ENCICLOPÉDIA MINEIRA: Prof. Marcos Tadeu Cardoso

Um projeto do Prof. Marcos Tadeu Cardoso, um livro publicado narrando a história das principais cidades Mineiras.
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Juiz de Fora MG

Juiz de Fora é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais. Pertencente à mesorregião da Zona da Mata e microrregião de mesmo nome, localiza-se a sudeste da capital do estado, distando desta cerca de 283 km. Ocupa uma área de 1.429,875 km² e sua população foi estimada, no ano de 2009, em 526 706 habitantes, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,[3] sendo então o quarto mais populoso de Minas Gerais e o 36º do Brasil. Está a 989 km de Brasília, capital federal. Sua área representa 0,245 % do estado, 0,1554 % da Região Sudeste e 0,0169 % de todo o território brasileiro. [7] Do total, 0,0900 km² estão em perímetro urbano.[8]

A sede tem uma temperatura média anual de 19,25°C e na vegetação do município predomina a mata atlântica. Em relação à frota automobilística, em 2009 foram contabilizados 152 509 veículos.[9] Com uma taxa de urbanização da ordem de 99,17%, o município contava, em 2008, com 273 estabelecimentos de saúde. O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,828, considerando como elevado em relação ao estado.[3]

A cidade de Juiz de Fora foi emancipada de Barbacena na década de 1850. A versão mais conhecida de sua etimologia é que o nome seja uma referência a um juiz de fora, magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito, que hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora.[10] Hoje é formada pela cidade de Juiz de Fora além dos distritos de Paula Lima, Rosário de Minas, Sarandira e Torrões, subdivididos ainda em 111 bairros. [11] Atualmente é um dos principais polos industriais, culturais e de serviços de Minas Gerais. Passou a ser conhecida como "Manchester Mineira" à época em que seu pioneirismo na industrialização a fez o município mais importante do estado. Com a grande crise econômica de 1929, a economia dos municípios mineiros ligados à cafeicultura sofreu grande abalo e Juiz de Fora só conheceu novo período de desenvolvimento a partir da década de 1960. Sua área de influência estende-se por toda a Zona da Mata, uma pequena parte do Sul de Minas e também do Centro Fluminense. [12]

O município conta ainda com uma importante tradição cultural, que vai desde o seu artesanato até o teatro, a música e o esporte. Seu principal e mais tradicional clube de futebol é o Tupi Football Club, fundado em maio de 1912. [13] Juiz de Fora também é destaque no turismo, com seus diversos atrativos culturais, naturais e arquitetônicos. Alguns dos principais são o Museu Mariano Procópio, o Cine-Theatro Central e o Parque da Lajinha.[14] Um dos principais eventos é o Carnaval de Juiz de Fora, que teve suas origens na época de emancipação do município. No final da década de 1930, até a década de 1960, o auge do Carnaval mudou de foco e a festa nos clubes pairou sobre Juiz de Fora.As origens de Juiz de Fora remontam a época do Ciclo do Ouro, portanto confundem-se com a história de Minas Gerais. Devido à dificuldade de acesso à região do atual município, o lugar permaneceu praticamente intocado até o século XIX. A Zona da Mata, então habitada apenas pelos índios puris e coroados, foi desbravada com a abertura do Caminho Novo, estrada construída em 1707 para o transporte do ouro da região de Vila Rica (Ouro Preto) até o porto do Rio de Janeiro. Diversos povoados surgiram às margens do Caminho Novo estimulados pelo movimento das tropas que ali transitavam, entre eles, o arraial de Santo Antônio do Paraibuna povoado por volta de 1713. [16] [10]

Em 1850 o arraial de Santo Antônio do Paraibuna foi elevado à categoria de vila, emancipando-se de Barbacena e formando um município. A elevação à categoria de cidade ocorreu quinze anos depois, quando foi adotada a denominação de Juiz de Fora. Este curioso nome gera muitas dúvidas quanto à sua origem. O juiz de fora era um magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito. A versão mais aceita pela historiografia admite que um desses magistrados hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora. Mais tarde, próximo a ela, surgiria o povoado. A identidade exata e a atuação desse personagem na história local ainda são polêmicas. [10]

Um personagem de grande importância no município foi o engenheiro alemão Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld (Henrique Guilherme Fernando Halfeld), que empresta seu nome a uma das principais ruas do comércio local e ao parque situado no centro da cidade, no cruzamento da mesma rua Halfeld e a Avenida Barão do Rio Branco, entre o prédio da Prefeitura Municipal, a Câmara dos Vereadores e o Fórum da Comarca. Halfeld, após realizar uma série de obras a serviço do Estado Imperial Brasileiro, acaba por fixar residência na cidade, envolve-se na vida política, constrói a Estrada do Paraibuna e promove diversas atividades no município, sendo considerado um de seus fundadores. [10]
[editar] Pioneirismo e imigração

A partir da década de 1850 Juiz de Fora passou a vivenciar um processo de grande desenvolvimento econômico proporcionado pela agricultura cafeeira que se expandia pela Zona da Mata mineira. Por iniciativa de Mariano Procópio Ferreira Lage, inicia-se a construção da primeira via de transporte rodoviário do Brasil: a Estrada União e Indústria, com 144 km de Petrópolis a Juiz de Fora, com o objetivo de encurtar a viagem entre a Corte e a Província de Minas e facilitar o transporte do café. [10]
Vista panorâmica de Juiz de Fora, cerca de 1907.

Mariano Procópio Ferreira Lage contratou então 1.193 imigrantes alemães para a construção da estrada e criou um núcleo colonial que, com a finalização das obras da União e Indústria, volta-se para a produção de gêneros agrícolas e dá origem à Colônia D. Pedro II, hoje atual bairro São Pedro. Os colonos fixaram-se também na Vila São Vicente (atual Borboleta) e na Rua Mariano Procópio. Os imigrantes que chegaram a Juiz de Fora vieram em busca de uma melhor condição de vida e, após o fim da construção da estrada, se dedicaram às profissões que praticavam na Alemanha. Os alemães que vieram para Juiz de Fora em 1858 foram os primeiros protestantes a chegar em Minas Gerais. [10] Entre algumas das realizações culturais da imigração alemã está a vinda das freiras da Congregação das Irmãs de Santa Catarina. Elas vieram para o município em 1900 e fundaram o Colégio Santa Catarina, a fim de instruir as crianças da Colônia Alemã. [10] Assim, o município foi sede de um dos primeiros curtumes industriais do país, de uma das primeiras cervejarias, de uma das primeiras estações telefônicas, dos primeiros grupos escolares e do primeiro transporte público de Minas Gerais, além da primeira escola de ensino superior de comércio do país, a Academia de Comércio. O comércio também progredia, podendo contar no ano de 1870 mais de 170 estabelecimentos comerciais e de serviços. [10]

Durante o século XIX o município tornou-se um dinâmico centro econômico, político, social e cultural. Aos poucos, suas funções se ampliaram, ganhando ares de município moderno, ponto de confluência da população circunvizinha. Ganhou um plano de demarcação e nivelamento de ruas, telégrafo, imprensa, banco, bondes. No ano de 1889 foi inaugurada no município a primeira usina hidrelétrica de grande porte da América do Sul, a Usina de Marmelos, importante marco do setor elétrico do Brasil e grande impulsionadora da indústria municipal. [17]
[editar] Formação administrativa

A cidade foi criada em 31 de maio de 1850, desmembrando-se de Barbacena e instalando-se em 7 de abril de 1853.[18] Ao longo dos anos o município foi ganhado novos distritos. Em 1911 a cidade possuía quinze: Juiz de Fora (sede), Água Limpa, Paula Lima, Rosário, São Francisco de Paula, Pôrto das Flores, São José do Rio Prêto, Vargem Grande, Matias Barbosa, São Pedro de Alcântara, Chácara, Sarandi, Santana do Deserto, Benfica e Mariano Procópio. Porém, com o passar dos anos, muitos foram sendo elevados à cidades. Em última alteração distrital, feita pela lei estadual nº 6769 de 13 de maio de 1976, o distrito de Paula Lima foi extinto passando seu território a pertencer ao quarto subdistrito do distrito Sede de Juiz de Fora. Em divisão territorial datada de 1º de janeiro de 1979, o município era constituído de quatro distritos: Juiz de Fora, Rosário de Minas, Sarandira e Torreões. Assim permanecendo atualmente. [19]
[editar] Industrialização e história recente

Os ganhos obtidos com o café, associados às facilidades de transporte, energia e mão-de-obra, acrescida com a chegada de centenas de imigrantes italianos, possibilitaram um intenso desenvolvimento industrial, e o município passa a ser denominada "A Manchester Mineira". Os setores que mais se desenvolveram foram o da indústria têxtil e, em segundo lugar, o da produção de alimentos e bebidas. A cidade, ao fim do século XIX, possuía uma dinâmica vida cultural, representada pelos teatros, jornais, colégios e intensa atividade literária. A própria arquitetura reflete a prosperidade econômica e cultural, por meio do estilo eclético das construções, com diferentes manifestações do passado: o gótico, o grego e com a introdução, neste século, do Art Nouveau e Art Déco. Mais tarde, na década de 1950 do nosso século, encontramos construções com concepções modernas, como as obras de Oscar Niemeyer e os painéis de Di Cavalcanti e Cândido Portinari. [17]

Até o ano de 1960 o número de habitantes teve um crescimento considerável, acima de 4% por ano. A partir da década de 1960 o ritmo do crescimento populacional sofreu uma reversão e passa a ser declinante. No recenseamento do ano de 1991, o município registrou um total de 385.966 habitantes, resultando em densidade demográfica de 271 habitantes por km². Desse índice populacional, 98,51% habitavam áreas urbanas e 1,49% em áreas rurais. [20]

Durante todo o século XX, Juiz de Fora destacou-se nos grandes momentos históricos do País. E, após viver um período de relativa decadência industrial a partir dos anos quarenta, passou a destacar-se pelo crescimento dos setores comercial, industrial e de prestação de serviços, o que a coloca como a terceira cidade de Minas Gerais e a capital da Zona da Mata Mineira.[17] Também com o crescimento de Juiz de Fora e cidades próximas, foi criada a Microrregião de Juiz de Fora, reunindo além do município, outras 33 cidades, como Santos Dumont, São João Nepomuceno, Lima Duarte, Bicas e Matias Barbosa. Em 2006 sua população foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em cerca de 760.767 habitantes em uma área total de 8.923,426 km². Seu Índice de desenvolvimento humano (IDH) era de 0,805 e o PIB per capita de R$ 6.693,58 em 2003. Localiza-se na Mesorregião da Zona da Mata.

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