ENCICLOPÉDIA MINEIRA: Prof. Marcos Tadeu Cardoso

Um projeto do Prof. Marcos Tadeu Cardoso, um livro publicado narrando a história das principais cidades Mineiras.
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sabará MG

Sabará é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2006 era de 134.282 habitantes. Pertence à Região Metropolitana de Belo Horizonte.

É constituído também pelos distritos de Ravena, Carvalho de Brito e Mestre Caetano[5].História

Sabará buçu tem origem num arraial de bandeirantes que apareceu no fim do século XVII. O povoado cresceu e foi criada a freguesia em 1707, que foi elevada a vila e município em 1711, com o nome de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. É cidade desde 1838.

O princípio da história de Sabará está ligado à descoberta de ouro na região, então conhecida como Sabarabuçu, em finais do século XVII e a presença de Borba Gato, que ali permaneceu após a morte de Fernão Dias e que veio a ser o seu primeiro guarda-mor. Predomina hoje a versão de que quando o bandeirante paulista lá chegou já encontrou uma povoação e que o núcleo urbano por ele criado foi, na verdade, Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande, que está um pouco antes da entrada de Sabará, do outro lado do rio das Velhas.

A origem do nome é bastante controvertida. O viajante inglês Richard Burton ouviu em 1867 que ele teria sido tomado de um velho pajé que ali viveu em tempos remotos. Outro viajante, o sábio francês Saint-Hilaire, também dá uma versão pouco consistente misturando corruptelas de termos indígenas numa bela confusão. Segundo o historiador mineiro Diogo de Vasconcelos, o nome tem a ver com as particularidades geográficas da junção de um rio menor com um rio maior, como ocorre no sítio em que a cidade foi criada, onde o rio Sabará deságua no rio das Velhas. Isso é bem mais aceitável, sabedores que somos de que os índios brasileiros das mais diversas nações, sempre identificavam os acidentes geográficos compondo nomes, conforme a figuração ou ideia concreta ou abstrata que tais acidentes sugeriam.

Sabará foi elevada a categoria de vila por Antônio de Albuquerque , logo após o fim da Guerra dos Emboabas, juntamente com o Ribeirão do Carmo e Vila Rica. Como sede de comarca de uma importante região aurífera, possuía a sua odiada casa de fundição para onde deveria ser levado todo o ouro extraído na região para ser fundido em barras e devidamente taxado. A antiga comarca de Sabará era a maior de Minas Gerais, atingindo até a região de Paracatu e o Triângulo Mineiro.

No princípio do século XIX Sabará era dividida em cidade velha e cidade nova. A cidade velha era a região onde hoje ficam as igrejas de Nossa Senhora do Ó e Nossa Senhora da Conceição e a cidade nova era a região que abrange o centro histórico e a parte baixa, em direção ao rio.

Foi em Sabará que morreu um dos delatores da Inconfidência Mineira, o coronel do regimento de auxiliares de Paracatu, Basílio do Brito Malheiro. Morreu amaldiçoando o Brasil e os brasileiros e temendo ser emboscado em algum beco escuro, punido pelo povo de Sabará pela sua vil delação. Daqui também saiu um dos mais implacáveis devassantes da Inconfidência, o desembargador César Manitti, ouvidor da Comarca e escrivão do tribunal que condenou os inconfidentes.
[editar] Turismo
[editar] Casarões

Sabará possui hoje alguns trechos históricos preservados, especialmente no centro da cidade, na Rua Pedro II, antiga Rua Direita, onde ainda encontramos alguns casarões especialmente do século XIX. Destaque para o Solar do Padre Correa ou de Jacinto Dias construído em 1773, possuindo escadarias de madeira de jacarandá e talha da terceira fase do Barroco Mineiro, onde funciona hoje a prefeitura. Ali já se hospedaram figuras ilustres como D. Pedro I e D. Pedro II. Seu antigo proprietário, o padre José Correa da Silva era suspeito de ser inconfidente e assim, provavelmente, os ouvidos de algumas das paredes dessa casa devem ter escutado muita xingação contra a Coroa e o governador Cunha Menezes, o Fanfarrão Minésio ridicularizado nas Cartas Chilenas de Tomas Antônio Gonzaga. Outra construção do século XVIII é a chamada Casa Azul onde nos dias de hoje funciona uma repartição pública federal. Tem ainda uma atração que é a chamada Casa Borba Gato. O nome é um chamariz turístico pois o famoso desbravador do Sabarabuçu nunca morou ali e ele foi tomado da rua onde está situada. Trata-se da antiga Rua da Cadeia que foi rebatizada com o nome do bandeirante em 1911. A casa, construída pela família Guimarães em 1814, já foi hotel, escola, casa de padre e hoje é uma instituição do Iphan voltada para a preservação do patrimônio histórico da cidade.
Solar Padre Correa
Atual prefeitura.
Rua D. Pedro II.
(Antiga Rua Direita).
[editar] Chafarizes
Chafariz do Kakende.

Sabará possui ainda vários antigos chafarizes, sendo mais conhecidos o do Kaquende, construído em 1757, na Rua São Pedro, no antigo centro comercial da cidade, o do Rosário instalado ao lado da igreja de mesmo nome na Praça Melo Viana e o da Corte Real.
[editar] Igrejas

Sabará possui um dos mais notáveis acervos de igrejas setecentistas de Minas:

* Nossa Senhora do Ó de 1717, uma das mais representativas do barroco mineiro, possui influência chinesa em sua arquiterura externa e na decoração interna, o seu nome é devido às ladainhas de Nossa Senhora que sempre começam com o Ó e seguem com algum louvor ou agradecimento;

* Nossa Senhora da Conceição de 1710, matriz da cidade, localizada na praça Getúlio Vargas (cidade antiga);

* Nossa Senhora do Carmo de 1763, com várias obras de Aleijadinho;

* Nossa Senhora das Mercês de 1781 (na primeira imagem do artigo) dos homens pardos, com linhas arquitetônicas simples, sem ornamentações internas, mas localizada em lugar privilegiado na composição da paisagem urbana;

* Nossa Senhora do Rosário de 1713, inacabada pelos escravos da irmandade dos homens pretos da Barra do Sabará, os quais a construíam e pararam por falta de recursos;

* Igreja de Nossa Senhora da Assunção, no distrito de Ravena, também do século XVIII e que em 2010 passa por um processo de recuperação pelo IEPHA[6];

* São Francisco de 1781, além de várias capelas

Capela de Nossa Senhora do Ó.
A inacabada Igreja do Rosário.
[editar] Casa da Ópera ou Teatro Municipal

Sabe-se que a primeira Casa da Opera da Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de Sabarabuçu foi construída antes mesmo de 1771, mas a partir de 1783, já estava completamente abandonada já que as apresentações teatrais passaram a ser executadas em um palco de madeira construído em uma praça publica.

A atual Casa da Opera, também conhecida como Teatro Municipal, foi construída em 1819 através de um imenso esforço da população local. O teatro foi inaugurado no dia 2 de Junho de 1819, dia do aniversario da Infanta Dona Maria da Gloria, Princesa da Beira. As apresentações incluíram os títulos " Maria Teresa, a Imperatriz da Áustria" e " Zelo d'amor".

O teatro foi construído na propriedade de Francisco da Costa Soares e havendo sido um teatro particular até o século XX. Ao contrario da Casa da Opera de Vila Rica, onde o governo da Capitania não só ajudou na construção do edifício como também patrocinou as produções da companhia, até o momento, não foram encontrados recibos no que diz respeito ao apoio oficial do governo ao teatro Sabarense.

O Teatro foi construído no bairro mais aristocrático da cidade, na mesma rua onde se encontram alguns dos mais importantes edifícios da mesma, tais como a Casa da Câmara. A Rua Pedro II tinha aproximadamente 30 casas na época da construção do teatro.

Ao contrário do que se conhece pela tradição local, não se trata em absoluto de um teatro elisabetano. No que tange a arquitetura, se trata de um teatro barroco italiano típico, seguindo todos os parâmetros construtivos vigentes não só na Itália como também em Portugal durante os séculos XVIII e XIX. A sala segue a forma de ferradura contornada por três níveis de camarotes, num total de 41. O último andar, conhecido como " torrinha", não é dividido em camarotes e era reservado aos espectadores financeiramente menos favorecidos. O forro do teto é de taquara. Não se sabe ao certo se o forro original era do mesmo material, tendo sido o atual introduzido na reforma de 1970 realizada por Amadée.

O teatro possui uma das melhores acústicas da América Latina e apresenta uma atividade regular, tanto na música de câmara quanto no repertório operistico, que tem sido apresentado com freqüência na atual gestão da Secretaria de Cultura de Sabará.
[editar] Museu do Ouro

Na antiga Casa de Intendência e Fundição do Ouro da Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, funciona o Museu do Ouro, que reserva objetos associados ao período de extração do ouro em Minas Gerais durante o século XVIII[7] . Há também peças do mobiliário luso-brasileiro dos séculos XVIII e XIX, pratarias, arte sacra, aparelhos de chá, gomis e lavandas [8].

Em 2006, o museu completou 60 anos [9].
[editar] Educação
[editar] Ensino fundamental

De acordo com o censo educacional 2004, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Sabará possui 40 escolas de ensino fundamental, sendo 21 municipais, 13 estaduais e 6 privadas.
[editar] Ensino médio e superior

Sabará possui 10 escolas de ensino médio, sendo 8 pertencentes à rede estadual (ex.: Zoroastro Viana Passos e Castelo Branco) e 3 pertencentes à iniciativa privada (Sesi, Colégio Augustus e Isabela Hendrix). Além disto, possui a Faculdade de Sabará, fundada, 1998 e que ministra curso superior presencial e a distância, além de pós-graduação.
[editar] Jabuticaba

A cidade também deu nome á um tipo de jabuticaba, menor do que a comum. O ínicio do cultivo desse tipo de jabuticaba na cidade acabou rendendo-lhe o nome conhecido no país todo.O povoamento da região inicia-se pelos idos de 1675, a partir da bandeira paulista de Fernão Dias Paes à região. Com ele, veio seu genro Manoel de Borba Gato, que subiu o Rio das Velhas e desenvolveu o Arraial de Santo Antônio do Bom Retiro de Roça Grande. Em 17 de Julho de 1711, o Arraial da Barra do Sabará foi elevado à categoria de Villa Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará.

Em 1714, a Vila sediava a extensa Comarca do Rio das Velhas, abraçando um vasto território que ia até as margens do Rio São Francisco.

No dia 6 de Março de 1838, a Lei Provincial nº 93 concedia a Sabará foros de cidade, com cerca de trezentos quilômetros quadrados de área.

Entretanto, mais de 300 anos de história podem ser considerados, desde o início de sua povoação.Zoroastro Vianna Passos, escritor sabarense, defendeu a tese de que muito antes da chegada de Manoel Borba Gato a Sabará, a região já era habitada por povoadores vindos pelo caminho da Bahia.
Antiga estrada de pedra no alto do Complexo Dois Irmãos (flanco esquerdo da chácara do Lessa). Único exemplo, perfeitamente conservado, do processo de pavimentação de estradas em Sabará no século XVIII.

Para isto, Zoroastro apresenta vários argumentos, entre eles o fato de que Borba Gato respeitou esses pioneiros, permanecendo nas proximidades de Roça Grande e evitando subir pelas margens do Rio Sabará, afluente do Rio das Velhas.

O bandeirante paulista passou à História como fundador do Arraial do Sabará, até porque foi ele quem enviou ao Governador da Capitania de São Paulo as primeiras notícias sobre a existência das minas do Sabarabuçu, localizadas no vale do Rio das Velhas.

O arraial desenvolveu-se rapidamente e, em 1711, era elevado à categoria de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. Três anos após, em 1714, foi a Vila transformada em sede da extensa Comarca do Rio das Velhas, uma das quatro primeiras a serem criadas na Capitania das Gerais Sua área de jurisdição compreendia uma parte do território onde hoje se localizam mais de duas dezenas de municípios, inclusive o de Belo Horizonte.

Sabará foi um dos núcleos de mineração da Província que mais ouro encaminhou à Corôa Portuguesa. Seus rios e lavras eram riquíssimos do precioso mineral, e houve época em que os trabalhos de garimpagem ocupavam milhares de escravos.
Casa da Intendência, atual Museu do Ouro

Tão intensa tornou-se a mineração nessas paragens, que o Governo Português aqui fez instalar a Casa da Intendência, para cobrança do "quinto".

Fundido, dele se excluia a quinta parte, destinada à Coroa, sendo o restante devolvido ao minerador, em barras que levavam o cunho oficial. Só assim poderia o ouro ser negociado, incorrendo os transgressores em severas penas.

Paralelamente ao desenvolvimento da mineração, ocorria o desenvolvimento do núcleo em todos os sentidos, especialmente o comércio, que chegou a ser o melhor da região.

Era o apogeu!

GALERIAS DE MINAS, REMANESCENTES DA EXPLORAÇÃO DE OURO EM SABARÁ NOS SÉCULOS XVIII E XIX.
Chácara do Lessa

Arraial Velho

Marcas de ferramentas na parede de uma mina de ouro sabarense - Séc. XVIII

Documentário vivo da opulência de uma era febril são os magníficos Templos do Carmo, de Nossa Senhora da Conceição, de Nossa Senhora do Ó, bem como a Casa da Intendência, o Solar do Padre Correia e o Hospício da Terra Santa, verdadeiros palácios naquela época, assim como outras construções que o tempo fez desaparecer.

Destruíram-se várias dezenas de prédios, entre os quais destacam-se, pela importancia documentária, as Casas Nobres da Rua do Fogo, que pertenceram ao comendador Abreu Guimarães.

A vida de Sabará, como a de todas as cidades e como a vida dos indivíduos, passou por várias fases.

Sabará teve dias de esplendor, de honraria e de riqueza. Sucederam-se, todavia, dias de decadência e de regresso, dias alegres e dias sombrios.

Do grande centro comercial que chegara a ser, servido inclusive pelo porto fluvial do Rio das Velhas, já nos princípios do Século XX, restavam apenas as lembranças, do "ciclo do ouro"
Casa de pedra, próxima à Fazenda Piçarrão Ruínas do século XVIII

Os ingleses, já instalados no Antigo Arraial de Congonhas do Sabará, atual Nova Lima, buscavam ouro nas entranhas da terra, com toda uma equipagem mecânica que assombrava pela eficiência e desencantava os garimpeiros, ainda teimosos em revirar o leito dos rios, na busca desesperada do metal cada vez mais difícil.

A indústria de ourivesaria, insistia em resistir heroicamente à concorrência dos grandes centros, já iniciados no sistema das grandes produções a baixo custo, fruto de um aparelhamento racional mais condizente com a época.

Era o declínio!

Silencioso, mas sempre presente, o ferro aguardava a sua oportunidade, que haveria de chegar um dia.

Foi então que surgiram em Sabará Cristiano Guimarães, Amaro Lanari e seu cunhado Gil Guatimozim, para plantar, à sombra amiga e acolhedora da Igrejinha do Ó, a semente de pequena árvore, a que deram o nome de Companhia Siderúrgica Mineira.


Era o começo de novo ciclo na vida de Sabará: "O Ciclo do Ferro". Os descrentes olharam desconfiados, esquecidos de que a terra "em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo" , eles acharam que a planta não vingaria.

Mas vingou. Cresceu e transplantou-se a outras regiões, e a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira dá nova vida, não apenas a Sabará, que foi seu berço, mas conduziu o seu progresso a toda uma vasta região do Estado de Minas.

Ao contrário do ciclo do ouro, o ciclo do ferro não terminou. Restabelecida a marcha do progresso, a cidade cresceu, as condições mudaram, os costumes são outros, mas Sabará, progredindo com o ciclo do ferro alcançou o "Ciclo do Turismo".

O nome Sabarabuçu é de origem indígena. Aceita-se, como um de seus significados, a tradução de "grande braço de pai", referindo-se ao Rio Sabará o "braço", afluente do Rio das Velhas "o pai".

O atual território de Sabará ficava na grande região do Sabarabuçu, conhecida desde o início da colonização do Brasil.

Outra versão é a de que o nome Sabará se origina da corruptela da expressão Itaberabussu, que quer dizer na linguagem indígena "pedra grande reluzente", numa alusão à Serra da Piedade que domina toda a região.Flagrante de Sabará em 1900. Na margem inferior da foto vê-se a antiga ponte de madeira sobre o Rio das Velhas, construída pelo pai de Santos Dumont. Note-se ainda a Igreja de Santa Rita, demolida na década de trinta: é a primeira à direita, a partir do centro da foto. Flagrante de Sabará em 1900. Na margem inferior da foto vê-se a antiga ponte de madeira sobre o Rio das Velhas, construída pelo pai de Santos Dumont. Note-se ainda a Igreja de Santa Rita, demolida na década de trinta: é a primeira à direita, a partir do centro da foto.

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