cursos de mestrado e 77 opções de especialização. A UFMG já ultrapassou a marca de 11.000 publicações científicas, 238 patentes nacionais e 55 patentes internacionais. Foi a instituição de ensino superior de melhor desempenho nas três edições do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE).[130] É considerada como instituição de referência para o resto do país.[131] A UFMG aparece como a 462° melhor instituição de ensino superior no "Ranking das 500 melhores universidades do planeta", divulgado em novembro de 2007 pelo Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, que avaliou e classificou o desempenho da produção científica em universidades do mundo todo.[132] Em 2008, segundo o ranking anual da Shanghai Jiao Tong University, da China, a UFMG foi uma das 400 melhores universidades do mundo.[133] A universidade destaca-se na área de biotecnologia, sendo considerada como um dos mais promissores polos de pesquisa em emergência no mundo.[134]
* Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG): fundado em 1910, é reconhecido nacionalmente pelo alto nível de qualidade de ensino oferecido. Seja ensino integrado ou superior, os alunos da instituição apresentam um aproveitamento acima da média, como o recente caso da ex-aluna do curso integrado de Química, que obteve 100% de aproveitamento na prova do ENEM, fato inédito nos 10 anos de existência do exame. Mantendo a tradição nas disputas, na Olimpíada Brasileira de Matemática, quatro alunos foram premiados com medalhas de ouro, assim como na competição de física, em que os alunos ganharam medalhas e menção honrosa, e na Olimpíada Brasileira de Astronomia, aluno medalha de prata. Outros prêmios importantes conquistados foram o XXII Prêmio Jovem Cientista e sete projetos premiados na V Feira Brasileira de Ciência e Engenharia, Criatividade e Inovação. A qualidade do ensino se repete nos cursos de graduação voltadas para a área de tecnologia, dentro os quais se destacam as várias opções de Engenharia, os cursos tecnólogos e os cursos de bacharelado em Administração e Química Tecnológica. Na Competição Nacional de Aerodesign, promovida pela Sociedade de Engenharia da Mobilidade (SAE Brasil), a CEFAST, uma equipe de alunos dos cursos de engenharia conquistou o primeiro lugar com um avião projetado e construído por eles, em 2007.[135]
* Escola de Governo da Fundação João Pinheiro: a Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho foi criada em 1992 como uma diretoria da Fundação João Pinheiro, vinculada ao governo estadual. A Escola de Governo é uma instituição de ensino superior isolada, que oferece cursos de graduação, mestrado, especialização e extensão na área de Administração Pública. Em todas as edições do ENADE, o CSAP recebeu conceito A. Além disso, obteve 5 estrelas nas duas últimas edições do Guia do Estudante Abril e obteve nota 5 no Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação em 2008, o valor mais alto do índice.
* Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG): é uma instituição pública estadual de ensino superior, que oferece mais de vinte cursos distribuídos em seis cidades mineiras (Belo Horizonte, Barbacena, Frutal, João Monlevade, Poços de Caldas e Ubá). Foi criada com o advento da Constituição de Minas Gerais de 1989, que proporcionou às fundações educacionais de ensino superior instituídas pelo estado ou com sua colaboração, optarem por serem absorvidas como unidades da UEMG. O curso de Pedagogia da instituição foi apontado como um dos melhores do Brasil pelo Guia do Estudante e vencedor da Medalha Paulo Freire, em 2005.[136] Em 2006, a UEMG recebou dois selos do Guia do Estudante pelos cursos de Design Gráfico, da Escola de Design e Pedagogia, da Faculdade de Educação.
Entre as instituições privadas, destacam-se:
Faculdade de Ciências Médicas, na Alameda Ezequiel Dias.
* Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas): a PUC Minas, criada em 1958, é hoje uma das cinco maiores universidades brasileiras: reúne 56.751 estudantes em 56 cursos de graduação, 17 programas de mestrado, 6 opções de doutorado e 287 cursos de especialização ministrados por 2.312 professores e sustentados por uma infraestrutura técnica e administrativa que reúne aproximadamente 1.682 funcionários. Está presente em Belo Horizonte (Barreiro, Coração Eucarístico, Praça da Liberdade e São Gabriel), Betim, Contagem, Poços de Caldas, Arcos, Serro e Guanhães.[137] A PUC Minas foi eleita em 2006 a Melhor Universidade Privada do Brasil, pelo Prêmio Melhores Universidades, do Guia do Estudante Abril.[138]
* Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG): fundada em 1950 pelo médico, professor e humanista Lucas Monteiro Machado, que liderou grupo inicial de 10 colegas atuantes na Santa Casa de Belo Horizonte, sua Escola de Medicina diplomou a primeira turma em dezembro de 1956. É a segunda mais antiga faculdade de medicina do estado e oferece os cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Enfermagem e Psicologia além de cursos de pós-graduação lato sensu, incluindo residências médicas e especializações em vários hospitais da Capital. A instituição administra o Hospital Universitário São José, que fornece suporte para o sistema público primário de saúde da Região Metropolitana de BH.
[editar] Segurança e criminalidade
Belo Horizonte é a quinta capital estadual mais violenta do país, segundo o estudo "Mapa da Violência dos municípios brasileiros", publicado pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA), com base nos dados do Ministério da Saúde de 2008.
Em 2006, entre as grandes cidades e capitais brasileiras, Belo Horizonte possuía o quinto maior número absoluto de homicídios (1.168), somente atrás de São Paulo (2.546), Rio de Janeiro (2.273), Recife (1.375) e Salvador (1.176).[139] A cidade registrou, em 2006, 49,2 casos de homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, índice acima do verificado em cidades como São Paulo (23,7), Rio de Janeiro (37,7), Goiânia (36,4), Porto Alegre (36,3), Fortaleza (35,4) ou Brasília (32,1).[139] A cidade também está entre os locais com mais mortes no trânsito. Em 2006, Belo Horizonte foi a segunda no número de óbitos por acidentes de transporte, com 704 mortos, atrás somente de São Paulo, com 1.593.[139][140]
Taxa anual de homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes em Belo Horizonte.
Segundo o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, entidade acadêmica parceira do governo na elaboração de políticas públicas de segurança, os homicídios na cidade têm alta concentração justamente em seis aglomerados pobres controlados por traficantes: a Pedreira Prado Lopes, as favelas do Cafezal, Morro das Pedras, Morro do Papagaio, Taquaril e Cabana do Pai Tomás. Do total de homicídios ocorridos em Belo Horizonte entre janeiro e dezembro de 2002, 36% aconteceram nessas áreas que, somadas, totalizam 310 mil pessoas, 14% da população e apenas 4,3% da área da cidade.[141]
Em 2003, seis em cada dez assassinatos foram derivados do uso e tráfico de drogas. Estima-se que 90% dos menores internados em centros de recuperação de infratores têm algum envolvimento com drogas. Outra pesquisa em 50 escolas estaduais, municipais e particulares de Belo Horizonte, realizada pelo Crisp, revelou que 51,9% dos alunos já viram ou ouviram falar de consumo de drogas dentro de suas escolas.[141]
Risp, na Praça da Rodoviária.
A violência também tem seu custo econômico. O efetivo total da Polícia Militar de Minas Gerais em 2001 era de 37.635 indivíduos. Desse total, 7.786 pertenciam a batalhões situados em Belo Horizonte, isto é, 21% das verbas estaduais destinadas à segurança atenderam à capital mineira. O gasto total pela Prefeitura no combate à violência atingiu R$ 4,06 milhões em 2000. Em 1999, Belo Horizonte destinou aproximadamente R$ 835 milhões para o tratamento das vítimas e prevenção da violência e com gastos indiretos. A soma dos custos endógenos e exógenos com a violência chegaram a 4,1% do PIB do município.[142]
Apesar dos altos níveis de violência verificados em meados dessa década, tem-se verificado uma queda nesses índices,[143] como o de homicídio. Pode-se atribuir essa queda ao aumento do investimento público em segurança pública e prevenção de crimes, com a melhoria na estruturação e entrosamento das polícias, decorrente da metodologia de integração. Por meio dessa nova metodologia, foi criado o Risp, Região Integrada de Segurança Pública, uma unidade estratégica integrada pela Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros que articula a atuação dos órgãos de defesa social na região num mesmo espaço físico, compartilhando informações e planejando conjuntamente as ações de combate à criminalidade, respeitadas as funções de cada uma das corporações.[144]
Além disso, a implantação de programas de prevenção à criminalidade como o Fica Vivo![145] nos aglomerados populacionais mais violentos da cidade e do Disque-Denúncia unificado contribuem para a diminuição dos índices de criminalidade.[146] Estudos indicam que os índices de criminalidade são fortemente determinados pela desigualdade de renda e a coesão social em ambientes sociais marcados por altas taxas de imigração, urbanização e grandes populações.[147]
[editar] Transportes
Ver artigo principal: Transporte em Belo Horizonte
Os problemas de mobilidade urbana enfrentados pela população de Belo Horizonte são considerados um dos maiores males da cidade.[148] Os problemas começaram já na concepção do projeto urbanístico do engenheiro Aarão Reis, responsável pela construção da nova capital. O traçado viário idealizado pelo engenheiro, cuja implementação se limitou à área compreendida dentro do círculo formado pela Avenida do Contorno, privilegiou a forma radioconcêntrica, ou seja, todas as ruas partiam do centro. Atualmente, essa área corresponde a 3,5% da mancha demográfica da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A configuração então assumida pela cidade através das décadas seguintes, de ter no seu centro o polo provedor, foi um dos fatores preponderantes para o atual cenário, somada à ausência de obras viárias importantes.[149]
BHTrans em circulação.
O uso do espaço urbano pelos veículos em Belo Horizonte mostra incoerências: apesar de representar menos de 10% da frota, os ônibus coletivos transportam 40% da população, enquanto os carros, que representam mais de 80% da frota, são responsáveis pelo transporte de apenas 24,5% dos habitantes de Belo Horizonte. A BHTrans não mede congestionamentos como em São Paulo, mas um reflexo da saturação da frota pode ser indicado pela velocidade média de tráfego dos ônibus, que, por causa do excesso de carros, no horário de pico é de 18 km/h no hipercentro, chegando a 8 km/h em determinados locais.
Avenida Amazonas, uma das vias mais movimentadas da cidade.
Proporcionalmente, Belo Horizonte tem uma das maiores proporções de veículo por habitante do país: 1 veículo para cada grupo de 2,4 habitantes (em São Paulo, estima-se um veículo por 1,78 habitante; Brasília tem 1 veículo por 2,4 habitantes e o Rio de Janeiro 1 veículo por 2,9 habitantes). Enquanto os ônibus costumam andar lotados com até cem passageiros, os carros costumam circular vazios. Na cidade, a taxa média de ocupação é de 1,4 pessoa por carro, causando congestionamentos de filas de automóveis ocupados somente pelo motorista.[149][150]
A utilização de bicicletas como meio de transporte é bastante reduzida. O relevo acidentado e a falta de ciclovias inibem o crescimento do uso do transporte. Em Belo Horizonte, 24 mil viagens são feitas de bicicleta diariamente, o equivalente a apenas 0,6% dos 4,2 milhões de deslocamentos.
Em 2009, a frota de veículos atingiu a marca de quase 1,1 milhão de carros, o que serve como um alerta de que o pior ainda pode estar por vir, já que a curto prazo não há projetos para acompanhar o desenfreado crescimento da frota de veículos na cidade.[148] Diariamente, o Detran de Minas Gerais tem emplacado cerca de 500 veículos novos. A frota de carros tem crescido a taxas que variam de 4 a 7% ao ano desde 1999 e esse crescimento só perde para o número de motos na cidade, que registra um crescimento médio de 11,5% ao ano.
Praça Raul Soares, no centro da capital mineira.
O Sistema de Transporte Coletivo por ônibus em Belo Horizonte transporta diariamente 1,4 milhão de passageiros e abrange 300 linhas exploradas por 50 empresas, que operam uma frota de 2.874 mil veículos com idade média de 5 anos e 8 meses.
Desde 1995 vem sendo implantado o BHBUS (Plano de Reestruturação do Sistema de Transporte Coletivo de Belo Horizonte), que busca aprimorar o sistema de ônibus no sentido de criar uma rede de transporte integrada (metrô e ônibus municipais e intermunicipais), que se divide em dois subsistemas: Tronco-alimentado e Interbairros.
A partir do ano de 2008, haverá a implantação de um novo projeto de mobilidade urbana com conclusão prevista até 2020. Dentre as várias medidas, o plano prevê mais investimento na criação de faixas e pistas exclusivas ao tráfego dos coletivos na cidade, além da adoção das chamadas estações-tubo, inspiradas nas existentes em Curitiba, que se trata de pontos de ônibus com calçadas elevadas ao nível dos ônibus, que agilizam o embarque dos passageiros.
Metrô em Belo Horizonte.
O Metrô de Belo Horizonte é operado pela CBTU e possui atualmente 19 estações e 28,2 km de extensão, transportando atualmente 145 mil usuários/dia. A operação comercial do Metrô de Belo Horizonte teve início em 1º de Agosto de 1986. No dia 7 de Novembro de 2005, foram concluídas as obras da Linha 1 do metrô da cidade. As obras do metrô da cidade vêm se arrastando desde a década de 1980 e a previsão é de que, neste ritmo, o metrô somente irá concluir a sua segunda linha em 2015. Até agora, somente 10% da infraestrutura foram concluídos na Linha 2, Calafate/Barreiro, iniciada em 1998.[151]
O sistema de táxis é considerado o melhor da América Latina e serve de referência para outros estados brasileiros, sendo fiscalizado pela BHTrans, órgão da administração indireta da Prefeitura de Belo Horizonte. Possui uma frota de 6.034 táxis padronizados na cor branca, operada por 11.352 taxistas (6.034 permissionários e 5.318 condutores auxiliares).
O transporte coletivo de passageiros em vans ou peruas é proibido em Belo Horizonte. Desde 5 de julho de 2001, a Prefeitura tem o aval da Justiça para barrar os veículos que praticam o transporte não-regulamentado de passageiros na capital mineira, que chegou a ter três mil perueiros nas ruas em 2001.
Aeroporto Internacional de Confins.
A capital encontra-se praticamente livre do transporte clandestino desde 19 de julho de 2001, quando mais de mil perueiros invadiram as ruas do centro de Belo Horizonte protestando contra a fiscalização da BHTrans em conjunto com a Polícia Militar, criando uma praça de guerra com bombas de gás, explosões, fumaça, pancadaria, agressões e correrias, culminando na prisão de 65 pessoas e um saldo de 35 feridos, entre manifestantes, policiais e populares.
Atualmente, estima-se que há apenas 3% de clandestinos circulando de madrugada e nos fins de semana, nas horas em que a fiscalização não atua e, geralmente, em carros de passeio.
Os seguintes aeroportos conectam Belo Horizonte ao Brasil e ao mundo:
* Aeroporto de Confins: construído na década de 1980, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves localiza-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no município de Confins. É um dos mais modernos do Brasil e capaz de receber cinco milhões de passageiros por ano com conforto e comodidade. Com a conclusão da Linha Verde, a previsão é de que o trajeto do centro de Belo Horizonte até Confins seja efetuado em 35 minutos. O Aeroporto Industrial de Confins opera desde agosto de 2006, com a produção voltada para a exportação.[152]
* Aeroporto da Pampulha: Instalado em uma área de dois milhões de m² na região da Pampulha, localiza-se distante oito quilômetros do centro da cidade. O Aeroporto Carlos Drummond de Andrade (ou da Pampulha) opera apenas voos regionais para o interior do Estado e dos estados limítrofes.[153]
* Aeroporto Carlos Prates: O Aeroporto de Carlos Prates é vocacionado para a aviação desportiva, aviação geral de pequeno porte e a helicópteros, além de ser um polo formador de profissionais da aviação.
[editar] Cultura
[editar] Artes
Frequentemente, a cidade realiza concertos musicais e teatrais no Parque Municipal, na Praça da Liberdade e no Parque das Mangabeiras, além de vários festivais internacionais de teatro e de dança durante o ano, o que atrai artistas de todo o mundo para seus eventos.
A cidade conta com 36 teatros, (destacando-se o Palácio das Artes), 54 salas de cinema e mais de 30 galerias de arte, além de 18 museus que contam a história da cidade, do estado e do país.
[editar] Artes cênicas
O Palácio das Artes.
No teatro, os grandes expoentes são o Grupo Galpão[154] e o Giramundo Teatro de Bonecos, que é um importante grupo especializado em teatro de bonecos. Eles mantêm um museu de bonecos que criaram desde a sua fundação em 1970, tendo lançado seu primeiro álbum completo em 1981 e 11 trabalhos desde então.
Há muitos grupos artísticos brasileiros notáveis que têm sua origem em Belo Horizonte, como o Grupo Primeiro Ato e o Grupo Corpo, que é talvez o mais famoso grupo de dança contemporânea do país; foi criado na cidade em 1975, excursionando e sendo aclamado por plateias em todo o mundo.[155][156]
Grandes atores da televisão e do teatro são oriundos de Belo Horizonte, como Débora Falabella, Iran Malfitano, Jonas Bloch, Daniel de Oliveira, Priscila Fantin, Joana Fomm, Bete Coelho e Letícia Sabatella. Três nomes conhecidos do teatro de humor brasileiro também se iniciaram nos palcos belo-horizontinos: Saulo Laranjeira, Geraldo Magela e Gorete Milagres.
Já se tornou uma tradição na cidade a realização de encontros, mostras e festivais artísticos. Anualmente, são realizados o Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua (FIT-BH), o Festival Internacional de Teatro de Bonecos, o Festival Internacional de Dança (FID), o Festival Internacional de Corais (FIC), o Festival de Arte Negra (FAN), o Festival Internacional de Curtas e a Mostra de Cinema Mundial - Indie Brasil. Bienalmente, são realizados o Encontro Mundial de Artes Cênicas (ECUM), o Encontro Internacional de Literaturas em Língua Portuguesa, o Festival Mundial de Circo do Brasil (FMCB) e o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ).
Além desses, a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança acontece nos meses de janeiro e março, quando dezenas de peças teatrais são oferecidas a preços populares à população, levando um grande número de pessoas aos teatros da capital mineira. Em 2009, a campanha levou 313.866 pessoas aos teatros de Belo Horizonte.[157]
Escultura no Museu de Arte da Pampulha.
[editar] Artes visuais
Ver página anexa: Lista de museus de Belo Horizonte
A Escola Guignard, dirigida pelo artista Alberto da Veiga Guignard, formou artistas importantes no circuito mineiro, nacional e internacional das artes plásticas. Destacam-se Amilcar de Castro, Farnese de Andrade, Leda Gontijo, Franz Weissmann, Mary Vieira, Maria Helena Andrés, Mário Silésio, Yara Tupynambá e Inimá de Paula.
A cidade possui grande quantidade de museus e galerias de arte, que exibem uma parte da história da arte moderna brasileira. Destacam-se o Museu de Arte da Pampulha, o Museu Histórico Abílio Barreto e o Museu de Artes e Ofícios. A cidade também abriga o Jardim Zoológico de Belo Horizonte, fundado em janeiro de 1959 e que possui cerca de 250 espécies e 1.200 indivíduos entre répteis, aves e mamíferos, além de um borboletário onde são criadas mais de 40 espécies.[158]
[editar] Literatura
O intelectual e escritor Frei Betto.
Desde as suas primeiras décadas, a cidade já demonstrava sua vocação cultural. Jovens idealistas e poetas, na década de 1920, incorporavam-se à Rua da Bahia, a principal via da cidade na época. Foi na década de 1920 que surgiu em Belo Horizonte a geração de escritores de raro brilho que iria se destacar no cenário nacional, dentre eles Carlos Drummond de Andrade, Ciro dos Anjos, Pedro Nava, Alberto Campos, Emílio Moura, João Alphonsus, Milton Campos, Belmiro Braga e Abgar Renault, que se encontravam no Bar do Ponto, na Confeitaria Estrela ou no Trianon para produzir os textos que revolucionaram a literatura brasileira. Em 1925, Carlos Drummond de Andrade e seus companheiros lançaram A Revista que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas.[159]
Sucederam-se muitos outros intelectuais e poetas como Fernando Sabino, Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende, Ziraldo, Paulo Mendes Campos,[160] Henfil, Henriqueta Lisboa, Afonso Arinos de Melo Franco, Stella Libânio, Paulo Mendes Campos, Frei Betto, Murilo Rubião, Affonso Romano de Sant'Anna e Roberto Drummond.
[editar] Música
Fernanda Takai, vocalista da banda belo-horizontina Pato Fu.
Muitos artistas reconhecidos no país e no exterior surgiram em Belo Horizonte. O Clube da Esquina é um movimento musical originado em meados da década de 1960 e desde então seus membros influenciam a cultura da cidade e do estado,[161] tendo artistas importantes como Tavinho Moura, Wagner Tiso, Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Toninho Horta, Márcio Borges, Fernando Brant e o 14 Bis. Outros artistas importantes surgidos no cenário da cidade são Paulinho Pedra Azul, Vander Lee, Skank, Pato Fu (selecionada pela revista Time como uma das 10 melhores bandas do mundo[162]), Sepultura, Jota Quest, Tianastácia, a dupla César Menotti e Fabiano e os corais Ars Nova e Madrigal Renascentista.
O Uakti, grupo de música instrumental.
Um outro grupo artístico inovador é o Uakti. Eles criam seus próprios instrumentos musicais usando materiais como PVC, madeira, metais e vidro. Seu nome é baseado num mito dos índios Tukano e reflete o sentimento índigena presente em seus trabalhos.[carece de fontes?]
A cidade ainda sedia anualmente grandes festivais populares que levam milhares de pessoas ao Mineirão como o Axé Brasil, de música baiana, e o Pop Rock Brasil, de música pop. Belo Horizonte também tem se consagrado como um dos grandes polos da música eletrônica mundial, realizando diversos festivais do gênero com bandas e DJs de renome internacional atraindo turistas de todas as partes do país. Destaque para o Festival Creamfields Brasil sediado na cidade e realizado em 12 países além do Brasil.[163]
[editar] Esportes
Mineirão.
Belo Horizonte é sede de três grandes clubes brasileiros de futebol: o América, o Atlético Mineiro e o Cruzeiro. A cidade abriga importantes e tradicionais clubes sociais onde se praticam esportes especializados, como o Iate Tênis Clube, o Clube Belo Horizonte, o Mackenzie Esporte Clube, o Pampulha Iate Clube, o Ginástico Esporte Clube e o Minas Tênis Clube.
A cidade conta com dois grandes estádios:
* Mineirão, o maior estádio de futebol de Minas Gerais e segundo maior do Brasil. Tem capacidade para 76.500 espectadores;[164]
* Independência, do América, com capacidade para 18.000 pessoas;[164]
Além desses, Belo Horizonte possui três grandes ginásios:
* Mineirinho, com capacidade para cerca de 25 mil pessoas;
* Arena Vivo, arena multiuso do Minas Tênis Clube, com capacidade para 4.000 pessoas;
* Chevrolet/Marista Hall, do Instituto Marista, uma arena multiuso com capacidade em torno de 3.700 pessoas. Atualmente, o espaço é utilizado para shows e eventos culturais e artísticos.
No atletismo, é realizada anualmente desde 1999 a Volta Internacional da Pampulha, prova pedestre disputada de 17.800m de percurso, em comemoração ao aniversário de capital.
[editar] Ciência e tecnologia
* Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD): criada em 1948 por professores da UFMG como fundação de apoio à Faculdade de Ciências Econômicas da universidade, realiza pesquisas aplicadas, serviços de consultoria, assessoria e treinamento especializado relacionados com as ciências econômicas, administrativas, contábeis, demografia e afins.[165]
* Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR): é uma unidade regional da Fiocruz em Minas Gerais que através de atividades integradas de pesquisa, referência, ensino, formação de recursos humanos e prestação de serviços, gera conhecimento científico em saúde. Nos laboratórios do CPqRR são estudadas a doença de Chagas, a esquistossomose, as leishmanioses e a malária em seus diversos aspectos (biologia, diagnóstico, imunologia, terapêutica, clínica, fisiologia, epidemiologia e controle, sistemática). Recentemente também passaram a ser estudados a epidemiologia do envelhecimento, do comportamento de risco e ocupacional. Nos últimos cinco anos, o centro de pesquisa produziu 513 artigos científicos publicados em revistas indexadas, 49 dissertações e 81 teses.[166]
* Fundação Christiano Ottoni (FCO): instituição estabelecida em março de 1974, foi criada para agilizar o desenvolvimento da Escola de Engenharia da UFMG (EEUFMG) mantendo um convênio com a universidade para utilizar equipamentos e instalações da instituição e a colaboração de seus servidores. A instituição tem por finalidade promover, técnica e financeiramente, os programas acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão da UFMG, em especial da Escola de Engenharia.[167]
* Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC): criada em março de 1972, é uma fundação pública vinculada ao governo estadual. A instituição executa atividades de pesquisa e desenvolvimento, de prestação de serviços de referência e de difusão tecnológica. O CETEC atua na pesquisa em Tecnologia Mineral, Tecnologia Metalúrgica e de Materiais, Tecnologia Ambiental, Biotecnologia e Tecnologia Química, Metrologia e Ensaios e Informação Tecnológica.
* Centro de Pesquisa Professor Manuel Teixeira da Costa (CPMTC-IGC-UFMG): órgão complementar do Instituto de Geociências da UFMG, apoia a realização de projetos de pesquisa, cursos de pós-graduação e graduação, e prestação de serviços em Geologia e áreas afins das Geociências. A instituição conta com dez núcleos de pesquisa: Geodinâmica de Coberturas Superficiais e do Meio Ambiente, Geologia Estrutural Aplicada, Geologia Econômica, Geologia Urbana, Geomorfologia Aplicada e Gestão Ambiental, Geoquímica Ambiental, Geotectônica e Geocronologia, Granitoides e Pegmatitos, Mapeamento Geológico em Áreas do Pré-Cambriano e Minerais Industriais e Rochas Ornamentais.
* Fundação João Pinheiro (FJP): é uma instituição pública estadual criada em 1969, realiza projetos de pesquisa aplicada, consultorias, desenvolvimento de recursos humanos e ações de apoio técnico ao governo do estado. Atua nas áreas da administração pública e privada, avaliação de políticas públicas, economia, demografia, estudos históricos, culturais, municipais e político-sociais. É uma referência nacional nas áreas de estatísticas e informações, pesquisas históricas, econômicas e demográficas, desenvolvimento humano, segurança e criminalidade, desenvolvimento urbano, ensino e pesquisa em administração e administração pública.[168]
* Fundação Ezequiel Dias (FUNED): surgida a partir do desmembramento da Fiocruz em 1922, está integrada à estrutura do sistema estadual de saúde desde 1932. A Fundação Ezequiel Dias é referência nacional na produção de medicamentos e soros, na pesquisa em saúde pública e nas ações de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental.[169] Possui linhas de pesquisas em Bioquímica e Química de Proteínas, Biologia Molecular e Bioinformática, Biologia Celular e Inovação Tecnológica, Virologia Molecular e Bioprodutos, Bioprospecção Farmacêutica, Recursos Vegetais e Opoterápicos e Biotecnologia Vegetal.[170]
* Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte: criada em 1991 pelo governo municipal, administra o Jardim Zoológico e o Jardim Botânico numa área total de 1.440.000m² na região norte do município. Da área total, 10 hectares são ocupados pelo Jardim Botânico, cuja área de visitação possui estufas temáticas, jardins temáticos, pergolados, praças, lagos, fonte e anfiteatro. O Jardim Botânico promove a criação de políticas públicas e desenvolve programas educativos e de pesquisas, especialmente estudos e ações voltados para a conservação da flora regional, com destaque para as espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção. É instituição de referência nas áreas de Botânica Aplicada e Fitossanitarismo. Um dos projetos de destaque é o Educação para Conservação da Caatinga Mineira.[171]
[editar] Pontos turísticos
[editar] Pampulha
Ver artigo principal: Pampulha
Igreja de São Francisco de Assis.
A 8,5 km do centro de Belo Horizonte está a Região da Pampulha, com uma grande lagoa artificial, com belas e modernas residências. Ali há um conjunto arquitetônico de importantes obras: a Capela de São Francisco de Assis, localizada na beira do lago, projetada por Oscar Niemeyer e decorada com pinturas de Cândido Portinari, recebeu jardins do paisagista Roberto Burle Marx. É também na Pampulha que se encontra o estádio Governador Magalhães Pinto, conhecido como o Mineirão, o segundo maior estádio de futebol do país; o Mineirinho, que detém o recorde de público em um jogo da Superliga, na partida entre Telemig Celular/Minas x Ulbra em 21 de abril de 2001 com a presença de 23.535 torcedores, e o recorde mundial de público em um jogo de vôlei indoor na partida entre Brasil e a Itália, com 25.326 torcedores presentes;[172] a Casa do Baile; o Museu de Arte da Pampulha (MAP); o Parque Ecológico da Pampulha; o Jardim Botânico de Belo Horizonte; o Parque Guanabara; e o Jardim Zoológico da cidade.
[editar] Alto das Mangabeiras
Parque das Mangabeiras.
Subindo a avenida Afonso Pena, encontra-se o bairro das Mangabeiras, um dos bairros mais altos e mais nobres de Belo Horizonte. Entre as grandes mansões e a serra do Curral estão o Palácio das Mangabeiras (residência oficial do governador), a Praça da Bandeira e a Praça Governador Israel Pinheiro, conhecida popularmente como Praça do Papa: em 1980, durante a visita do Papa João Paulo II, ele exclamou: "Pode-se olhar as montanhas e Belo Horizonte, mas sobretudo quando se olha para vocês, é que se deve dizer: que belo horizonte!".[33] O fato acabou batizando a praça, que é um dos melhores locais para se avistar toda a cidade. Há também a Rua do Amendoim, que devido a uma ilusão de ótica, parece fazer os carros andarem contra o sentido da gravidade. Subindo além da Praça do Papa chega-se ao pé da Serra do Curral e seguindo pela Avenida José do Patrocínio Pontes chega-se à entrada principal do Parque das Mangabeiras, criado em 1983 pela Prefeitura de Belo Horizonte, grande reserva natural e local de entretenimento ao pé da serra acima citada. O bairro das Mangabeiras é o ponto mais alto da capital mineira.
Edificação moderna no bairro Savassi.
[editar] Savassi
Ver artigo principal: Savassi
O italiano Amilcare Savassi estabeleceu-se na região nos anos 1930 e montou uma padaria com o seu sobrenome, que se tornou famosa pela reunião de jovens em torno do estabelecimento na Praça Diogo de Vasconcelos, a Turma da Savassi. O local ganhou o apelido de Praça da Savassi. Atualmente a padaria não existe mais mas o seu nome ficou no bairro e na praça onde se localizava. Mais que um bairro, a Savassi é uma região tradicional de comércio na cidade e de vida noturna, com muitos clubes, restaurantes, casas de shows e boates. Engloba a Praça da Liberdade, um grande shopping (o Pátio Savassi), parte da Avenida do Contorno e o início da Avenida Nossa Senhora do Carmo.[173][174]
[editar] Centro
Ver artigo principal: Centro de Belo Horizonte
O "pirulito" da Praça Sete, no coração da capital mineira.
A diversidade de estilos arquitetônicos é a marca do centro de Belo Horizonte. A avenida Afonso Pena, seu principal corredor viário, contém vários exemplos de edificações que marcaram época na capital mineira, por exemplo: o prédio do Tribunal de Justiça, inaugurado em 1911; o luxuoso prédio do Automóvel Clube, da década de 1920; a sede da Prefeitura da cidade, em art déco, da década de 1940; Edifício Acaiaca, inaugurado em 1943, estilo art-déco e influência Marajoara; e o Palácio das Artes, dentre outros. O centro abriga, ainda, o Parque Municipal (Américo Reneé Giannetti), o Mercado Central, Edifício JK, a famosa Praça Sete de Setembro, mais conhecida como Praça Sete, que possui um obelisco apelidado de Pirulito, construído em 1922 e comemora os cem anos de Independência do Brasil, além da Praça Afonso Arinos, onde localiza-se a Faculdade de Direito da UFMG, a Praça Rio Branco (Praça da Rodoviária) e a Praça Rui Barbosa (conhecida como Praça da Estação), a qual possui um monumento com o brasão e partes da história do Estado de Minas Gerais retratadas em placas de metal em suas quatro faces e é também sede do Museu de Artes e Ofícios e da estação central de metrô.[175]
[editar] Bares e restaurantes
Nacionalmente conhecida como a "capital nacional do boteco", existem na cidade cerca de 14.000 estabelecimentos, mais bares per capita do que qualquer outra grande cidade do Brasil. O lazer da cidade ocorre em seus milhares de restaurantes, bares e botecos. A culinária mineira é uma atração concomitante que acompanha bem a cerveja, o chope, o vinho ou a famosa cachaça mineira.
As opções para ir são inúmeras. É possível frequentar desde o tradicional boteco-copo-sujo até sofisticados restaurantes, adegas, choperias, pubs e cafés. As motivações para frequentar os bares também são variadas: há estabelecimentos especializados no happy hour, no fim-de-noite, em negócios, em paquera, em música e outros.
Todos os anos no mês de abril é realizado o festival Comida di Buteco, competição anual de bares que serve de pretexto para visitar diversos bares e botecos de BH todas as noite durante um mês em busca dos melhores petiscos ou tira-gostos, como dizem os mineiros. Alguns dos 40 melhores bares disputam em categorias como higiene, temperatura da cerveja, serviço e principalmente, o melhor tira-gosto. Os vencedores são decididos não só pelos jurados mas também por votação popular.[176]
[editar] Feira da Afonso Pena
Feira da Afonso Pena.
A Feira de Artes e Artesanato de Belo Horizonte é a maior do gênero em espaço aberto da América Latina. Reunindo aproximadamente 50 mil visitantes por semana, conta com mais de 2.500 expositores que expõem e vendem trabalhos artesanais.[160] Os produtos chegam de diversas regiões do estado: das peças artesanais do Vale do Jequitinhonha até as roupas de frio do Sul de Minas, incluindo quinquilharias, bijuterias, sapatos e alimentos. Ocorre sempre aos domingos, das 6 às 14 horas na Avenida Afonso Pena (que é fechada para o trânsito de veículos) entre a Rua da Bahia e Rua dos Guajajaras, numa distância de cerca de 700 metros nos dois sentidos da avenida.
Surgiu em 1969 na Praça da Liberdade, no auge do movimento hippie, onde os artesãos (chamados hippies) expunham seus produtos artesanais. Daí a alcunha carinhosa de Feira Hippie dada pelos belo-horizontinos ao evento. Em 1991, a Prefeitura a transferiu para a Avenida Afonso Pena, dada a necessidade de preservação do conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade, que já não podia abrigar o grande número de expositores.
Consolidou-se assim como um patrimônio cultural e turístico da capital, ampliando suas atividades e crescendo em diversidade, se tornando nos dias atuais um dos maiores pontos de produtos artesanais do país, recebendo milhões de visitantes de todos os cantos do Brasil e até do exterior. O turista tem na feira um autêntico encontro com o artesanato e a culinária típica, expressões da grande riqueza cultural verificada no Estado.
[editar] Mercado Central
Ver artigo principal: Mercado Central de Belo Horizonte
Uma banca de especiarias do Mercado Central.
No centro de Belo Horizonte está o Mercado Central, centro popular da cultura mineira na capital e grande atração turística de Belo Horizonte. O mercado foi criado em 7 de setembro de 1929 com o intuito de reunir num só local os produtos destinados ao abastecimento dos então 47.000 habitantes da cidade. Ao longo dos anos, foi ampliando suas atividades e hoje além de produtos alimentícios pode-se encontrar lá desde artesanato a animais de estimação, de artigos religiosos a relojoaria, dentre várias outras especialidades em suas 400 lojas. Essa diversidade fez do Mercado Central um centro popular da cultura mineira, onde há o convívio de realidades sociais diversas que o tornam ainda mais interessante.[177][178]
No Mercado Central se encontra desde animais, flores, artesanatos, frutas, queijos de todos os tipos e comidas. Um prato famoso de "tira-gosto" é fígado com jiló.
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