ENCICLOPÉDIA MINEIRA: Prof. Marcos Tadeu Cardoso

Um projeto do Prof. Marcos Tadeu Cardoso, um livro publicado narrando a história das principais cidades Mineiras.
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pseudociência
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Uma pseudociência é qualquer tipo de informação que se diz ser baseada em factos científicos, ou mesmo como tendo um alto padrão de conhecimento, mas que não resulta da aplicação de métodos científicos.

Motivações para a defesa ou promoção de uma pseudociência variam de um simples desconhecimento acerca da natureza da ciência ou do método científico, a uma estratégia deliberada para obter benefícios financeiros, filosóficos ou de outra natureza. Algumas pessoas consideram algumas ou todas as formas de pseudociências como um entretenimento sem riscos. Outros, como Richard Dawkins, consideram todas as formas de pseudociência perigosas, independentemente destas resultarem ou não em danos imediatos para os seus seguidores.
Índice
[esconder]

* 1 Classificação das pseudociências
* 2 Pseudociência comparada à protociência
* 3 O problema da demarcação
* 4 Exemplos de pseudociência
* 5 Absurdos da não-pseudociência
* 6 Ligações externas

[editar] Classificação das pseudociências

Tipicamente, as pseudociências falham ao não adoptar os critérios da ciência em geral (incluindo o método científico), e podem ser identificadas por uma combinação de uma destas características:

* Ao aceitar verdades sem o suporte de uma evidência experimental;
* Ao aceitar verdades que contradizem resultados experimentais estabelecidos;
* Por deixar de fornecer uma possibilidade experimental de reproduzir os seus resultados;
* Ao aceitar verdades que violam falseabilidade;
* Por violar a Razão de Occam (o princípio da escolha da explicação mais simples quando múltiplas explicações viáveis são possíveis); quanto pior for a escolha, maior será a possibilidade de errar.

Pseudociências são distinguíveis de filosofias, revelações, teologias ou espiritualidade pois elas dizem revelar a verdade do mundo físico por meios científicos (ou seja, muitas normalmente de acordo com o método científico). Sistemas de pensamento que se baseiam em pensamentos de origem "filosófica", "divina" ou "inspirados" não são considerados pseudociência se eles não afirmam serem científicos ou não vão contra a ciência.
[editar] Pseudociência comparada à protociência

A pseudociência difere também da protociência. A última pode ser definida como especulações ou hipóteses que ainda não foram testadas adequadamente por um método científico, mas que é de todo modo consistente com a ciência existente ou que, sendo inconsistente, oferece uma explicação razoável para a inconsistência. Pseudociência, ao contrário, procura testes adequados ou a possibilidade destes, ocasionalmente não testáveis em princípio, e seus defensores são frequentemente estridentes em insistir que os resultados científicos existentes estão errados. A Pseudociência frequentemente não responde aos procedimentos científicos normais (exemplo, revisões, pubilicações em periódicos padrões). Em alguns casos, não é possível, aplicando métodos científicos, contradizer uma hipótese pseudocientífica (verdades não testáveis) e a falha em contradizer é frequentemente citada como uma evidência da verdade da pseudociência.

As fronteiras entre pseudociência, protociência, e a ciência "real" são frequentemente pouco claras para observadores não especialistas. Elas podem ser mesmo obscuras para especialistas. Muitas pessoas já tentaram estabelecer um critério objetivo para o termo, com pouco sucesso. Frequentemente o termo é utilizado como uma expressão pejorativa para significar uma opinião sobre um assunto, independente de qualquer medida objetiva.

Se as verdades de uma dada pseudociência pudessem ser experimentalmente testadas ela pode ser uma ciência real, mesmo que não seja usual ou intuitivamente inaceitável. Se ela não pode ser testada, ela deve ser uma pseudociência. Se as assertivas feitas são inconsistentes com os resultados experimentais existentes ou com a teoria estabelecida, ela é frequentemente uma pseudociência. Ao contrário, se as assertivas desta "ciência" não podem ser testadas experimentalmente ela não deve ser uma ciência real, entretanto aceita ou intuitivamente aceitável.

Nesta circunstâncias é difícil de distinguir qual de duas "ciências" opostas é válida; por exemplo, ambos os proponentes e oponentes do Protocolo de Quioto sobre o aquecimento global pediram auxílio a cientistas para apoiar posições científicas contraditórias, devido aos diferentes objetivos políticos. Este engajamento da ciência à serviço da política é muitas vezes chamado "ciência suja".
[editar] O problema da demarcação

Ver artigo principal: Problema da demarcação

Depois de mais de um século de diálogo activo, a questão do que marca as fronteiras da ciência permanece indefinida. Como consequência a definição do que constitui uma pseudociência continua a ser controversa. Há um consenso razoável em certos casos. O critério da demarcação é tradicionalmente ligado a uma filosofia da ciência ou a outra. O Positivismo lógico, por exemplo, expõe uma teoria do significado que estabelece que apenas as assertivas sobre observações empíricas são significativas, efectivamente definindo que assertivas que não são derivadas desta forma (incluindo todas as assertivas metafísicas) são sem significado. Mais tarde, Karl Popper atacou o positivismo lógico e introduziu o seu próprio critério de demarcação falseabilidade. Este, por sua vez, foi criticado por Thomas Kuhn, e ainda pelo seguidor de Popper Imre Lakatos que propôs o seu próprio critério de demarcação que distingue entre programas de pesquisa progressivos e degenerativos.
[editar] Exemplos de pseudociência

Ver página anexa: Anexo:Lista de pseudociências


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Exemplos de campos de pesquisa que muitos consideram em diferentes graus, pseudocientíficas: fusão a frio, pseudoarqueologia, pseudo-história, Psicanálise, Espiritismo, Pseudo-Parapsicologia/Pesquisa Psi, Cubo do Tempo de Gene Ray, Astrologia, Design inteligente, Ufologia, Homeopatia, Grafologia, mensagem subliminar, Efeito lunar, cura pela fé, Tarô, mapa astral, Gurus, Esoterismo, jogo de Búzios, pirâmides e cristais, Numerologia, Gnose, Rebieth, Channellins, Sincretismo, busca interior, criacionismo, livro de auto-ajuda, magia, adivinhação, criptozoologia, Geologia do dilúvio . Em certos momentos algumas práticas tradicionais e outras humanidades adquirem status pseudocientífico por extrapolar a pertinência de suas contribuições sociais para além das funções cientificamente reconhecidas, é o caso da Yoga, da Acupuntura e da Meditação.

Práticas científicas e médicas pseudocientíficas são cada vez mais comuns. Pseudociências médicas até mostram algumas vezes benefícios terapêuticos notáveis, possivelmente devido ao efeito placebo ou à distorção involuntária por parte do observador (en:observer bias). Muitos pseudocientistas estão associados ao movimento Nova Era, e praticamente todas as técnicas da Nova Era estão ligados a pseudociência.

Há também alguns campos jovens da ciência (protociência) que são mal vistos por cientistas de áreas já estabelecidas, primeiramente por sua natureza especulativa, embora estes campos não sejam considerados pseudocientíficos ou protocientíficos por muitos cientistas e sejam estudados por muitas universidades e institutos especializados. Ex:

* Exobiologia / Astrobiologia
* Busca de Inteligência Extraterreste (SETI)
* Comunicação com Inteligência Extraterreste (CETI)

SETI e CETI não afirmam que os extraterrestres existem, embora muitos consideram que seja provável (ver equação de Drake). Há controvérsia na biologia se evidência de vida extraterrestre microbiótica foi encontrada (fossilizada em meteoritos em como parte de experimentos do programa Viking de exobiologia).

Alguns grupos "cães de guarda", como o CSICOP, fizeram afirmações expressando preocupação com o aparente crescimento de popularidade da pseudociência, especialmente quando se trata de áreas científicas que existem para salvar vidas. Vários tratamentos autoproclamados medicina alternativa foram designados pseudociência por críticos, porque seus métodos inspiram falsa esperança em pacientes terminais e acabam custando grandes quantias de dinheiro sem prover nenhum benefício real, tratamento, ou cura para várias doenças simples.
[editar] Absurdos da não-pseudociência

Existe um subconjunto do que é freqüentemente chamado de pseudociência que difere do que aqui foi definido como pseudociência. A maioria deles é baseado na matemática, e os problemas são geralmente apresentados com uma simplicidade tentadora. Eles normalmente vivem num sistema fechado de suposições e premissas e dependem de uma interpretação falha das regras deste sistema. Enquanto pseudocientistas falharam em provar que estavam certos, estes empreendimentos podem ser provados impossíveis.

Os antigos problemas geométricos de dividir um ângulo em três usando apenas uma régua e um compasso e de desenhar um quadrado com a mesma área de um dado círculo (ver quadratura do círculo) são exemplos deste tipo de problema. Alguns dizem que invenções que pretendem ilustrar o moto contínuo também entram neste grupo. Este último aparece com tanta freqüência que o Escritório de Patentes dos EUA tem como política desconsiderar a aplicação de patentes deste tipo.

Por causa do fato de seu sucesso não depender de evidências empíricas do mundo "real", alguns cientistas não consideram a matemática uma ciência. Neste contexto, a violação das regras da matemática não pode ser considerada pseudociência. Estes cientistas, que são matemáticos no entanto, diriam que o termo técnico correto para alguma coisa violando as regras da matemática seria "errado". A matemática difere as outras ciências por estar baseada em provas que (como diriam os matemáticos) provêem um grau de certeza muito maior do que o que pode ser alcançado por experimentos (embora alguns experimentalistas discordem).


[editar] Ligações externas

* Ceticismo aberto - tem como objetivo principal promover o uso do ceticismo na análise dos fenômenos ditos paranormais e ufológicos, mas abrange mais temas.
* Projeto Ockham - site que dedica-se a divulgar e discutir evidências científicas disponíveis sobre vários fenômenos supostamente "paranormais" ou "sobrenaturais" e fatos erroneamente divulgados como científicos.
* O Dicionário Cético - coleção de trabalhos críticos de casos que são considerados pseudocientíficos. (versão em português do The Skeptic's Dictionary)* Crank.net: Science (em inglês)
* James Randi Educational Foundation (em inglês) - organização que investiga e tenta verificar casos que parecem contradizer a ciência estabelecida. Usando condições de experiência controladas, a JREF ainda não encontrou evidências de nada inexplicável para a ciência estabelecida.
* Bad Astronomy (em inglês) - discussão de casos em que incorreta astronomia e física foram promovidas pela mídia, como as acusação à alunagem da nave Apollo.
* O problema da demarcação: Que teorias devem ser classificadas como "científicas"?
* Umbrellaology (em inglês) - este artigo ilusta algumas das dificuldades em se decidir se um assunto é científico ou pseudocientífico.
* Paranormal e Pseudociência em Exame - extensa coleção de artigos que auxiliam a análise crítica do Paranormal e da Pseudociência.
Neuroteologia
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"Neuroteologia", também conhecida como Bioteologia ou Neurociência Espiritual é o estudo da base neural da espiritualidade e emoção religiosa. A meta da Neuroteologia está em descobrir os processos cognitivos que produzem experiências espirituais ou religiosas e relacioná-las com padrões de atividade no cérebro, como elas evoluíram nos humanos, e os benefícios dessas experiências.
Índice
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* 1 Áreas de estudo da Neuroteologia
* 2 História e Metodologia de estudo
* 3 "Gene Divino"
* 4 Principais dúvidas dentro da Neuroteologia
* 5 Definindo e medindo a espiritualidade
o 5.1 Eventos que podem causar experiências espirituais
* 6 Partes do cérebro relacionadas a experiências espirituais
* 7 Livros sobre Neuroteologia
* 8 Veja Também
* 9 Ligações externas

[editar] Áreas de estudo da Neuroteologia

Existem varias áreas de estudo dentro da neuroteologia. Algumas delas sao:

* Estudo sobre como o cérebro humano pode ter evoluído para produzir essas experiências (alguns chamam esta área de Neuroteologia evolutiva)
* Estudo do desenvolvimento espiritual na criança e sentido de Deus,do nascimento ate a infância (alguns chamam esta área de Neuroteologia desenvolvimental)
* Estudo do comportamento espiritual e religioso da raça humana por toda a história, e de ancestrais de humanos como o homo erectus, e outras espécies como o neanderthal (alguns chamam esta área de Neuroteoantropologia)
* Estudo do comportamento religioso de primatas e outros mamíferos (alguns chamam esta área de Zooneuroteologia)

[editar] História e Metodologia de estudo

Cientistas há muito tempo têm especulado que sentimentos religiosos poderiam estar ligados a lugares específicos no cérebro. Um dos mais antigos escritos sobre o assunto datam de 1892, nos quais alguns textos sobre doenças cerebrais falavam de uma ligação entre "emoção religiosa" e epilepsia.
O MRIscanner e um instrumento que ajuda a estudar o cerebro em funcionamento. E um instrumento de grande ajuda a Neuroteologia.

Em estudos na década de 1950 e de 1960 , foram tentados o uso de EEGs para estudar o comportamento das ondas cerebrais relacionado com estados espirituais. Em 1975, o neurologista Norma Geschwidn descreveu pacientes epilépticos com intensa experiência religiosa.

Durante a década de 1980s o Dr. Michael Persinger estimulou o lobo temporal de pacientes humanos com um campo magnético fraco usando um equipamento que ele chamava de capacete de Deus (God helmet). Os pacientes relataram ter a sensação de "uma presença celestial no quarto". Esse trabalho ganhou atenção na época, mas não foi explicado o mecanismo que causava esses efeitos. Em 1987, Michael Persinger publicou um livro sobre o assunto intitulado "Neuropsychological Bases of God Beliefs".

Numa tentativa de focalizar o crescente interesse no campo, em 1994, o professor Laurence O. McKinney publicou o primeiro livro com o termo neuroteologia no título: "Neurotheology: Virtual Religion in the 21st Century" (Neuroteologia: Religião Virtual no Século XXI), escrito para uma audiência leiga. O livro ganhou grande interesse de pessoas como o Dalai Lama e o eminente teólogo Harvey Cox.

Um livro de 1998 sobre o assunto ganhou muita atenção foi "Zen and the Brain", escrito pelo Neurologista e Praticante de Zen, James H. Austin.

No final da década de 90, os neurocientistas Andrew Newberg e Eugene d’Aquili usaram varias tecnicas de neuroimagem em budistas experientes em profunda meditação, e nos anos subseqüentes fizeram testes em freiras enquanto estavam rezando. Andrew Newberg e Eugene d’Aquili escreveram vários livros sobre o assunto:

* em 1999, "A mente mística : entendo a biologia da experiência religiosa"
* em 2002, "Porque Deus não quer ir embora: Ciência do cérebro e a biologia da crença".
* em 2006, "Porque acreditamos no que acreditamos: Descobrindo sobre nossa necessidade biológica por significado, espiritualidade e verdade"
* em outubro de 2007, "Nascidos para acreditar: Deus, Ciência, e a origem da crença ordinária e extraordinária".

Alguns recentes estudos com o uso de neuroimagem para localizar as regiões no cérebro ativas durante experiências que os pacientes associam como espiritual. David Wulf, um psicólogo da Wheaton Universidade de Massachusetts, disse que o "estudo de imagens do cérebro com os novos e poderosos aparelhos de neuroimagem como o MRIscanner (imagem), junto com a consistência do histórico de experiências espirituais por várias culturas, pela história e por religiões, sugerem um ponto em comum , e que isso reflete a estrutura e processos no cérebro humano. Ecoando antigas teorias de que sentimentos associados com experiências místicas ou religiosas são aspectos normais do funcionamento do cérebro sob circunstâncias extremas, e não comunicação direta com Deus ou outras entidades."

Alguns cientistas dizem que a neuroteologia pode reconciliar religião e ciência, mas, se não conseguir, a neuroteologia pode desevolver métodos seguros e precisos de indução a experiências espirituais para pessoas que nao conseguem tê-las facilmente. Por causa dos efeitos positivos que essas experiências causam em pessoas que já a tiveram, alguns cientistas especulam que a habilidade de induzí-las artificialmente pode tranformar a vida de algumas pessoas, tornando-as mais felizes, saudáveis e com melhor concentração.
[editar] "Gene Divino"

A hipótese do gene divino propõe que alguns seres humanos carregam um gene que lhes dão a predisposição para episódios interpretados por algumas pessoas como revelação religiosa. A idéia foi postulada e promovida pelo geneticista Dr. Dean Hamer, diretor da Unidade Estrutura do gene e regulação , no Instituto nacional do câncer nos Estados Unidos . Hamer escreveu um livro sobre o assunto intitulado, O gene divino : Como a fé e pré-programada dentro dos nossos genes . (The God Gene: How Faith is Hardwired into our Genes)

De acordo com a hipótese, o gene divino (VMAT2), não é “codificado” para a crença em Deus, mas é arranjado fisiologicamente para produzir sensações associadas, por alguns, com a presença de Deus ou outras experiências místicas, ou mais especificamente espiritualidade como um estado da mente.

Que vantagens evolutivas isso pode levar, e de que esses efeitos vantajosos são efeitos colaterais , são questões que ainda estão para serem totalmente exploradas. Dr. Hames teorizou que a transcendência faz as pessoas ficarem mais otimistas, o que leva elas a ficarem mais saudáveis e com mais probabilidade de terem muitos filhos.
[editar] Principais dúvidas dentro da Neuroteologia
A oração pode levar a pessoa a ter emoções religiosas, como a sensação de estar em contato com Deus.

* Evolução - Porque e como as experiências espirituais surgiram?
* Idade – Pode-se relacionar o desenvolvimento da crença “religiosa” (crença no sobrenatural e/ou pós-morte ou crença em Deus) com o desenvolvimento do cérebro na criança? Existe alguma relação neurológica com o fato de que a maioria dos líderes religiosos tiveram suas epifanias nos seus 30 anos?
* Doenças Mentais – Pode se mapear a relação entre comportamento religioso em pessoas com doenças mentais como esquizofrenia, com o comportamento religioso normal nos fatores neurológicos de determinada doença mental?
* Alucinógenos e Enteógenos – Pode-se relacionar o comportamento religioso que surge sob a influência de alucinógenos com o conhecimento do efeito neuroquímico dessas substâncias?
* Sexo – Como homens e mulheres diferenciam-se em crença e comportamento religioso, e se podemos estabelecer uma relação entre os dois e como o cérebro se diferencia em estrutura?
* Sonhos - Qual é a relação entre experiências de Deus ou sobrenatural enquanto a pessoa esta dormindo e enquanto a pessoa esta acordada e a diferença nos preocessos neurológicos nos dois estados?
* Hipnose – A crença religiosa é uma forma, ou compartilha mecanismos com a hipnose?
* Musica - Cerimônias religiosas quase sempre envolvem música, e música pode gerar sentimentos religiosos, provando que a neurologia da música pode dar insight na neuroteologia.
* Genética – Em adição aos aspectos Histórico-Cultural, e às idéias transmitidas, que são base para a religião, podem haver fatores genéticos específicos também, como aqueles que podem predispor certas pessoas para o comportamento e crença religiosa?
* Espécies – Pode-se relacionar a diferença entre o comportamento religioso dos primatas avançados e de humanos primitivos com os dos humanos modernos, com o nosso conhecimento de como nosso cérebro evoluiu em cima dos deles? (neurozoologia)

[editar] Definindo e medindo a espiritualidade

Neuroteologia tenta explicar a atual base neurológica para aquelas experiências, que são popularmente chamadas de "espirituais" religiosas, ou místicas ou outros termos para formas anormais de cognição, que quase sempre envolvem um ou mais dos seguintes itens:

* União com o universo
* A sensação de que o tempo, medo ou consciência do "eu" se dissolveram
* Encontro com Deus ou alguma entidade "superior"
* Êxtase
* Iluminação
* Estados alterados de consciência

Essas experiências são vistas como base de diferentes formas de religião e crenças e comportamentos.
[editar] Eventos que podem causar experiências espirituais

* Meditação
* Oração
* Rituais religiosos
* Experiências de quase morte
* Exercícios de respiração
* Música
* Dança
* Jejum prolongado
* Consumo de substâncias psicoativas (Como DMT, Salvia divinorum, Peiote e várias outras).

[editar] Partes do cérebro relacionadas a experiências espirituais
Lobo frontal em azul; Lobo parietal em amarelo; Varias partes do cérebro estão relacionada com experiências místicas. São elas: *Lobo occipital em vermelho; Lobo temporal em verde.

* Lobo parietal : diminuição de neuro-sinapses levando a sensação de união como o universo.
* Lobo frontal : Concentração ampliada (meditação) bloqueia outros impulsos neurais.
* Lobo temporal : Ativa intensa emoção , como prazer e medo
* Lobo occipital : Processa imagens que facilitam praticas espirituais (velas,cruzes, etc.)

[editar] Livros sobre Neuroteologia

Em Português:

* A religião do cérebro"

Em Inglês:

* The "God" part of the brain
* Neurotheology: Virtual Religion in the 21st Century
* NeuroTheology: Brain, Science, Spirituality, Religious Experience]
* Why God Won't Go Away: Brain Science and the Biology of Belief
* Why We Believe What We Believe: Uncovering Our Biological Need for Meaning, Spirituality, and Truth

[editar] Veja Também

* Experiência religiosa
* Espiritualidade
* Misticismo
* Psicologia da Religião
* Psicodélico
* Drogas alucinógenas
* Filosofia da mente
* Psiconauta

[editar] Ligações externas

* O sentido do mundo
* Scientific American - Searching for God in the Brain (em inglês)
* CNN - Are humans hard-wired for faith? (em inglês)
Psicologia da religião
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Grupo 1909 foto na frente da Clark University. Fila da frente: Sigmund Freud, G. Stanley Hall, Carl Jung. Fila atrás: Karl Abraham; A. Brill, Ernest Jones, Sandor Ferenczi.

A Psicologia da religião é o estudo psicológico das experiências religiosas e crenças. No Cristianismo, a psicologia da religião ou psicologia pastoral é um sub-campo da Teologia pastoral.

Há de se verificar ao tecer considerações acerca das iterrelações entre a psicologia e religião as distintas formas ou escolas de psicologia enquanto ciência e a ampla variedade do fenômeno religioso enquanto objeto do estudo da história e/ou da sociologia das religiões. Entre as contribuições da psicologia há um destaque para aproximação da antropologia e psicanálise onde se insere o tema das religiões tratado mais extensamente por Carl Gustav Jung (1875 — 1961) e tema de recentes estudos sobre meditação utilizado eletroencefalograma a exemplo de diversos estudos Holística e Psicologia transpessoal outras técnicas da moderna neurociência constituindo a corrente denominada por Neuroteologia ou o estudo da base neural da espiritualidade e emoção religiosa.
[editar] Ver também

* Yoga
* Meditação
* Teologia
* Psicoterapia
* Curandeirismo
* Drogas alucinógenas
* Psicoterapia psicodélica
* Antropologia das religiões
* Sociologia da religião
* Medicina indígena
* Xamanismo
* Evangelização
* Paganismo
* Sincretismo
* Ecumenismo



* Hinduísmo
* Budismo
* Islamismo
* Judaísmo
* Taoismo
* Xintoísmo
* Espiritismo
* Protestantismo
* Cristianismo
* Catolicismo
* Catimbó
* Candomblé
* Umbanda

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[editar] Ligações Externas

* Transgressões humanas: pecado e sentimento de culpa na Psicologia e na Religião


Sociologia da religião
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Sociologia da religião busca explicar empiricamente as relações mútuas entre religião e sociedade. Os estudos fundamentam-se na dimensão social da religião e na dimensão religiosa da sociedade.
Índice
[esconder]

* 1 Sociologia da religião no Brasil
* 2 Jacques Attali
o 2.1 Do judaísmo ao cristianismo
+ 2.1.1 Citações cristãs anti-dinheiro
o 2.2 Do catolicismo para o protestantismo - nova reversão
* 3 Bertrand Russel
* 4 Ver também
* 5 Referências
* 6 Bibliografia

[editar] Sociologia da religião no Brasil

O marco referencial da consolidação da sociologia da religião como campo autônomo de pesquisa no Brasil é a publicação da obra "Católicos, Protestantes, Espíritas", de Cândido Procópio Ferreira de Camargo, em 1973.[1] Nomes de referência no Brasil: Edison Carneiro, Beatriz Muniz de Souza, Antônio Flávio Pierucci, Reginaldo Prandi, dentre outros.
[editar] Jacques Attali
[editar] Do judaísmo ao cristianismo

Jacques Attali argumenta em Les Juifs, le Monde et l'Argent que com a chegada de Jesus Cristo e o posterior desenvolvimento do cristianismo há uma revolução na atitude perante o dinheiro. Esta clivagem tem muito a ver com a mesma clivagem existente dentro do judaísmo ao tempo de Jesus entre Saduceus (judeus estabelecidos, conservadores) e Fariseus e Essênios (com uma atitude mais revolucionária, igualitária, ascética).

Se, para o judaísmo, possuir o dinheiro é uma forma de estar em posição de evitar a violência e de resolver possíveis problemas futuros, já para a nova religião nascente, o dinheiro é algo de sujo e problemático (a mesma atitude de algumas das facções do judaísmo mencionadas).

Nas palavras de Attali:

Paralelamente aprofundam-se as diferenças entre as duas doutrinas económicas. Quer no Judaísmo como no Cristianismo acredita-se nas virtudes da caridade, da justiça e das ofertas. Mas para os Judeus, é desejável ser rico, enquanto que para os Cristãos é recomendado ser-se pobre. Para uns, (os Judeus) a riqueza é um meio para melhor servir Deus; para os outros, (os Cristãos) ele impossibilita a salvação. Para uns, o dinheiro pode ser um instrumento do bem; para os outros os seus efeitos são sempre desastrosos. Para uns, qualquer pessoa pode gozar do dinheiro bem ganho; para os outros ele queima-lhe os dedos. Para uns, morrer rico é uma bênção, desde que o dinheiro tenha sido adquirido moralmente e que se tenha cumprido com todos os deveres para com os pobres da comunidade; para os outros, morrer pobre é uma condição necessária da salvação.

É assim que Mateus, escreve sobre Jesus: “Digo-vos mais uma vez: é mais facil a um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que a um rico entrar para o céu” (19, 24). E se Lucas conclui a parábola do intendente infiel por uma frase ambígua: Façam-se amigos do dinheiro da desonestidade (16, 11), ele acrescenta ainda “façam o bem e emprestem sem nada esperar em troca” (6,35).

De facto, como vimos, para os Judeus, receber juros do dinheiro não é imoral; e se não é permitido fazê-lo entre Judeus é por uma questão de solidariedade, e não por interdição moral. O dinheiro é, como o gado, uma riqueza fértil e o tempo é um espaço a valorizar. Pelo contrário, para os Cristãos, como para Aristóteles e os Gregos, o dinheiro, como o tempo, não produz em si qualquer riqueza, ele é estéril; e fazer comércio de dinheiro é um pecado mortal. Esta obsessão pela esterilidade do dinheiro reenvia também para o ódio pela sexualidade, interdita fora do casamento. Para a nova Igreja, nada deve ser fértil que não tenha sido criado por Deus. Fazer trabalhar o dinheiro é fornicar.

Sem dúvida é preciso ver nestas diferenças o traço de um conflito muito antigo entre essénios e saduceus, e o desejo dos apóstolos de ganhar o apoio dos mais pobres entre os Judeus.

As ofertas dos Judeus às suas comunidades são limitadas a um quinto das suas receitas. Pelo contrário, encoraja-se os Cristãos a doar sem limites à Igreja. Enquanto que as comunidades judaicas devem redistribuir integralmente estas doações aos pobres (ver Templo de Salomão) a Igreja pode conservar o dinheiro, pelo menos em parte, para ela mesma a fim de de criar pelo esplendor as condições do assombro e da salvação dos homens. Para ela, o dinheiro, que não produziria juros, pode produzir a graça se ele transitar pela Igreja. Toda a potência eclesiástica do futuro advém desta reversão da relação com o dinheiro.

...

Mesmo se neste espírito, alguns teólogos do Cristianismo antigo como Clemente de Alexandria, glorificam uma ética económica muito semelhante à da moral do Pentateuco, os primeiros Cristãos encontram argumentos nestas passagens dos Evangelhos para apoiar a tese de que entre os Judeus tudo se mede em dinheiro, tudo se troca: mesmo o tempo, mesmo a carne humana, mesmo Deus! O Judeu, dizem eles, o qual vendeu o Messias por dinheiro, está pronto a tudo comprar e a tudo vender. O mercado é a sua única lei. O anti-judaísmo Cristão é imediatamente inseparável da condenação económica.

[editar] Citações cristãs anti-dinheiro

* "Todo o homem rico é, ou injusto na sua pessoa, ou herdeiro da injustiça e da injustiça de outros" (Omnis dives aut iniquus est, aut heres iniqui) - São Jerónimo.

* "Quem quer se tornar rico tomba nas armadilhas do demónio, e se entrega a mil desejos não apenas vãos mas perniciosos, que o precipitam por fim no abismo da perdição e da condenação eterna" São Timóteo, 6

* "Ou tu és rico e tens o supérfluo, e nesse caso o supérfluo não é para ti mas para os pobres; ou então tu estás numa fortuna mediocre, e então que importa a ti procurar aquilo que não podes guardar ?" São Bernardo

* "Mas a moral do evangelho vai ainda mais longe; porque ela nos ensina que quanto mais um cristão é rico, mais ele deve ser penitente; ou seja, mais ele se deve deduzir das doçuras da vida; e que estas grandes máximas de renúncia, de escrutínio, de desapego, de crucificação, tão necessárias à salvação, são muito maiores para ele do que para o pobre" Louis Bourdaloue, jesuíta francês do século XVII.

* "E não podemos dizer também que quase todos os ricos são homens corruptos, ou antes, perdidos pela intemperança das paixões carnais que os dominam? Porquê ? Porque têm todos os meios do ser, e que não usam as suas riquezas que não seja para saciar as suas brutais avarices. Vítimas reservadas à cólera de Deus, engordados dos seus próprios bens! Quantos é que conheceis que não sejam assim ? Quantos é que vós conheceis que, na opulência, tenham aprendido a dominar o seu corpo e a o limitar em restrição ? Um rico continente ou penitente não será uma espécie de milagre ?", Louis Bourdaloue, jesuíta francês do século XVII.

* "Uma virgem pode conceber, uma estéril pode dar à luz, um rico pode ser salvo: estes são três milagres nos quais as escrituras sagradas não nos ensinam outra coisa que não seja que Deus é omnipotente. Pois é verdade, ó rico do mundo, que a tua salvação não é nada fácil, ela seria impossível se Deus não fosse omnipotente. Consequentemente, esta dificuldade passa bem distante dos nossos pensamentos, já que é necessário, para a ultrapassar uma potência infinita. E não me digas que estas palavras não te dizem respeito porque talvez não sejas rico. Se não és rico, tu tens vontade de o ser; e estas maldições sobre a riqueza devem cair não tanto sobre os ricos mas sobretudo sobre aqueles que o desejam ser. É para esses que o apóstolo pronuncia, que eles caem na armadilha do diabo e de muitos desejos malvados, que precipitam o homem na perdição. ... Também o apóstolo tem razão quando diz que o desejo de riqueza é a raiz de todos os males; Radix omniumm malorum est cupiditas". Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704), bispo, teólogo e escritor francês, sermão em Metz a 4 de Outubro de 1652.

[editar] Do catolicismo para o protestantismo - nova reversão

Jacques Attali vê com o advento da Reforma Protestante uma nova reversão na relação para com o dinheiro, repondo entre os protestantes do mundo ocidental (norte e oeste da Europa) o entendimento que os Judeus faziam do dinheiro. Este regresso aos princípios económicos do Judaísmo caracteriza a sociedade moderna.

Attali acusa Max Weber de não ter reconhecido na ética que possibilitou o novo mundo dos negócios capitalistas, a ética judaica. Attali escreve: "Weber não vê que os Judeus inventaram a ética bem antes dos Gregos ou dos puritanos" ..." e que para eles (os Judeus) a actividade económica é um meio essencial de ir ter com Deus".


[editar] Bertrand Russel

Confirmando algumas destas ideias de Attali, encontramos um trecho de Bertrand Russel, em "Filosofia do Mundo Ocidental", no capítulo "A política de Aristóteles":


Desde o tempo dos gregos até hoje, a Humanidade, ou pelo menos a parte economicamente mais desenvolvida dela se divide entre devedores e credores; os devedores são contra os juros e os credores são a favor. Quase sempre, os detentores de terras são devedores, enquanto que os comerciantes são credores.

Os filósofos, com poucas excepções, concordam com os interesses financeiros da sua classe. Os filósofos Gregos pertencem à classe dos proprietários de terra ou trabalhavam ao seu serviço. Por isso, eles recusavam os juros.
Os filósofos da Idade Média eram homens da Igreja; o património da Igreja constituia-se sobretudo de terras; eles não viam pois razão para rever as ideias de Aristóteles.

A sua antipatia contra a usura foi ainda reforçada pelo Anti-semitismo, já que o capital fluido (ou seja em dinheiro, facilmente transmissível) estava em grande parte na posse de Judeus...

Com a Reforma Protestante, a situação muda. Muitos dos protestantes mais convictos eram comerciantes, para quem o empréstimo de dinheiro a juros era muito importante... Por isso, os juros foram aceites, primeiro por Calvino e depois por outros protestantes. Finalmente, a Igreja Católica viu-se forçada a seguir o exemplo deles, já que as velhas proibições já não se enquadram no mundo moderno.

[editar] Ver também

* Teologia
* David Landes
* Ernest Gellner
* Max Weber
* Moisés Espírito Santo
* Protestantes por país
* Sociologia da Religião em David Hume
* A ética protestante e o espírito do capitalismo
* Curandeirismo
* Antropologia e psicanálise
* História do antissemitismo

Referências

1. ↑ Encontro temático discutiu a obra de Cândido Procópio Ferreira de Camargo.

[editar] Bibliografia

* CAMARGO, Cândido Procópio Ferreira de. Católicos, Protestantes, Espíritas, Petrópolis: Vozes, 1973.
* HOUTART, François. Sociologia da religião. São Paulo: Ática, 1994.
* JARDILINO, Jose Rubens Lima; SOUZA, Beatriz Muniz de; GOUVEIA, Eliane Hojaij. Sociologia da religião no Brasil. Educ, 1999.
* PIERUCCI, Antônio Flávio. Igreja: contradições e acomodação. São Paulo: Brasiliense / CEBRAP, 1978. 188 p.
* PIERUCCI, Antônio Flávio; PRANDI, R. A realidade social das religiões no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1996. 294 p.
* SOUZA, Beatriz Muniz de; MARTINO, Luis Mauro Sá. Sociologia da religião e mudança social São Paulo: Paulus , 2004.
* TEIXEIRA, Faustino. Sociologia da religião. Petrópolis: VOZES, 2003.
* WACH, Joachim; CANCIAN, Attilio. Sociologia da religião. São Paulo: Paulinas, 1990.
* PRANDI, Reginaldo, Os Candomblés de São Paulo, Hucitec, 1991
Antropologia e psicanálise
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Antropologia (do grego άνθρωπος, transl. anthropos, "homem", e λόγος, logos, "razão"/"pensamento") é a ciência que se ocupa em estudar o homem enquanto espécie primata e a humanidade ou seja seus símbolos e produtos culturais. Uma ciência que conquistou seu lugar evoluindo de relatos de vivências e descrições de costumes feitas por viajantes, afirmando a necessidade da pesquisa de campo e aprofundamento do conjunto de descrições etnográficas (corpus etnograficos) de todos os povos do mundo que vinham se acumulando (Laplatine) [1]. Distinguindo-se da sociologia e da economia política as denominadas ciências humanas e mesmo da psicologia social enquanto ciência dos costumes e estilos de vida. A antropologia dialoga com essas ciências afirmando seus próprios métodos e referencial teórico de diversas procedências. A psicanálise se inclui entre as "psicologias", e em relação à antropologia deve-se considerar a via de mão dupla tanto desta para a antropologia como da antropologia para psicanálise.
Saxman Totem Park, Alaska

A psicanálise, também, pode ser descrita como um procedimento especializado de psicoterapia, uma teoria da personalidade além de uma teoria da cultura ou filosofia sobre a natureza humana aonde residem suas maiores contribuições à antropologia. Segundo Freud a psicanálise cresceu num campo muitíssimo restrito. No início, tinha apenas um único objetivo — o de compreender algo da natureza daquilo que era conhecido como doenças nervosas ‘funcionais’, com vistas a superar a impotência que até então caracterizara seu tratamento médico e possuía desde o início a expectativa de participar do desenvolvimento cultural como um fermento significativo auxiliar ao aprofundamento de nosso conhecimento do mundo. [2]
Índice
[esconder]

* 1 Antropologia e psicologia
* 2 Contribuições da psicanálise
* 3 Perspectivas antropológicas
* 4 Referências
* 5 Ver também

[editar] Antropologia e psicologia

Tal como referido no início, tradicionalmente na antropologia divide-se em antropologia cultural e antropologia física, cada uma destas com suas contribuições específicas para o estudo da mente e comportamento humano. Em seu processo de construção abrigou diversas correntes de pensamento onde, como dito, as contribuições da psicanálise são relevantes. Na antropologia cultural há de se considerar as aplicações da antropologia às emoções, saúde e à psicologia onde teoricamente, mas não sem conflitos, a psicanálise se insere. Nessa última um ramo inquestionavelmente associado à psicanálise possui uma interface interdisciplinar com o segmento da antropologia que estuda a interação de processos simbólico-culturais e mentais ou cognitivos e uma área também comum à psicologia do desenvolvimento, que também analisa a forma como se realiza a socialização da criança dentro de um determinado grupo cultural. Essa interdiscplinariedade nos permite compreender melhor como a cultura modela a cognição humana, a percepção, ou a emoção, sexualidade, motivação e saúde mental.

Outras escolas da psicologia também possuem uma interface com a antropologia e disputam o domínio da ciência dos costumes da moral e da conduta humana, tal como compreendida antes do séc. XX, a saber por obras de Immanuel Kant, (1724 — 1804) e a persistência de algumas dessas concepções na esfera jurídica. Um bom exemplo, sem dúvida originado a partir das contribuições de Burrhus Frederic Skinner (1904 — 1990) é o esboço de uma antropologia comportamental proposta por Malott, Richard W. [3] no seu artigo "Comportamento governado por regras e antropologia comportamental" (1988) a partir das contribuições de Marvin Harris (1907-2002) sobre o materialismo cultural [4] analisando os costumes indianos, o culto à vaca sagrada [5] e as regras de controle do comportamento, bem como os diversos tipos de contingências que as mantém.

Para Marcel Mauss, (1872-1950), praticamente o fundador da etnologia francesa, tanto a questão da independência relativa entre fatos de diversas ordens biológicas e psicológicas e fatos sociais como a relação entre os fatos psíquicos e fatos materiais da sociedade devem ser investigados. Para esse autor os fenômenos psicológicos atuam como engrenagens (ainda não dimensionadas) entre o aparelho biológico / fisiológico e a ordem social. Entre as contribuições da sociologia que se distingue da psicologia coletiva por delimitar a morfologia (demográfica, estatística e histórica) do social em vez de lidar com abstração da coletividade, ou seja, da consciência (inspiração inconsciente) do grupo sem o seu substrato material e concreto.

Entre as principais contribuições das ciências sociais à psicologia segundo esse autor está a contextualização dos símbolos míticos e morais, um caminho já trilhado por Wilhelm Wundt (1832-1920) em sua Volkerpsychologie e pelo próprio Sigmund Freud (1856 – 1939) em ‘Totem e tabu’ como veremos em seguida, apesar das ressalvas contra esse último pela aproximação dos ritos e crenças à psicose. A noção de psicose, segundo Mauss, é uma importante contribuição da psicologia às ciências sociais, esclarece alguns fenômenos coletivos como alucinações e sonhos coletivos associados ao fanatismo, vendeta em grupo, mitomania, loucura judiciária, alucinações do culto funerário etc. Destaca ainda como contribuições da psicologia às ciências sociais as noções de astenia e vigor mental, atividade simbólica e a noção de instinto [6]
[editar] Contribuições da psicanálise

Apesar de alguns autores como Alexander e Selesnick [7] situarem a psicanálise na perspectiva de desenvolvimento da história da psiquiatria a maioria dos historiadores da psicologia situam esta no início da evolução da psicologia clínica. Goodwin [8], Hothersall [9]

Esta escola é baseada na idéias de Sigmund Freud e outros psicanalistas acerca dos fenômenos sociais e culturais. Os adeptos dessa abordagem freqüentemente utilizam técnicas que exploram a relação entre a infância e a personalidade adulta – é clássica a comparação entre os ditos selvagens e primitivos, os neuróticos, psicóticos e as crianças utilizando (no caso de Freud) os relatos etnográficos da época especialmente de James Frazer (1854 -1941), Edward B. Tylor (1832 —1917) e William R. Smith (1846 – 1894) entre outros. A partir dos trabalhos propostos por Freud os psicanalistas estudam a influência e origem dos símbolos culturais (incluindo mitos, sonhos e rituais) comprando-os com os resultados da aplicação da técnica psicanalítica.

Entre os trabalhos de Freud selecionados pelo editor das edições standard de suas obras completas, James Strachey, cerca de 27 ensaios e/ou livros escritos entre 1907 e 1940, pode-se destacar:
Totem Park pole 1.jpg

* 1907 – Atos obsessivos e práticas religiosas.
* 1908 – Ética sexual civilizada e as modernas doenças nervosas.
* 1912 – Totem e tabu, alguns pontos de concordância entre a vida mental dos selvagens e dos neuróticos
* 1913 – A ocorrência nos sonhos de material proveniente dos contos de fadas.
* 1916 – Um paralelo mitológico a uma obsessão visual.
* 1918 – O tabu da virgindade
* 1921 – Psicologia de Grupo e a Análise do Ego.
* 1927 – O futuro de uma ilusão
* 1930 – O mal estar da civilização.
* 1932 – A aquisição e o controle do fogo
* 1938 – Uma nota sobre o anti-semitismo
* 1939 – Moisés e o monoteísmo

Entre outros psicanalistas que podem ser considerados parte desta escola estão:

Géza Roheim (1891 –1953), primeiro psicanalista com específicos trabalhos sobre psicanálise e antropologia (A origem e função da cultura (1945) e Psicanálise e antropologia (1953)) De acordo com Souza [10] é na sua obra «Psychoanalysis and Anthropology» (1953) que Róheim desenvolve a sua noção de cultura, trabalhada na sua diferença quer contra a noção filogenética de cultura proposta por Freud em «Totem e Tabu», quer contra a noção de cultura proposta pela antropologia culturalista. Em termos simples, podemos dizer que, para Róheim, a cultura humana é a conseqüência da infância prolongada da espécie humana, e que as áreas culturais decorrem da situação infantil típica que reina em cada uma das culturas humanas.

Erich Fromm (1900 —1980) que destacou-se na área pela proposição dos estudos de personalidade como resultado de fatores culturais e biológicos e aproximação com Marxismo possuindo diversos trabalhos sobre o cristianismo, religiões orientais (onde se inclui o célebre Zen Budismo e psicanálise em parceria com D.T. Suzuki and Richard de Martino) posteriormente integrante da Escola de Frankfurt com importantes trabalhos na área de psicologia social onde se situam os de Herbert Marcuse, (1898 —1979)

Erik Erikson (1902 —1994), assim como Róheim psicanalista do círculo de influência Melanie Klein (1882 — 1960). Pode ser considerado integrante da tendência culturalista da psicanálise americana. Possui alguns trabalhos sobre a influência da cultura especialmente a identidade e relações entre a infância e sociedade, tema título de seu livro publicado 1950, após período em que conviveu na reserva dos índios Sioux na década de 1930. Tal como Fromm relaciona a psicanálise com a história, política, filosofia e teologia publicando livros sobre Martinho Lutero, Gandhi e Hitler, contextualizado culturalmente suas biografias.

Dissidentes da psicanálise Carl Gustav Jung (1875 - 1961) apesar de formalmente reconhecidos como tal, não podem deixar de ser considerados. O próprio Freud reconhece que seu primeiro estímulo para escrever os ensaios reunidos como Totem e tabu (1912), talvez sua principal contribuição à antropologia, vieram de Wundt e Jung. Entre os trabalhos relevantes de Jung para antropologia encontram-se seus estudos sobre a religião ocidental - oriental, a parceria com o sinólogo Richard Wilhelm (1873-1930) e teoria dos símbolos e inconsciente coletivo, criticado mas tomados com referência no trabalho de Claude Lévi-Strauss (1908) sobre o significado dos mitos

Pelo fato de muitos cientistas sociais americanos e europeus durante os dois primeiros terços do século 20 possuirem certa familiaridade com a teoria psicanalítica, fica difícil determinar com precisão quais devem ser considerados exemplos de antropólogos psicanalistas entre estes os integrantes dos estudos sobre as teorias da personalidade e cultura a exemplo de Clyde Kluckhohn (1905, - 1960), Geoffrey Gorer (1905-1985). Este último inclusive utilizou técnicas de entrevista baseada em entrevista clínica e testes projetivos, como o Thematic Apperception Test (TAT) e o Rorschach em seus estudos etnográficos.

Destaque especial deve ser dado aos praticantes que se voltaram à pesquisa entre doença mental e cultura (cross-cultural) como Georges Devereux (1908 - 1985) considerado da etnopsiquiatria e etnopsicanálise juntamente com Geza Róheim [11] e Gananath Obeyesekere professor da Universidade de Princeton e do Sri Lanka (sua terra natal) conhecido por seus trabalhos sobre Depressão Budismo e Psicanálise onde considera a via de mão dupla dos povos estudados e teorias científicas. [12]
[editar] Perspectivas antropológicas

Ainda sobre a relação entre a vida mental dos selvagens e dos neuróticos é o referido antropólogo Levi-Strauss [13] que nos propõe que a comparação entre a psicanálise e a cura xamânica facilita o entendimento dessa última e considera a possibilidade do estudo do xamanismo, inversamente, vir a ser utilizado para elucidar pontos obscuros da teoria de Freud em especial as noções de mito e inconsciente.

A teoria da cultura como um conjunto de sistemas simbólicos, à frente dos quais situa-se a linguagem e as regras matrimoniais decerto permite uma aproximação desta com a teoria psicanalítica. Contudo ainda segundo esse autor [14] a psicanálise a análise estrutural divergem em um ponto essencial. Ao longo de toda sua obra Freud oscila sem chegar a escolher – entre uma concepção realista e uma concepção relativista do símbolo. Para a primeira cada símbolo teria uma significação única. Poderiam listar-se todas as significações num dicionário, que como Freud sugere não seria muito diferente de uma “chave dos sonhos” menos no tamanho. A outra concepção admite que a significação de um símbolo varia em cada caso particular e recorre às associações livres para a fixar. De forma ainda ingênua e rudimentar, ele reconhece, portanto, que o símbolo tira sua significação do contexto, da sua relação com outros símbolos, que por sua vez só adquirem sentido relativamente a ele. esta segunda via pode ser fecunda, desde que a técnica simplista das associações livres ocupe o lugar que lhe compete num esforço global que visa reconstituir a história pessoal de cada sujeito, a do seu meio familiar e social, a sua cultura.... Procuraria assim compreender-se um indivíduo do modo como o etnógrafo procura compreender uma sociedade....

E o grande enigma permanece sendo o símbolo. Jung [15] nos chama atenção que o uso consciente que fazemos do símbolo é apenas um aspecto de um fato psicológico de grande importância: o homem também produz símbolos, inconsciente e espontaneamente, na forma de sonhos e que há um limite de evidências e de convicções que o conhecimento consciente não pode transpor. Essa é a característica universal onde a psicanálise tenta se situar como um mito moderno a unidade comum a todas as culturas que Jung designa como inconsciente coletivo e que tenta atingir segundo Lévi-Strauss [16] depressa demais ignorando os aspectos morfológicos, estatísticos e históricos dos grupos que elaboram os sistemas culturais no dizer de Mauss (o.c.)

Ainda na perspectiva das contribuições que a antropologia pode trazer à psicanálise situam-se as questões de caracterizar o próprio saber e fazer da psicanálise, a relação de Freud com a cultura e sabedoria alemã, em especial com a Viena de sua época [17] além do que já foi mais amplamente discutido, sua relação com a cultura judaica. Sobre essa última questão vale citar a observação feita pelo próprio Freud [18] no prefácio de Totem e tabu para língua hebraica... um livro que trata da origem da religião e da moralidade, embora não adote um ponto de vista judaico e não faça exceções em favor do povo judeu. O autor espera, contudo, estar de acordo com seus leitores na convicção de que a ciência sem preconceitos não pode permanecer estranha ao espírito do novo judaísmo que algum dia, sem dúvida, se tornará acessível ao espírito científico.
[editar] Referências

1. ↑ Laplatine. Aprender antropologia. SP, Brasiliense, 2007
2. ↑ Freud, Sigmund. Uma breve descrição da psicanálise (1924 [1923]). Ed Standard das obras completas v. XIX , RJ Imago
3. ↑ Malott, R. W. (1988). Rule-governed behavior and Behavioral Anthropology. The Behavior Analyst, 11, 181-203. Disponível em .pdf com tradução parcial no Boletim informativo ABPMC, nº 10, Ago. 1996)
4. ↑ Harris, M.. Cultural materialism: The struggle for a science of culture. New York: Random House, 1980
5. ↑ Harris, M. Cows, pigs, wars and witches: Cows, pigs, wars and witches: The riddles of culture. New York: Random House, 1974
6. ↑ Mauss, M. Relações reais e práticas entre a psicologia e a sociologia (1924) in: Soc. e antropologia. SP, Cosac Naify, 2003
7. ↑ Alexander, Franz G.; Selesnick, Sheldon T. História da psiquiatria. SP, IBRASA, 1980
8. ↑ Goodwin, C.James. História da psicologia moderna. SP, Cultrix, 2005
9. ↑ Hothersall, David. História da Psicologia. SP, McGraw-Hill, 2006
10. ↑ Sousa, J Francisco Saraiva. Antropologia e psicanálise
11. ↑ Laplantine, François. Aprender etnopsiquiatria. SP, Brasiliense, 1998
12. ↑ Obeyesekere, Gananath. "Buddhism, Depression and the Work of Culture in Sri Lanka." Culture and Depression. Ed. Arthur Kleinman and Byron Good. Berkeley, Calif.: University of California Press, 1985.
13. ↑ Levi-Strauss, Claude. A eficácia simbólica (1949) in: Antropologia estrutural. SP Cosac Naify, 2008
14. ↑ Levi-Strauss, Claude A oleira ciumenta. Lisboa, PT. Edições 70, 1987
15. ↑ Jung, Carl G. Chegando ao inconsciente. in: Jung, Carl G. (org.) O homem e seus símbolos. RJ, Nova Fronteira, 2008
16. ↑ Lévi-Strauss, Claude A oleira ciumenta. Lisboa, PT. Edições 70, 1987 p183
17. ↑ Gay, Peter. Sigmund Freud: um alemão e seus dissabores. in: Souza, Paulo César. Sigmund Freud & O gabinete do Dr. Lacan. SP, Brasiliense, 1990
18. ↑ Freud Sigmund. Totem e tabu (1913/1930) in Edições standard de suas obras completas... v.XIII. RJ, Imago, 1996
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Antissemitismo (do alemão Antisemitismus) , em português, significa aversão ou hostilidade contra os semitas, especialmente os árabes e judeus[1] como etnia. Inicialmente manifesta como hostilidade de caráter religioso - a exemplo do antijudaísmo do Medievo -, no século XX, na Alemanha nazista, motivou verdadeira perseguição, baseada em doutrinas supostamente científicas.
Índice
[esconder]

* 1 Etimologia e uso
* 2 Raízes do antissemitismo
* 3 Referências
* 4 Ver também
* 5 Ligações externas

[editar] Etimologia e uso

Considerando a etimologia da palavra, antissemitismo significaria, portanto, aversão aos semitas - segundo a Bíblia, os descendentes de Sem, filho mais velho de Noé - grupo étnico e lingüístico que compreende os hebreus, os assírios, os arameus, os fenícios e os árabes.

Mas, de fato, a palavra Antisemitismus foi cunhada, em língua alemã, no século XIX, numa altura em que a ciência racial estava na moda na Alemanha, e foi usada pela primeira vez já com o sentido de aversão aos judeus, pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1873, por soar mais "científica" do que Judenhass ("ódio aos judeus"). Há autores (como Gustavo Perednik) que preferem utilizar o termo judeofobia, significando "aversão a tudo o que é judaico".[2] e esse tem sido o uso normal da palavra desde então.[3][4]

Tanto quanto pode ser confirmado, a palavra foi impressa pela primeira vez em 1880. Nesse ano, Marr publicou "Zwanglose Antisemitische Hefte" ("Livros casuais anti-semitas"), e Wilhelm Scherer usou o termo Antisemiten (antissemitas) no jornal "Neue Freie Presse" de Janeiro. A palavra relacionada "semitismo" foi cunhada por volta de 1885.
[editar] Raízes do antissemitismo
Desenho antissemita de Charles Lucien Léandre, reproduzindo a teoria da conspiração judaica que controla o mundo.

Muitos fatores motivaram e fomentaram o antissemitismo, incluindo fatores sociais, econômicos, nacionais, políticos, raciais e religiosos, ou combinações destes fatores.

Na Idade Média, as principais raízes do ódio contra judeus foram:

* Religiosas, baseadas na pretensa doutrina da época da Igreja Católica de que os Judeus são coletivamente e permanentemente responsáveis pela morte de Jesus Cristo (ver Deicídio, essa visão surgiu na Idade Média e não é mais aceitável pela Igreja Católica).
* Sócioeconômicas, devido à ação de autoridades locais, governantes, e alguns funcionários da igreja que fecharam muitas ocupações aos judeus, permitindo-lhes no entanto as atividades de coletores de impostos e emprestadores, o que sustenta as acusações de que os Judeus praticam a usura.
* Políticas, pela prática colonialista aplicada no Oriente-Médio após a Segunda Guerra Mundial.

Um dos grandes propagadores do antissemitismo no século XX foi o regime nazista alemão. Atualmente, o ódio ao judeu freqüentemente apoia-se em ideais nazistas, ainda que o pensamento antissemita seja muito mais antigo.
Referências

1. ↑ Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
2. ↑ See, for example:
* Jerome A. Chanes. Antisemitism: A Reference Handbook, ABC-CLIO, 2004, p. 150.
* Ali Rattansi. Racism: a very short introduction, Oxford University Press, 2007, p. 5.
* Richard L. Rubenstein, John K. Roth. Approaches to Auschwitz: the Holocaust and its legacy, Westminster John Knox Press, 2003, p. 30.
* William M. Johnston. The Austrian mind: an intellectual and social history, 1848-1938, University of California Press, 1983, p. 27.
3. ↑ "Antisemitism has never anywhere been concerned with anyone but Jews." Lewis, Bernard. "Semites and Antisemites", Islam in History: Ideas, Men and Events in the Middle East, The Library Press, 1973.
4. ↑ Ver, por exemplo:
* "Anti-Semitism", Encyclopaedia Britannica, 2006.
* Johnson, Paul. A History of the Jews, HarperPerennial 1988, p 133 ff.
* Lewis, Bernard. "The New Anti-Semitism", The American Scholar, Volume 75 No. 1, Winter 2006, pp. 25-36. Artigo baseado em conferência pronunciada na Brandeis University em 24 de março de 2004.

[editar] Ver também

* História do antissemitismo
* Lenda do envenenamento dos poços
A diáspora judaica, o anti-semitismo e o sionismo

Fernando Amorim *

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Expressões como Semitas, Hebreus, Israelitas e Judeus são utilizadas como sinónimos, quando na verdade possuem significados muito distintos. O conceito de Hebreus não possui conotação étnica ou religiosa, referindo-se às inúmeras tribos nómadas de povos semitas que se deslocavam pelo Mediterrâneo Oriental. Os Israelitas surgem quando uma parte dessas tribos, monoteístas, se estabelecem na Palestina. A expressão Judeus (judaeus) refere-se aos descendentes culturais de Hebreus e Israelitas, enquanto que yehudhi, em hebraico, designa apenas os membros de uma das doze tribos de Israel.

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Utilizadas para designar, no seu todo, as comunidades judaicas espalhadas peloMundo, as expressões Semitas, Hebreus, Israelitas e Judeus possuem, contudo,significados distintos. Contrariamente à convicção generalizada que os identificacom os aderentes ao judaísmo, os Semitas são todos os povos falantes de línguassemíticas como o arábico e o hebraico, e que originalmente se espalharam porvastas áreas do Sudoeste Asiático, Médio Oriente e Norte de África.

Do ponto de vista histórico, o conceito de Hebreus não possui conotação étnica ou religiosa, referindo-se às inúmeras tribos nómadas de povos semitas, deambulantes pelo Mediterrâneo Oriental cerca de 1300 a.C. Na história judaica a expressão apenas ganha essa conotação para identificar aquelas tribos que aceitaram Javé (ElChadai, Eloim) como a sua divindade, desde os tempos pré-históricos até à época em que conquistaram a Palestina (Eres Kena Na, Canaã, a Terra Prometida) e se erigiram em reino de Israel (c. de 1020 a.C.), sob o ceptro de Saul e de David.

O termo Israelitas identifica a comunidade histórica de cultura (nação) correspondente a esta entidade política, desde a conquista de Canaã até à destruição do reino de Israel em 721 a.C. pelo rei assírio Sargão II. Por fim, a expressão Judeus, do Latim judaeus, refere-se aos descendentes culturais destes dois últimos grupos, desde o bíblico cativeiro da Babilónia, início da Diáspora (expressão grega para significar “dispersão”, galut em hebraico), imposto por Nabucodonosor em 586 a.C., até à actualidade, embora, em sentido estrito, a palavra (em hebraico yehudhi) designasse originalmente os membros de uma das doze tribos de Israel, a tribo de Judá, território convertido em província romana da Judeia no ano 6 d.C. A partir de então estes dois conceitos tornar-se-iam intrínsecos. Hoje a expressão diáspora classifica todas as comunidades judaicas fora de Israel que assim se consideram no exílio.



História: a Antiguidade

A conquista da Babilónia por Ciro II da Pérsia, pôs fim (537 a.C.) àquela imposição, mas a maioria dos Judeus permaneceria na Babilónia, mesmo após a refundação de Jerusalém e a construção do Segundo Templo. Com a subjugação do império persa por Alexandre Magno (331 a.C.) a Palestina tornar-se-ia uma província do mundo helenístico por onde os judeus da Diáspora, fortemente helenizados, se dispersariam, fixando-se no Egipto, por toda a Ásia Menor e Europa do Sul. Nas cinzas deste império, a vitória dos Selêucidas da Síria sobre os Ptolomeus do Egipto (198 a.C.) conduziria à helenização forçada da Judeia (Antíoco IV, 168 a.C.), à revolta dos Macabeus e à refundação de um Estado judaico independente (reino Asmoneu). Lutas internas e o confronto entre dois grupos religiosos, Fariseus e Saduceus, levaria à tomada de Jerusalém (63 a.C.) pelo general romano Pompeu que tornaria este reino tributário de Roma e dependente da província romana da Síria.

A Grande Revolta dos Zelotas contra os romanos e a destruição de Jerusalém e do Templo (70 d.C.); também, a revolta de Simão Bar Kosba (132-135 d.C.) conduziriam à romanização forçada, ao aprisionamento e escravatura e, na diáspora final, à deportação pelo império romano (Ásia, Europa e África) de milhares de Judeus que não voltariam a possuir um estado próprio até 1948.

A Judeia passou a denominar-se Síria Palestina; Jerusalém tornou-se uma cidade pagã proibida aos Judeus e a sua perseguição tornou-se comum no império.

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A Era Cristã

No início da era cristã os Judeus ascenderiam a 8 milhões, vivendo principalmente em Alexandria, Cirenaica (Norte de África), Babilónia, Antioquia, Éfeso e Roma. A sua dispersão pela Europa foi distinta conduzindo à emergência de ritos e comunidades diferenciadas, com leis, costumes, liturgia e línguas distintas: ao centro e a leste, os judeus de rito Askenazi (nome hebraico para a Alemanha) falantes de Yiddish (mescla de hebraico e alemão) e que nos séculos XIX e XX emigrariam em largo número para os EUA, e após a 2ª Guerra Mundial, para Israel, representando 85% dos judeus no mundo; a oeste, os judeus sefarditas, de rito Sefardi (do hebraico Seffarad, que designava a Península Ibérica) falantes de ladino (mescla de português, castelhano e hebraico) e que, expulsos de Espanha (1492) e Portugal (1496), espalharam-se por numerosos países, com destaque para a Holanda (e Nova Amesterdão, 1655), Inglaterra, Alemanha (Hamburgo), Itália, Turquia (Istambul e Salónica, as maiores comunidades sefarditas a partir do século XVI), Marrocos, Síria e Palestina.



O antijudaísmo: raízes

O anti-semitismo, mais propriamente antijudaísmo, é pois uma decorrência da Diáspora, mas também, da expansão do cristianismo, gerador de uma espécie de “mito judaico”, traduzido num clima hostil aos Judeus e no preconceito assente em duas premissas: os Judeus eram culpados da morte de Cristo; a sua dispersão (diáspora) era o castigo. Entre os motivos de ordem social para justificar o antijudaísmo, um é falso – o de considerar a “raça judaica” como inferior e decadente; mas o outro verdadeiro – o separatismo étnico (endogamia) que, se dá coesão e solidariedade a este povo, assegurando-lhe a continuidade através dos tempos, gera estranheza e desconfiança entre as sociedades onde residem, tornando o judeu inassimilável, para mais, numa época de emergência dos Estados modernos assentes na unidade política, jurídica e religiosa. De 1100 a 1750 é a época das violações e proscrições gerais – extorsões financeiras, limitações de direitos civis, massacres nas Cruzadas, perseguições e expulsões em massa (Inglaterra, 1290; França, 1306, 1322, 1394; Espanha, 1492; Portugal, 1496; Áustria, 1670; Boémia e Morávia, 1745) – e da segregação – a instituição do ghetto (do hebreu ghet, carta de divórcio) ou “judiaria”, bairro de residência coactiva para os Judeus.

A progressiva emancipação dos Judeus iniciada pelo édito de tolerância do imperador do Sacro Império José II (1782), seria consagrada pela Revolução Francesa (1791) ao conceder-lhes igualdade de direitos políticos. O séc. XVIII ficou ainda marcado pelo abandono da tradicional ortodoxia religiosa judaica e pela secularização dos Judeus que, na esteira do Haskalah (Iluminismo hebraico), movimento iniciado pelo filósofo judeu-alemão Moses Mendelssohn, reduziu o judaísmo a prática religiosa, o que permitiu aos Judeus a assimilação da cultura germânica. Contudo, este processo teve consequências equívocas: o recrudescimento da vaga de ódio e violência contra os Judeus na segunda metade do séc. XIX, fundamentada num anti-semitismo pretensamente científico, assente na desigualdade das raças humanas, enunciado por Lassen (1844) e Renan (1855, 1883) e que, através de Wilhelm Marr (1873), passou ao campo económico-político, com o advento do anti-semitismo doutrinal, assente na superioridade psíquica e rácica dos arianos, difundido por Dühring (1873, 1875, 1882), Gobineau (1853-1855) e por Drumont (1892), a prazo, inspirador do nacionalismo pangermanista e nazi.



O recrudescer do antijudaísmo

O antijudaísmo ganhou proporções nunca atingidas, culminando nos progroms ou massacres sistemáticos na Europa de Leste (Rússia, 1881, 1906, 1917), fomentados pela difusão dos forjados Protocolos dos Sábios de Sião, que revelavam uma suposta conspiração internacional judaica para dominar o mundo, e no Processo Dreyfus (1894-1906) em França, o qual impulsionou o jornalista judeu-húngaro Theodor Herzl, até então crente na gradual assimilação europeia dos Judeus, a retomar, na obra Der Judenstaat (O Estado Judeu, 1896), as teses de Zevi Kalischer (1795-1874), Judah Alkalai (1798-1878), Moses Hess (1812-1875) e Nathan Bimbaum (1890), defendendo que a solução do problema do anti-semitismo apenas poderia passar pela criação de um Lar Nacional, um Estado Judeu na Eretz Ysra’el (Terra de Israel), abrindo assim caminho à fundação do sionismo político e da Organização Sionista Mundial (WZO) oficializados no 1.º Congresso Sionista de Basileia (Suíça, 1897).

Assente na relação Judaísmo-Jerusalém-Terra de Israel; influenciado pela ideologia nacionalista e as doutrinas coloniais do séc. XIX, o sionismo constitui um vasto movimento nacionalista judaico, defensor do princípio de que todos os Judeus constituem uma nação e não apenas uma religião ou comunidade étnica, residindo na concentração do maior número possível de Judeus na Palestina/Israel, a única solução para o “anti-semitismo”.

Contudo o Sionismo cedo se dividiria, até a actualidade, numa profusão de correntes distintas: desde os anos 20 aos 70, a forma dominante foi o Sionismo Trabalhista (liderado por David Ben-Gurion) que procurou aliar socialismo e nacionalismo. Nos anos 20, inspirado no marxismo, fundou na Palestina o movimento kibbutz, uma rede de explorações agrícolas colectivas que constituiu a espinha dorsal do Yishuv (colonização) e da Aliya (imigração) judaicas, anteriores à criação do Estado de Israel; também, a Confederação Geral dos Trabalhadores Judeus na Palestina ou Histadrut que, através da organização e unidade sindical e de importantes participações financeiras em empresas israelitas, visou um objectivo nacional de criação de uma classe trabalhadora judaica na Palestina ao serviço dos empreendimentos judeus; ainda, as principais milícias sionistas (a Haganah e o Palmach) que se tornaram no núcleo fundador do Tsahal/IDF ou Força de Defesa de Israel; bem como os principais partidos políticos que coligando-se constituíram, em 1968, o Partido Trabalhista de Israel.

Uma segunda forma de sionismo foi o Movimento Revisionista (liderado por Vladimir Jabotinsky): reivindicava a revisão das fronteiras das aspirações territoriais judaicas na Palestina e a sua extensão às duas margens do rio Jordão. Nos anos 20 e 30 distinguiu-se dos Trabalhistas pela clara declaração do objectivo de estabelecimento de um Estado Judeu (em vez da fórmula vaga de um “Lar Nacional”) na Palestina, pela via armada. As suas organizações, que incluíam o movimento de juventude Betar e o Etzel-Irgun (Organização Militar Nacional, então dirigida por Menahem Begin), formaram o núcleo duro do Partido Herut (Liberdade) após a independência israelita, tornando-se o componente central do Bloco Likud, o maior partido israelita de direita desde os anos 70.

Além destas correntes, um sionismo religioso que, invocando o objectivo de regeneração nacional em obediência aos valores religiosos tradicionais, conduziu à proliferação de partidos religiosos cada vez mais atraídos, após a Guerra dos Seis Dias (1967), pelo sonho da reconstituição de Eretz Ysra’el Hashlemá (Israel integral); ainda, um sionismo de esquerda representado por inúmeros partidos que, nos anos 80, formaram a coligação Meretz aliada dos trabalhistas. Comprometidos em pleno com o objectivo de manutenção de Israel como um Estado Judeu, admitem uma maior flexibilidade nas questões territoriais, sendo pública a sua relativa simpatia pelas aspirações palestinianas a um Estado nacional próprio em Gaza e Cisjordânia, ou mesmo uma federação israelo-palestiniana.

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